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Investidores impedidos de assumir planos da Amil questionam decisão da ANS

Transferência de carteiras da Amil para APS foi suspensa pela ANS - Divulgação/Amil
Transferência de carteiras da Amil para APS foi suspensa pela ANS Imagem: Divulgação/Amil

Giuliana Saringer

Do UOL, em São Paulo

22/04/2022 19h54

O grupo de investidores que foi impedido pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) de assumir a carteira de planos individuais da Amil enviou uma carta à agência nesta quinta-feira (21) para questionar a decisão.

A carta pede explicações sobre as dúvidas da ANS. O grupo diz querer uma oportunidade para entender quais as preocupações do órgão e pede maior diálogo sobre a transferência da carteira, segundo apurou o UOL.

Em entrevista exclusiva ao UOL, o diretor-presidente da agência, Paulo Rebello, afirmou que a decisão de suspender a transferência dos planos da Amil foi tomada por causa da falta de transparência durante o processo e por dúvidas a respeito da capacidade econômico-financeira dos investidores de tocar a gestão das carteiras.

"Não há como existir qualquer tipo de sigilo ou omissão de informação para o regulador. Se não temos as informações, não dá para fiscalizar. A Amil começou a avançar em um processo sem compartilhar as informações com a ANS. Por isso, impedimos a operação", afirmou Rebello.

Suspensão do negócio

A Amil fez uma triangulação para vender os planos individuais. Primeiro, a operadora entregou a carteira com 337 mil clientes para a APS, que pertence ao mesmo grupo da Amil, o norte-americano UHG (Grupo United Health Brasil).

Depois, a APS buscou repassar esses clientes o consórcio formado por três sócios: Fiord Capital, gestora de investimentos fundada pelo empresário sérvio Nikola Lukic; Seferin e Coelho, empresa com investimentos em saúde privada e dona da rede de hospitais e clínicas Life Plus; e Henning von Koss, ex-diretor de empresas do setor, como a própria Amil, Hapvida e Medial.

Na proposta de composição de capital, Fiord e Seferin e Coelho detêm 45% de participação cada uma. Koss fica com uma fatia de 10%.

O acordo previa um aporte de R$ 2,34 bilhões da Amil na APS. Mas o negócio foi suspenso pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

Caso a ANS mude de ideia, a APS irá se dedicar exclusivamente à venda e gestão de planos de saúde individuais e familiares.