Bolsa fecha em alta pelo 2º dia e registra novo recorde; JBS cai quase 4%
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta segunda-feira (18) em alta de 0,31%, a 75.990,41 pontos, novamente no maior nível da história. Na última sexta-feira (15), a Bolsa terminou com valorização de 1,47%, a 75.756,52 pontos, atingindo o recorde pelo 4º dia em uma semana.
A sessão foi influenciada, principalmente, pelo desempenho positivo dos papéis da mineradora Vale (+1,33%) e do Banco do Brasil (+1,38%). As ações ordinárias (com direito a voto em assembleia) da Petrobras (+0,96%), e os papéis do Itaú (+0,71%) e do Bradesco (+0,86%) também fecharam em alta.
Por outro lado, as ações da Ambev (-1,21%) caíram, enquanto as preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos) da Petrobras ficaram estáveis. Essas empresas têm grande peso sobre o Ibovespa.
As ações da JBS terminaram o dia em queda de 3,95%, a R$ 8,50, após o conselho de administração da maior processadora de carne do mundo escolher José Batista Sobrinho como presidente-executivo, no lugar do seu filho Wesley. A decisão, segundo analistas do BTG Pactual, reitera a posição de controle da família e atrasa a aguardada transição para uma gestão profissional.
Dólar fecha em alta, a R$ 3,136
O dólar comercial fechou esta segunda-feira em alta de 0,67%, cotado a R$ 3,136 na venda. Na última sexta-feira (15), a moeda norte-americana ficou praticamente estável.
Os investidores aguardavam decisão do comitê de política monetária do Federal Reserve, banco central norte-americano, na quarta-feira (20). As expectativas são de manutenção da taxa de juros no país. Juros maiores nos EUA podem atrair para lá recursos atualmente aplicados em economias onde as taxas são hoje mais vantajosas, como a brasileira.
O que explica o recorde da Bolsa?
Segundo especialistas, os mercados estão otimistas com algumas notícias:
Queda dos juros: o Banco Central baixou os juros para 8,25% ao ano. Analistas esperam que a taxa básica (Selic) caia para 7% até o fim do ano, favorecendo a retomada da atividade econômica.
Dados econômicos positivos: a atividade econômica em julho cresceu 0,41% na comparação com junho, segundo o IBC-Br, considerado uma "prévia" do PIB (Produto Interno Bruto). O resultado foi melhor que o esperado por analistas consultados pela agência de notícias Reuters (0,1%). A produção industrial de julho também superou as estimativas do mercado.
Vitórias no Congresso: o Congresso concluiu votações importantes para o governo recentemente: aprovou o aumento do rombo nas contas públicas deste ano e do próximo, para R$ 159 bilhões, e a criação da nova taxa de juros do BNDES, com menos subsídios da União.
Reviravolta na delação da JBS: o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu rescindir o acordo de colaboração dos delatores da JBS Joesley Batista e Ricardo Saud e oferecer denúncia contra eles por obstrução de Justiça. A delação da JBS serviu de base para a primeira denúncia contra o presidente Michel Temer.
Reforma da Previdência: a percepção dos investidores é a de que o governo ainda tem forças para avançar sua agenda de reformas, como a da Previdência, apesar da nova denúncia contra o presidente Michel Temer.
Depoimento de Antonio Palocci e eleições de 2018: as afirmações do ex-ministro Antonio Palocci sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afetam a imagem de Lula e podem influenciar o cenário eleitoral para 2018, favorecendo um candidato de continuidade.
Exterior: as preocupações com os testes de mísseis norte-coreanos diminuíram, e o foco mudou para a reunião do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos. O encontro de dois dias do Comitê Federal de Mercado Aberto, que começa na terça-feira (19), não deve resultar em um aumento dos juros norte-americanos.
(Com Reuters, Bloomberg e Valor)
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