Ação da Taurus despenca e perde 41% em 2 dias; Bolsa e dólar fecham em alta
As ações da fabricante de armas Taurus voltaram a cair nesta quarta-feira (16), após tombo de 22% na véspera. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia) fecharam em queda de 25,57%, a R$ 5,21, enquanto os preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos) se desvalorizaram 21,24%, a R$ 5,08. As ações da empresa acumularam perdas de 41,46% e 38,8%, respectivamente, apenas nas duas últimas sessões.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 0,36%, a 94.393,07 pontos. O dólar comercial registrou valorização de 0,24%, cotado a R$ 3,734 na venda, no segundo avanço consecutivo. É o maior valor em mais de uma semana, desde 7 de janeiro, quando valia R$ 3,7343.
Na véspera, a moeda norte-americana subiu 0,71%, e a Bolsa caiu 0,44%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.
Ações da Taurus em queda
A Taurus teve seu segundo dia de forte queda após o presidente Jair Bolsonaro assinar decreto que facilita a posse de armas no país. No ano passado e no início deste ano, as ações da empresa passarem por uma onda de alta.
Três fatores explicam a queda dos últimos dias, segundo o economista Pedro Coelho Afonso: venda de ação para embolsar lucro, a frustração com o decreto e a possibilidade de maior concorrência no setor de armas. "No curto prazo, é natural haver essa queda. Mas no médio e no longo prazo, a tendência é de estabilização", afirmou.
Petrobras e Vale sobem
Entre os destaques do Ibovespa no dia, as ações da Petrobras (+0,81%), da mineradora Vale (+0,57%) e do Bradesco (+0,48%) registraram alta. Por outro lado, os papéis do Banco do Brasil (-0,95%) e do Itaú Unibanco (-0,29%) fecharam em baixa. Essas empresas têm grande peso sobre o índice.
Dúvidas sobre o futuro do Reino Unido
Investidores ainda avaliavam os impactos da derrota da primeira-ministra britânica, Theresa May, em votação do Parlamento sobre o acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia.
Após a rejeição do acordo, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que a maior probabilidade é a de que aconteça um "Brexit" desordenado, enquanto Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, sugeriu que o Reino Unido considere reverter totalmente o "Brexit" e continuar na UE.
Nesta quarta, o Parlamento britânico rejeitou um pedido para destituir May do cargo. Com isso, a premiê ganha uma sobrevida para tentar um novo acordo para que o Reino Unido deixe a União Europeia.
Reforma da Previdência
No Brasil, investidores aguardavam anúncios mais concretos sobre a proposta de reforma da Previdência, após o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmar na véspera que a proposta será apresentada ao presidente Jair Bolsonaro até o próximo domingo (20).
Segundo Onyx, Bolsonaro deve usar a viagem ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, para discutir o tema e uma decisão deve ser tomada na volta ao Brasil.
Atuação do BC
O Banco Central brasileiro vendeu nesta sessão 13,4 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 7,37 bilhões do total de US$ 13,398 bilhões que vencem em fevereiro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
(Com Reuters)
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