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Eles ensinam a investir e ganhar dinheiro, mas precisa ter R$ 100 mil

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Imagem: Thinkstock

Téo Takar

Do UOL, em São Paulo

18/04/2019 04h00Atualizada em 18/04/2019 13h44

Contar com a ajuda de um profissional antes de tomar decisões de investimento ainda é privilégio para poucos. Em geral, é preciso ter, no mínimo, R$ 100 mil disponíveis para investir para contar com um apoio personalizado. Em grandes bancos, a exigência mínima de recursos chega a R$ 1 milhão.

Há basicamente quatro especialistas no mercado que podem orientar seus investimentos: o agente autônomo, o planejador financeiro, o consultor de investimentos e o analista de investimentos. Existem limitações legais nos papéis que eles exercem e nas responsabilidades que podem assumir junto ao cliente. Veja abaixo em detalhes como cada um desses profissionais atua.

Agente Autônomo de Investimentos

O agente autônomo é um profissional ligado a uma corretora ou plataforma de investimentos. Ele é remunerado pela instituição para oferecer e distribuir os produtos disponíveis na corretora que se encaixam nas necessidades dos clientes.

Para isso, ele é obrigado a aplicar no cliente um teste chamado Análise de Perfil de Investidor (API), para avaliar qual é o conhecimento do cliente sobre investimentos e sua disposição a assumir riscos. A partir do resultado da API, o agente determina quais produtos podem ser oferecidos.

É o único dos quatro profissionais que pode lidar diretamente com o dinheiro do cliente, ou seja, executar ordens de investimento, mediante a autorização expressa dele.

Uma crítica frequente ao trabalho do agente autônomo é a possibilidade de conflito de interesse, uma vez que ele é remunerado com base nos produtos que são adquiridos pelos clientes. Ou seja, quanto mais ele vende, mais ele ganha.

Planejador financeiro

O planejador avalia toda a vida financeira do cliente e ajuda a organizá-la. Ele analisa o patrimônio, as dívidas, objetivos de curto, médio e longo prazos, como viagens ou a compra de um imóvel, e também planeja a questão sucessória, ou seja, a transferência dos bens para os herdeiros no momento da morte.

O trabalho do planejador financeiro é remunerado pelo cliente, com base em um contrato acertado previamente, o que reduz a possibilidade de conflito de interesses. As condições de pagamento podem variar de um planejador para outro: pode ser um valor fixo mensal ou um percentual do patrimônio do cliente, por exemplo.

Consultor de investimentos

O planejador financeiro pode pensar a distribuição dos investimentos do cliente. Se ele deve ter 10% do seu patrimônio em renda variável, por exemplo. Entretanto, ele não pode recomendar produtos específicos ao cliente, como comprar a ação X ou aplicar no fundo Y.

Cabe ao consultor de investimentos, ou consultor de valores mobiliários executar essa função. O consultor precisa ser cadastrado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para exercer a profissão. Eventualmente, um planejador financeiro também pode ser consultor, desde que seja cadastrado na CVM.

Já o agente autônomo jamais poderá ser um consultor porque esse profissional não pode ter vínculo com nenhuma corretora, para garantir a independência das recomendações de produtos aos clientes.

Analista de investimentos

O analista é um profissional contratado por uma corretora ou banco para avaliar determinados produtos e emitir recomendações de compra e venda para os clientes. Entre os produtos mais frequentemente analisados estão ações de empresas listadas na Bolsa e fundos imobiliários.

As recomendações do analista são feitas com base nas características do produto analisado. Não há nenhuma relação entre o analista e o cliente. Portanto, o produto recomendado pode não ser adequado para as necessidades dos clientes.

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Errata: este conteúdo foi atualizado
O texto informava incorretamente a função de consultor financeiro. O nome correto da função é consultor de investimentos ou consultor de valores mobiliários.