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Bolsa passa a cair quase 2%; dólar também recua, vendido perto de R$ 5,03

Do UOL, em São Paulo

20/03/2020 09h10Atualizada em 25/03/2020 17h54

A Bolsa passou a cair nesta tarde após passar o dia operando em alta. O dólar também recuava, em meio a esperanças globais de estímulo econômico contra a crise do coronavírus.

Por volta das 16h50, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, perdia 1,98%, a 66.979,56 pontos, e o dólar comercial recuava 1,5%, a R$ 5,027 na venda.

Ontem, a Bolsa fechou o dia com valorização de 2,15%, aos 68.331,80 pontos. O dólar fechou em baixa de 1,83%, a R$ 5,104 na venda, na maior queda percentual diária em 17 meses.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Brasil quase zera previsão para alta do PIB

O governo brasileiro praticamente zerou hoje a expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para este ano. O Ministério da Economia cortou a projeção de 2,1% para 0,02%. Há dez dias, o governo já havia reduzido a previsão de crescimento da economia, de 2,4% para 2,1%.

A redução drástica da previsão mostra a rápida deterioração das expectativas em meio ao avanço do coronavírus e seu dramático impacto na economia.

Ainda assim, a previsão do governo é mais otimista do que a do mercado. Alguns analistas projetam que o PIB pode não crescer em 2020, outros avaliam que o risco de recessão global é real.

Medidas do governo brasileiro

Ontem, o Ministério da Economia anunciou novo auxílio à população afetada por redução de jornada de trabalho e renda. Quem ganha até dois salários mínimos (R$ 2.090) e tiver o salário reduzido receberá mensalmente 25% do seguro-desemprego. O benefício irá variar entre R$ 261,25 e R$ 381,22.

A medida é vista por empresários como uma boa iniciativa para evitar demissões e falências. O governo também anunciou antecipação do BPC (Benefício de Prestação Continuada) para pessoas com deficiência na fila do INSS.

De acordo com o presidente Jair Bolsonaro, o governo está tomando todas as medidas cabíveis em relação à pandemia de coronavírus e espera que em sete ou oito meses o Brasil possa voltar à normalidade.

Estímulo do BC dos EUA segura dólar

O Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) disse nesta sexta-feira que aperfeiçoará os acordos de linha de swap de liquidez em dólar que mantém com vários grandes bancos centrais. Na prática, isso significa reforçar a disponibilidade de dólares nos mercados.

Ontem, o Fed abriu as torneiras para que nove países tenham acesso a dólares, prevendo até US$ 60 bilhões para o Brasil.

A promessa de bancos centrais e governos das principais economias de garantir dinheiro para reduzir o impacto econômico do coronavírus deixava os investidores mais otimistas.

* Com Reuters

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