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Dólar sobe e atinge R$ 3,915, e Bolsa cai 1%, com especulação sobre eleição

Do UOL, em São Paulo

17/08/2018 17h08

O dólar comercial fechou esta sexta-feira (17) em alta de 0,24%, cotado a R$ 3,915 na venda. É o terceiro avanço seguido e novamente o maior valor de fechamento desde 5 de julho (R$ 3,934). Com isso, a moeda termina a semana com ganho acumulado de 1,31%, a segunda seguida de valorização.

Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda de 1,03%, a 76.028,5 pontos, na terceira baixa consecutiva e atingindo o menor nível desde 12 de julho (75.856,22 pontos). Na semana, a Bolsa acumula desvalorização de 0,63%. Foi a segunda queda semanal.

No Brasil, influenciou a sessão a divulgação de uma nova pesquisa eleitoral (leia mais abaixo). Resultados de pesquisa normalmente causam preocupação no mercado e abrem espaço para especulação. No cenário externo, investidores continuaram acompanhando a situação da Turquia.

Leia também:

Petrobras e bancos caem

Entre os destaques da Bolsa, as ações da mineradora Vale (+2,17) registraram alta, enquanto os papéis da Petrobras (-2,59%) e dos bancos Itaú Unibanco (-2,56%), Banco do Brasil (-3,52%) e Bradesco (-3,05) fecharam em queda. Essas empresas têm grande peso sobre o Ibovespa.

Pesquisa eleitoral

Uma pesquisa encomendada pela XP Investimentos mostra que o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, tinha 9% das intenções de voto em cenários sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, frente a 10% no levantamento da semana anterior. O mercado avalia que Alckmin é mais comprometido com reformas que considera necessárias ao equilíbrio das contas públicas.

A pesquisa também mostrou que Fernando Haddad, provável substituto do líder petista no pleito, ganhou terreno frente ao levantamento anterior, que ainda trazia o nome de Manuela D'Ávila (PCdoB), antes de abrir mão da candidatura para fechar aliança com o PT.

"O mercado tem dúvidas que outros candidatos tenham condição de fazer reformas, o que gera mau humor", afirmou a estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Fernanda Consorte, em entrevista à agência de notícias Reuters.

Veja algumas informações da pesquisa:

Cenário sem Lula

  • Jair Bolsonaro (PSL) - 23%
  • Marina Silva (Rede) - 11%
  • Geraldo Alckmin (PSDB) - 9%
  • Ciro Gomes (PDT) - 8%
  • Fernando Haddad (PT) - 7%
  • Álvaro Dias (Podemos) - 5%
  • Henrique Meirelles (MDB) - 2%
  • João Amoêdo (Novo), Cabo Daciolo (Patriota), Guilherme Boulos (PSOL) e Vera Lúcia (PSTU) - 1% cada um
  • João Goulart Filho (PPL) e José Maria Eymael (DC) - não atingiram 1%
  • Branco e nulo - 24%
  • Não sabe - 6%
  • Não respondeu - 1%

Cenário com Lula

  • Lula (PT) - 31%
  • Jair Bolsonaro (PSL) - 20%
  • Geraldo Alckmin (PSDB) - 9%
  • Marina Silva (Rede) - 8%
  • Ciro Gomes (PDT) - 7%
  • Álvaro Dias (Podemos) - 5%
  • João Amoêdo (Novo), Henrique Meirelles (MDB), Cabo Daciolo (Patriota), Vera Lúcia (PSTU) - 1% cada um
  • João Goulart Filho (PPL), José Maria Eymael (DC), Guilherme Boulos (PSOL) - não atingiram 1%
  • Branco e nulo - 13%
  • Não sabe - 3%
  • Não respondeu - 0%

A corretora XP Investimentos contratou o Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) para fazer pesquisas semanais sobre a corrida presidencial.

A pesquisa foi feita entre os dias 13 e 15 de agosto e ouviu 1.000 pessoas, por telefone, em todas as regiões do país. O levantamento tem um nível estimado de 95,45% de confiança e uma margem de erro estimada de 3,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

O levantamento foi registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número BR-02075/2018, com divulgação em 16 de agosto.

Crise na Turquia

A lira turca voltou a recuar frente ao dólar neste pregão, com preocupações sobre a influência do presidente turco, Tayyip Erdogan, sobre a economia, e seus pedidos por taxas de juros mais baixas. Pesava ainda mais a notícia de que um tribunal turco rejeitou recurso para libertar o pastor norte-americano cristão Andrew Brunson de prisão domiciliar. Ele é o pivô de uma disputa diplomática entre Turquia e EUA.

Leia mais sobre a crise na Turquia:

Atuação do BC

O Banco Central brasileiro fez nesta sessão leilão de 4.800 swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de setembro, no total de US$ 5,255 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

(Com Reuters)