Petrobras diz a empregados que greve não ajuda o Brasil e seria um retrocesso
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A diretoria da Petrobras enviou nesta segunda-feira uma carta à força de trabalho da companhia na qual pede uma reflexão sobre uma greve programada pelos petroleiros e defende que a paralisação prevista para esta semana não seria positiva nem para a empresa e nem para o país.
"Como a Petrobras e a sua força de trabalho podem melhor ajudar o Brasil neste momento? Não acreditamos que seja com paralisações e com pressões para redução de nossos preços", afirmou a diretoria, segundo documento visto pela Reuters.
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"Em nosso entendimento, isso teria justamente o efeito contrário: seria um retrocesso em direção ao aumento do endividamento, prejudicando os consumidores, a própria empresa, e, em última instância, a sociedade", afirmou o texto.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados convocaram a categoria para uma greve nacional de advertência de 72 horas, segundo nota do site da entidade. Eles prometem começar o movimento grevista a partir do primeiro minuto de quarta-feira, dia 30.
A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) também indica greve por tempo indeterminado a partir de 30 de maio, segundo informações no site da entidade.
Ambas federações colocam como pauta a redução dos preços dos combustíveis e a saída do presidente da Petrobras, Pedro Parente.
A Petrobras admitiu que tem sofrido "um enorme questionamento" à sua política de preços, mas defendeu a prática de preços alinhados ao mercado externo e ao câmbio.
"A opção de praticar preços abaixo da referência do mercado do petróleo aumentaria nosso endividamento, colocando em risco a realização dos investimentos que garantem o nosso futuro", afirmou a diretoria no documento.
A petroleira também disse que irá apoiar o governo na solução dos problemas ocasionados pela greve dos caminhoneiros, mas ressaltou que "desde que sem prejuízos para a companhia".
As medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer na noite de domingo para tentar um acordo que encerrasse as manifestações preveem a manutenção de um corte nos preços do diesel anunciado pela Petrobras por 60 dias e a aplicação posterior de reajustes mensais, e não mais diários. Mas o governo prometeu uma subvenção à Petrobras para evitar perdas à companhia.
"Temos a convicção de que defender a nossa empresa é evitar qualquer ação que gere perdas para ela, por mais que, a princípio, pareça justificável", afirma a gestão da Petrobras na carta aos funcionários.
No documento, a companhia defendeu ainda que "outros atores", que não a Petrobras, são responsáveis por cerca de dois terços do preço da gasolina e metade do preço do diesel.
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