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CDBs e fundos: se juros subirem, ganhos melhoram

Epaminondas Neto

Do UOL, em São Paulo

21/02/2013 06h00

Para muitos economistas, não se trata de “se” mas de “quando” o governo vai aumentar os juros básicos do país. Atualmente em 7,25%, essa taxa de juros é a ferramenta básica para combater a inflação, que vem assustando nos últimos meses.

Além do impacto no custo dos empréstimos, essa taxa também afeta os rendimentos da poupança (por causa das novas regras), dos fundos DI e dos CDBs pós-fixados.

Para Cristiano Costa, professor da Fucape Business School (Espírito Santo), sugere que o poupador volte a dar atenção para o CDI ou pelo menos, redistribua uma parte dos recursos para esse tipo de aplicação.

CDI é a taxa de juros praticada pelos bancos quando fazem empréstimos entre si diariamente. Essa taxa segue de perto a taxa básica de juros do país (a Selic) e serve de referência para o rendimento dos fundos DI e dos CDBs-DI (pós-fixados).

Quando essa taxa básica de juros sobe, a taxa CDI acompanha e os ganhos desses fundos e CDBs tendem a melhorar.

Os LFTs, títulos da dívida pública negociados no Tesouro Direto, também tendem a ganhar mais, porque “perseguem” a taxa Selic.

“O que o investidor pode fazer é realocar seus recursos para conseguir uma condição melhor para seus investimentos, migrando para um fundo DI com uma taxa de administração menor [e que exige um investimento inicial maior]”, afirma Costa.

Essa estratégia não é unânime entre os especialistas. “Se o investidor perseguir o CDI [a referência para os investimentos pós-fixados] agora, eu garanto que ele vai ter que mudar novamente pouco tempo depois”, diz o professor da FGV-SP Ricardo Rochman.

O especialista ressalta que o governo tem interesse em manter baixos os juros básicos da economia. Além da inflação, as autoridades econômicas mostraram grande preocupação com o ritmo de crescimento do país, o que pode se agravar em 2014 (ano eleitoral).

Fique atento às taxas de administração

Quem está, fica. Esse parece ser o melhor conselho para os investidores que já têm dinheiro aplicado em produtos pós-fixados como fundos DI e CDBs-DI.

O ajuste a fazer está nas taxas de administração. Alguns fundos DI muito populares (que exigem baixos valores para começar a aplicação) cobram taxas muito altas, que corroem o ganho dessas aplicações.

A comparação a ser feita é sempre com a poupança: caso a taxa de juros suba para 7,50% ao ano, a aplicação mais popular do país vai render 5,25% em 12 meses, pela novas regras.

Para o investidor de um fundo DI, não valeria a pena permanecer em um produto com uma taxa de administração superior a 1,3%. Essa condição vale para “o melhor dos casos”, em que o dinheiro pode ficar guardado por dois anos, quando a mordida do Leão sobre os ganhos cai para 15%, a menor alíquota possível do Imposto de Renda. Abaixo desse prazo, seria melhor pesquisas taxas de administração em torno de 1%.

Em relação aos CDBs, um aplicador deveria negociar produtos que paguem pelo menos 95% do CDI (a taxa de juros praticada entre os bancos) para que o ganho da aplicação tenho alguma vantagem ante a poupança.

A taxa Selic atual é de 7,25% ao ano. Nos últimos anos, quando o governo aumentou os juros, nunca executou um ajuste menor que 0,25 ponto percentual. Portanto, se realmente houver uma elevação da Selic neste ano, é provável uma correção para 7,50%, no mínimo.

Veja abaixo as dicas para investir conforme cada aplicação:

Ações - perspectiva de juro mais alto tira apelo da Bolsa

Fundos multimercados - a sugestão arriscada para momentos de incerteza

Tesouro direto - risco de alta dos juros afeta títulos e fundos de inflação

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