Fundos multimercados: opção arriscada em momento de incerteza

"Se você não está confuso é porque está mal informado". O slogan dos anos 70 parece se encaixar à perfeição ao cenário econômico do país neste ano.

Embora a preocupação com as taxas de inflação seja uma unanimidade, não há clareza entre economistas e demais especialistas sobre quais medidas o governo vai priorizar para combater o problema.

Nas últimas semanas, ganhou força a opinião de que o Banco Central pode subir os juros básicos da economia ainda neste ano (e não somente em 2014, como parecia apontar o consenso de mercado). Mas não há concordância sobre quando e de quanto pode ser o suposto ajuste da taxa básica em 2013, hoje em 7,25% ao ano.

Sem clareza sobre o futuro próximo, fica mais difícil para o investidor decidir o destino de seus recursos.

A economista da Lerosa Investimentos, Alexandra Almawi,sugere que o investidor pesquise fundos de investimentos em que o responsável pela gestão do dinheiro aplicado tenha mais flexibilidade para administrar os recursos.

Nos bancos, esses fundos são conhecidos como multimercados.

“O investidor não tem o conhecimento nem o tempo de ficar se atualizando a respeito das mudanças na economia no cenário atual. É melhor ele buscar esse tipo de fundo”, acrescenta, ressaltando o cuidado com as taxas de administração.

Os fundos multimercados podem aplicar tanto em produtos de renda fixa (CDBs e outros fundos) como produtos de renda variável (ações).

Essa flexibilidade, que pode ser uma vantagem em um cenário tão obscuro como o atual, exige alguns cuidados do poupador, por dois motivos principais: primeiro, as taxas de administração podem ser mais altas; segundo, o risco desse produto também pode surpreender.

Uma leitura cuidadosa do prospecto do fundo (documento obrigatório de qualquer fundo de investimento), com os detalhes do que o responsável pode fazer ou não com os recursos aplicados, é mais do que recomendado.

Veja abaixo as dicas para investir conforme cada aplicação:

Ações - perspectiva de juro mais alto tira apelo da Bolsa

CDBs, fundos DI e poupança - se juro subir, ganhos melhoram

Tesouro direto - risco de alta dos juros afeta títulos e fundos de inflação

Analistas têm dúvidas sobre o que o governo vai fazer com os juros