Ações: perspectiva de juro mais alto tira apelo da Bolsa

Há uma preocupação generalizada no governo e no mercado financeiro a respeito dos rumos da inflação neste ano e em 2014. Por outro lado, há pouca clareza sobre o que as medidas que as autoridades econômicas podem tomar contra o problema.

O governo pode usar a taxa básica de juros (que influi no custo dos empréstimos para consumidores e empresas), elevando o patamar atual de 7,25% ao ano.

Para economistas do setor financeiro,no entanto, não há sinais claros sobre a forma como o governo vai usar essa ferramenta básica de política econômica. Ganhou força nos últimos dias o grupo dos economistas que acredita em um aumento dos juros ainda neste semestre, mas essa opinião está longe de ser uma unanimidade.

Especialistas concordam que o cenário de incertezas não ajuda na recuperação da Bolsa de Valores, que vem de três anos de desempenhos modestos. O risco de juros mais altos também não ajuda: em geral, são nocivos para o mercado de ações, porque influem nos ganhos das empresas --os empréstimos ficam mais caros, entre outros motivos.

“A Bolsa de Valores, mais do que nunca, virou um investimento de longo prazo. Eu acho que o momento de entrada [compra de papéis] está interessante, porque se a Bolsa não está no fundo do poço, está bem perto. Mas é um investimento para quem pretende tirar o dinheiro num prazo de uns cinco anos”, diz Alexandra Almawi, da gestora paulista Lerosa Investimentos.

"É sempre possível garimpar alguns papéis que vão ter um rendimento melhor, mesmo nesse cenário. Mas é tarefa para especialistas", diz Cristiano Costa, professor da Fucape Business Schoool e consultor de investimentos.

"Não é o momento para os fundos de Índice [fundos que perseguem o Ibovespa, o termômetro da Bolsa]", afirma.

Veja abaixo as dicas para investir conforme cada aplicação:

CDBs, fundos DI e poupança - se juro subir, ganhos melhoram

Fundos multimercados - a sugestão arriscada para momentos de incerteza

Tesouro direto - risco de alta dos juros afeta títulos e fundos de inflação

Analistas têm dúvidas sobre o que o governo vai fazer com os juros