Inflação acelera a 0,48% em setembro; em 12 meses, é de 4,53%
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial no país, acelerou a 0,48% em setembro. Este resultado é o maior para um mês de setembro desde 2015, quando o indicador registrou 0,54%. No acumulado de 12 meses, o IPCA ficou em 4,53%.
O resultado está dentro do limite da meta do governo, de manter a inflação em 4,5% no ano, com uma tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo, ou seja, pode variar entre 3% e 6%.
No ano, o indicador acumula alta de 3,34%. Em agosto, a taxa havia ficado negativa em 0,09%. As informações foram divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (5).
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Combustíveis e passagens sobem
O resultado de setembro foi puxado pelas altas registradas nos preços de combustíveis (4,18%) e de passagens aéreas (16,81%), segundo o IBGE.
O grupo dos transportes teve o maior aumento do mês (+1,69%), e exerceu o principal impacto sobre o índice. "Gasolina, etanol e diesel vieram com alta nesse mês depois de deflação no mês passado. Isso contribuiu bastante. Assim como esses itens, a passagem aérea também teve aumento depois de um mês de deflação”, disse o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves.
De acordo com a pesquisa, os preços da gasolina tiveram alta de 3,94% em setembro, enquanto o etanol subiu 5,42% e o óleo diesel, 6,91%.
Em relação à gasolina, a Petrobras autorizou um aumento de 7% no período do índice. O óleo diesel teve um aumento de 13%. Isso foi nas refinarias, mas acaba chegando ao consumidor. A alta do dólar também contribuiu
Fernando Gonçalves, gerente do IPCA
Além do grupo dos transportes, tiveram alta nos preços:
- alimentação e bebidas (0,1%)
- habitação (0,37%)
- artigos de residência (0,11%)
- saúde e cuidados pessoais (0,28%)
- despesas pessoais (0,38%)
- educação (0,24%)
Os preços de vestuário (-0,02%) e comunicação (-0,07%), por outro lado, caíram.
Arroz sobe e batata cai
Entre os alimentos, ficaram mais caros em setembro:
- frutas (4,42%)
- arroz (2,16%)
- pão francês (0,96%)
Ficaram mais baratos:
- cebola (-12,85%)
- batata-inglesa (-8,11%)
- leite longa vida (-5,82%)
- farinha de mandioca (-5,54%)
- ovos (-2,15%)
Inflação abaixo da meta em 2017
A inflação fechou 2017 em 2,95% e ficou abaixo do limite mínimo da meta do governo pela primeira vez na história. Foi a menor inflação anual desde 1998 (1,65%).
No início deste ano, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, enviou carta ao então ministro Henrique Meirelles dizendo que a meta não havia sido cumprida no ano passado devido à queda nos preços dos alimentos, após safras recordes.
A carta é uma exigência em caso de descumprimento da meta de inflação.
Expectativa em 2018
A expectativa de analistas consultados pelo Banco Central é que a inflação termine 2018 em 4,3%, dentro do limite da meta deste ano.
Com o crescimento de 1% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2017, o país começa a sair do buraco, após a economia encolher 3,5% tanto em 2016 quanto em 2015. Mas a recuperação é lenta e, segundo especialistas ouvidos pelo UOL, a economia vai demorar pelo menos dois anos para chegar ao nível de antes da crise.
No segundo trimestre deste ano, a economia brasileira cresceu 0,2% em relação ao trimestre anterior e 1% na comparação anual.
Juros x inflação
Para tentar controlar a inflação, o Banco Central pode usar a taxa de juros. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a cair. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.
Em setembro, o Comitê de Política Monetária do BC decidiu manter a taxa de juros em 6,5% ao ano, menor nível da história (o Copom foi criado em 1996).
(Com Reuters)
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