Após pesquisa de clima, Gerdau aumenta diversidade e diminui hierarquia

Resumo da notícia
- Desde 2014, Gerdau realiza pesquisas de clima organizacional a cada dois anos
- Avaliações estimularam nova cultura corporativa, com líderes mais acessíveis e decisões mais ágeis
- Demanda por diversidade gerou novos comitês, programa de estágio para pessoas negras e programas de liderança para mulheres
- Pesquisa de 2019 viu aumento na avaliação favorável da empresa pelos funcionários: 74%, contra 69% em 2017
Nos últimos seis anos, a Gerdau, gigante da siderurgia com mais de um século de existência, vem passando por uma transformação significativa. "Antes, as pessoas tinham medo de errar. Era uma cultura muito mais amarrada", afirma a head de pessoas e responsabilidade social, Caroline Carpenedo. "Hoje, a empresa é mais colaborativa, diversa e horizontal."
A chave para a mudança foi bem clara: pesquisas constantes de clima organizacional - como a que será usada para definir o Prêmio Lugares Incríveis para Trabalhar, concedido pela Fundação Instituto de Administração (FIA) e pelo UOL no final deste ano. Empresas podem se inscrever (e realizar uma pesquisa de clima gratuita) no site da FIA.
Na Gerdau, a iniciativa de ouvir os funcionários com regularidade trouxe mudanças visíveis - literalmente. Hoje, por exemplo, todos os diretores sentam juntos, em um escritório aberto. Segundo Carpenedo, foi uma maneira pragmática e também simbólica para a liderança se mostrar "menos hierárquica, mais aberta e mais disposta a investir tempo no desenvolvimento de pessoas", conforme uma necessidade detectada nas pesquisas.
Resultados da pesquisa ajudaram na pandemia
Para Carpenedo, esse compromisso constante é essencial. "Não acredito em quem diz que mudança cultural é possível de uma hora para a outra. É uma jornada que deve ser continuamente trabalhada", avalia. "Você precisa reforçar mensagens e comportamentos, mexer no sistema, nos seus símbolos", diz.
Para tornar a liderança mais acessível, por exemplo, foram realizadas sessões de coaching, mentoria e workshops. O objetivo era preparar os gestores para iniciar e conduzir tanto as conversas fáceis quanto as difíceis, criando um ambiente "com mais autonomia para a tomada de decisão", segundo Carpenedo.
Graças às pesquisas e a esta nova mentalidade, a Gerdau já vinha realizando experiências de home office. Quando a pandemia de covid-19 chegou ao país, a empresa estava muito mais preparada. "Não foi difícil entender como trabalhar nesse contexto, porque a confiança já estava estabelecida. Já havia uma segurança psicológica para que as pessoas pudessem [fazer essa transição]", explica.
Uma empresa mais inclusiva - e com maior aprovação
Naquele ano, foi criado o primeiro Comitê de Diversidade, que realizou treinamentos de viés inconsciente e de liderança inclusiva com os colaboradores. "Também criamos quatro grupos de afinidades: gênero, raça, PcD e LBGT+. Abrimos para toda a população da companhia que quisesse participar. Tivemos mais de 100 voluntários", afirma.
Desde então, a Gerdau estabeleceu um programa de estágio exclusivo para pessoas negras, novos processos de seleção às cegas e um programa de liderança voltado às mulheres. Os resultados vieram: em 2017, mulheres totalizavam 38% dos estagiários e 24% das aprendizes. Em 2019, subiram para 46% e 37%, respectivamente. Em posições administrativas, já são 34% e, na liderança, 18%. O número de mulheres que saíram da empresa após a licença-maternidade caiu de 28% em 2018 para 5% em 2019. Os negros compõem 32% do quadro de funcionários e 15% das lideranças. PcDs representam 2%. A promessa é ampliar ainda mais. "Hoje, temos uma diversidade muito maior e continuamos trabalhando nisso", afirma Carpenedo.
Como consequência desse processo de escuta e diálogo com os funcionários, os índices de aprovação da empresa nas próprias pesquisas de clima têm subido regularmente. Em 2017, 69% dos colaboradores viam a Gerdau favoravelmente. Na pesquisa mais recente, de 2019, o valor chegou a 74%. O desejo de continuar trabalhando na companhia é de 95%.
Carpenedo e sua equipe já se preparam para a próxima grande pesquisa de clima, a ser realizada no ano que vem. "Cada transformação vai criando um solo fértil para outras transformações", acredita. "Colaboradores que saíram da Gerdau e vêm nos visitar dizem que a gente parece outra empresa".
O Prêmio Lugares Incríveis para Trabalhar é uma iniciativa do UOL e da Fundação Instituto de Administração (FIA) que vai destacar as empresas brasileiras com os mais altos níveis de satisfação entre os seus colaboradores. Os vencedores serão definidos a partir dos resultados da pesquisa FIA Employee Experience, que vai medir o ambiente de trabalho, a cultura organizacional, a atuação da liderança e a satisfação com os serviços de RH. As inscrições estão abertas até o dia 12/9 e podem ser feitas, gratuitamente, no site da pesquisa FIA Employee Experience.
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