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Protestos ameaçam postos, comida, aeroportos, remédios, água e energia

Do UOL, em São Paulo

24/05/2018 16h46Atualizada em 24/05/2018 20h00

A greve dos caminhoneiros entra no quarto dia e prejudica a oferta de diversos produtos e serviços comuns do dia a dia dos brasileiros. Os caminhoneiros protestam contra os recentes aumentos nos preços dos combustíveis e pedem ao governo a redução de impostos.

Veja mais abaixo alguns setores e serviços afetados.

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Postos de combustível

Como os caminhões-tanque não estão chegando aos postos, diversos estabelecimentos pelo país já registram falta de combustível. A situação é agravada pela corrida dos motoristas às bombas para tentar garantir o tanque cheio. Clique aqui para saber mais

São Paulo
Em São Paulo, o Sincopetro, sindicato de postos de gasolina, afirma que os estabelecimentos só têm estoque até o fim desta quinta-feira (24).

Rio de Janeiro
Na cidade do Rio, 90% dos postos estarão secos ou com oferta de apenas um tipo de combustível até o fim desta quinta-feira, segundo o Sindestado (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Rio de Janeiro).

Distrito Federal
O medo de faltar gasolina nos próximos dias levou a uma corrida de motoristas a postos do Distrito Federal, e à formação de filas. Há registros de postos fechados por falta de combustível.

Paraná
Em pelo menos duas cidades do Paraná --Ponta Grossa e União da Vitória-- tanto a gasolina quanto o etanol acabaram completamente, de acordo com o Sindicombustíveis (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Derivados de Petróleo, Gás Natural, Biocombustíveis e Lojas de Conveniência do Estado do Paraná). Em cidades maiores, como Curitiba, Londrina e Maringá, vários postos estão com as bombas secas.

Mato Grosso
Postos no interior do Mato Grosso enfrentam a mesma situação, diz o Sindipetróleo (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso). Na capital, o estoque de vários postos deve acabar ainda nesta quinta.

Bahia

O Sindicombustíveis (Sindicato dos Combustíveis na Bahia) informou que metade dos 280 postos do estado já enfrenta escassez dos produtos. Segundo a entidade, a previsão para esta sexta-feira (25), caso a greve continue, é que todas as bombas fiquem secas tanto na Grande Salvador quanto nas cidades do interior.

"O quadro de desabastecimento é crítico e preocupante", afirmou ao UOL Walter Tanus, presidente do sindicato. "O governo federal se precipitou com essa série de aumentos num momento econômico de recessão em que o consumidor tem pago o preço", criticou Tanus.

Transporte público

São Paulo
A Prefeitura de São Paulo autorizou as empresas de ônibus a reduzir em até 40% a frota em operação entre 8h30 e 16h. O rodízio municipal de carros foi suspenso, e tanto o metrô quanto os trens mantêm sua capacidade total de operação mesmo fora dos horários de pico.

Na região metropolitana e no interior do estado, havia menos ônibus atendendo a população --caso de Guarulhos, Campinas, São José dos Campos e Sorocaba.

Rio de Janeiro
O sistema de transporte no estado do Rio de Janeiro opera com 67% da frota, de acorco com a Fetranspor (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro). Na capital, o BRT funciona desde a manhã com apenas 50% da frota.

Minas Gerais
Em Minas Gerais, a frota de ônibus para transporte público foi reduzida tanto em Belo Horizonte quanto em cidades do interior.

Pernambuco
No Recife (PE), a região metropolitana amanheceu com 30% a menos da frota normal de ônibus. Mais tarde, o Grande Recife Consórcio de Transporte autorizou que as empresas reduzam em até 50% a frota dos ônibus fora do horário de pico.

Aeroportos

A greve dos caminhoneiros provocou um desabastecimento de combustível em diversos aeroportos do Brasil. Com isso, alguns voos tiveram de ser cancelados. As companhias aéreas afirmam que estão acompanhando a situação. Passageiros afetados com a situação podem remarcar o voo, sem custo adicional.

A recomendação aos passageiros é procurar as companhias aéreas para consultar a situação dos voos antes de ir para o aeroporto. 

Clique aqui para ver a situação de aeroportos e dos voos pelo país

Abastecimento de água

A greve dos caminhoneiros também pode prejudicar o fornecimento de água no Rio de Janeiro. A Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro) diz que, com a paralisação, o estoque de produtos químicos usados no tratamento da água está baixando rapidamente. Por isso, a companhia pede que a população do estado economize no consumo até que a situação se normalize. 

Gás de cozinha

No Recife (PE), a distribuição do gás de cozinha foi prejudicada, e já há até revendedora sem botijão desde o início da semana. Em uma delas, no bairro de Afogados, os funcionários estão apenas cumprindo horário no trabalho, pois não há o que fazer. O local está sem botijões desde segunda e não há previsão para receber mais produtos. 

Energia elétrica

No Rio de Janeiro, a concessionária de energia Light informou que está com atendimento restrito. A distribuidora diz que dará prioridade a serviços considerados essenciais, como hospitais, delegacias e escolas, além de atendimentos emergenciais --casos de riscos para os clientes. 

Alimentos

São Paulo
Além de batata, faltam produtos como manga, mamão, melão e melancia na central de distribuição de alimentos de São Paulo, a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). Alimentos que podem ser estocados, como maçã, pera, e cebola, sofrem menos no curto prazo, mas com a manutenção da greve, também podem sofrer desabastecimento.

Rio de Janeiro
A Ceasa (Central de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro), responsável pela distribuição de alimentos no estado, informou que o estoque de alimentos nesta quinta está praticamente zerado. "Só temos aqueles produtos de estoques anteriores que seguem armazenados nos frigoríficos, como uva, pera. Legumes não tem mais nenhum", disse o presidente da central, Waldir Lemos. 

Ceará e Bahia
A central do Ceará também enfrenta desabastecimento, prejudicando o fornecimento de alimentos à população do estado.

Ainda no Nordeste, carregamentos de frutas e legumes seguem retidos nas rodovias de acesso a Salvador. Parte dos boxes na Ceasa e na Feira de São Joaquim não abriram as portas nesta quinta. A feira está sendo abastecida apenas com frutas e verduras da região do Recôncavo Baiano, que chegam a Salvador pelo mar.

Minas Gerais
Na capital mineira, começam a faltar produtos no Mercado Central, incluindo um ícone do estado, o queijo canastra. As lojas estão liquidando o estoque e, se as estradas continuarem bloqueadas, os consumidores ficarão sem queijo nos próximos dias. Outros produtos, como frutas, verduras e carne, também estão em falta. 

Rio Grande do Sul e Paraná
Entidades que representam supermercados nos dois estados da região Sul dizem que há risco de desabastecimento de alimentos perecíveis nos estabelecimentos. Estoques de frutas, legumes, verduras, carnes e laticínios estão comprometidos.

Remédios

A Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias) informou que a paralisação de caminhoneiros levou à falta de remédios em farmácias e drogarias de todo o país. Um dos principais problemas são os medicamentos termolábeis, que devem ser mantidos refrigerados e necessitam de temperatura estável até o seu destino final. Com os caminhões parados nas estradas, é impossível garantir essas condições, diz a associação. 

Ração de animais

A entidade de proteção aos animais "World Animal Protection" afirma que as paralisações de caminhoneiros podem levar milhões de animais a passar fome nos próximos dias. A situação é mais preocupante para suínos e aves, que dependem de ração. Segundo a entidade, alguns criadores contam com estoque pequeno de ração, que só dará conta de atender por poucos dias.

Transporte de estudantes

No interior de São Paulo, a empresa que presta serviços à Secretaria da Educação não conseguiu transportar alunos até as escolas por falta de combustível. Prestam serviços à pasta 46 ônibus e vans, além de 14 veículos adaptados para pessoas com deficiência.

Leite

Na região Sul, produtores tiveram que jogar fora o leite estocado nos resfriadores. Segundo a Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), o protestos impedem o transporte do leite até as cooperativas e indústrias. 

(Com agências de notícias)

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