"Inspirador" e "democrático"? Segundo pesquisa, este é o chefe brasileiro
Resumo da notícia
- 26% dos brasileiros classificam seu chefe como "inspirador" e 17% como "democrático", segundo pesquisa da FIA
- No extremo oposto, 9% dos 150 mil entrevistados definiram seu gestor como "bloqueador" ou "coercitivo"
- Área de tecnologia é a que tem chefes com mais avaliações positivas
- Quanto mais jovem, mais o trabalhador tende a considerar o chefe inspirador; ao envelhecer, prevalece a avaliação como democrático
- Pesquisa mostra que, em empresas com chefes inspiradores, o clima organizacional é melhor; e, com chefes coercitivos, pior
Mais de um quarto dos trabalhadores brasileiros (26%) classificam o estilo de liderança de seus chefes como inspirador. Esta é uma das descobertas da pesquisa FIA Employee Experience (FEEx), respondida anonimamente por 150 mil funcionários de mais de 300 empresas em todo o país. Ela servirá de base para o Prêmio Lugares Incríveis para Trabalhar, do qual UOL é parceiro, e cujos vencedores serão anunciados no próximo dia 25.
Os dados foram coletados em uma pergunta de múltipla escolha sobre o perfil do chefe imediato dos respondentes. A opção "Meu chefe imediato inspira os funcionários e a equipe confia nele" apareceu com maior frequência. Ficou 9 pontos percentuais à frente da segunda mais escolhida: o chefe "democrático", aquele que "considera a opinião de todos nas decisões".
"Quando a gente fala em líder inspirador, estamos falando de alguém que tem a capacidade de motivar como uma de suas maiores competências", analisa Ana Letícia Lucca, estrategista de carreira e consultora de desenvolvimento. "Ele sabe olhar para o colaborador e ajudá-lo a potencializar suas competências. Também sabe engajar os colaboradores em torno de um propósito".
Área de tecnologia tem chefes mais admirados
De um modo geral, a percepção dos chefes no Brasil é positiva. Aglutinando resultados, 58% consideram seus chefes imediatos inspiradores, democráticos ou educadores - aquele cujo foco principal é desenvolver a equipe. Do outro lado do espectro, 9% classificam seus chefes como bloqueadores ou coercitivos, perfis considerados negativos.
Há ainda dois perfis que podem ser considerados neutros. O "maternal", que "coloca as pessoas em primeiro lugar e evita conflitos sempre que possível", e o direcionador, que "tem alto desempenho e cobra o mesmo de sua equipe, exercendo pressão para o atingimento das metas". Eles correspondem, cada um, a 10% das respostas. O restante (13%) preferiu não classificar o estilo de liderança.
Analisando os dados por diferentes setores, há poucos desvios. Mas um deles é bem significativo: os chefes da área de tecnologia e computação são os mais bem avaliados. Cerca de 28% são considerados inspiradores, 26% democráticos e 14% educadores. O índice de chefes considerados coercitivos nesse setor também é o menor: apenas 2%.
A partir de diversos resultados da pesquisa, a FEEx também atribui um índice de clima organizacional a cada empresa, chamado de i-CO. E os dados são evidentes ao mostrar a correlação entre a percepção do funcionário sobre o chefe e a nota final da empresa. Aquelas cujos chefes foram avaliados como inspiradores tiveram i-CO médio de 92,1 (o máximo é 100). Já aquelas com mais chefes coercitivos tiveram o i-CO médio mais baixo: 52,7.
"O líder coercitivo, além de não focar em resultados ou pessoas, deliberadamente atrapalha o desenvolvimento e a atuação do seu time", avalia Filipe Fonoff, pesquisador especializado em clima organizacional e um dos coordenadores do Prêmio Lugares Incríveis para Trabalhar. "O ideal é que este estilo de supervisão seja desincentivado e o chefe seja imediatamente afastado de sua atuação".
Idade é o maior influenciador
A percepção sobre os chefes é influenciada principalmente pela idade dos respondentes. Cerca de 35% dos trabalhadores entre 18 e 22 anos, por exemplo, consideraram seus chefes inspiradores. O índice cai a cada faixa etária seguinte, até estacionar em 27% para aqueles acima de 65 anos. "O que estamos vendo aqui é uma percepção de forma fatiada. O jovem, efetivamente, tem uma necessidade muito grande de ter essa inspiração [na chefia]; sem ela, ele não consegue ter a vontade de atuar", opina Ana Letícia.
Outra tendência consistente com a idade, no sentido inverso, é a percepção do chefe como democrático. Entre trabalhadores de até 22 anos, apenas 15% consideram seus chefes assim. O índice passa a aumentar a partir dos 23 anos (18%), e então segue consistente até a faixa dos 65 anos, na qual 23% consideram seus chefes democráticos.
"Isto ocorre porque estamos falando de liderança situacional. É natural que alguém mais maduro precise de menos referência profissional do que alguém que acabou de entrar no mercado de trabalho", explica Fonoff. "Mas manter a atuação inspiradora é favorável em qualquer cenário ou perfil de idade, cargo, setor ou tempo de casa."
O Prêmio Lugares Incríveis para Trabalhar é uma iniciativa do UOL e da Fundação Instituto de Administração (FIA) que vai destacar as empresas brasileiras com os mais altos níveis de satisfação entre os seus colaboradores. Os vencedores serão definidos a partir dos resultados da pesquisa FIA Employee Experience, que mede o ambiente de trabalho, a cultura organizacional, a atuação da liderança e a satisfação com os serviços de RH. A pesquisa já está na fase de coleta de dados das empresas inscritas e os vencedores do Prêmio devem ser anunciados em novembro.
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