Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Xepa na Bolsa: 7 empresas lucrativas que ficaram baratas com a crise
Para quem investe com objetivo de longo prazo, as crises são oportunidades de pagar menos em ações de boas empresas. Por isso, separei aqui sete companhias lucrativas que estão sendo negociadas na Bolsa de Valores por um preço menor do que o patrimônio líquido delas.
É como se uma padaria dona de um imóvel de R$ 1 milhão, sem dívidas, estivesse à venda por R$ 800 mil. Entendeu a lógica? Veja abaixo que empresas que estão na xepa da Bolsa. Os dados usados nesta coluna são do fechamento do mercado da última quarta-feira (8). E lembrando que isso não é uma recomendação, é uma comparação entre os preços das ações das empresas e seu patrimônio.
1. Banrisul: -46%
O valor de mercado do Banrisul está em R$ 5 bilhões. No entanto, o seu patrimônio líquido, segundo o balanço mais recente, está em R$ 8 bilhões. Ou seja, o preço da empresa está com um desconto aproximado de 46% em relação ao seu valor patrimonial.
2. Banco do Brasil: -40%
Os papéis do BB estão sendo negociados com 40% de desconto, aproximadamente. Por ser estatal, tende a ser afetada em momentos de crise política.
Por outro lado, o banco tem apresentado lucro acima de R$ 10 bilhões por ano desde 2017. No primeiro semestre de 2020, já lucrou quase R$ 10 bilhões.
3. Iochpe Maxion: -33%
A Iochpe Maxion, fabricante nacional de componentes para automóveis, está sendo negociada na Bolsa com um desconto de 33% em relação ao seu patrimônio líquido.
A empresa teve um prejuízo líquido de R$ 419 milhões no ano passado. Em 2021, no entanto, já lucrou mais de R$ 300 milhões, recuperando boa parte das perdas.
4. Eletrobras: -25%
A concessionária de energia elétrica está sendo negociada por um preço 25% menor do que o seu patrimônio líquido.
O último prejuízo anual da empresa foi em 2017. Em 2021, o lucro acumulado no primeiro semestre foi de R$ 4,1 bilhões.
5. Copel: -23%
Mais uma concessionária de serviço de utilidade pública, a Copel (Companhia Paranaense de Energia) está com um desconto de 23%.
A empresa não teve nenhum prejuízo anual nos últimos 10 anos, e seu lucro no ano passado foi recorde.
Como se não bastasse, a empresa tem sido uma das maiores pagadoras de dividendos da Bolsa. Os proventos pagos por ação nos últimos 12 meses equivalem a 14% do preço atual do papel atualmente.
6. Copasa: -22%
Mais uma empresa que está com desconto no valor de mercado e ainda por cima tem oferecido um altíssimo retorno em dividendos.
A Companhia de Saneamento de Minas Gerais, Copasa, está com um retorno em dividendos de 20,5% e é negociada atualmente a um preço 12% menor do que o seu valor patrimonial líquido.
No entanto, aqui vale um alerta: o alto retorno em dividendos ocorreu porque, em novembro do ano passado, a companhia pagou proventos em um nível excepcionalmente elevado. É improvável que isso se repita muitas vezes.
7. Neoenergia: -15%
A Neoenergia, outra companhia do setor elétrico, é negociada atualmente com um desconto de 15% em relação ao seu valor patrimonial.
O preço da ação, que já chegou a R$ 26 antes da pandemia, tem variado em torno de R$ 15.
Nos últimos 10 anos, a empresa não teve prejuízo anual. Em 2020, teve receita e lucro recordes.
Hora de comprar?
Esses dados não devem ser os únicos a serem levados em conta na tomada de decisão sobre comprar ou não um papel. Eles são um ponto de partida.
Se você ficou interessado em investir em alguma dessas empresas, o próximo passo é pesquisar análises recentes sobre cada uma delas e conferir se existem motivos claros para elas estarem sendo negociadas com desconto.
Será que o patrimônio líquido delas está superestimado? Será que houve algum erro na gestão dessas companhias, colocando em risco o seu futuro? Será que os setores aos quais elas pertencem estão em crise?
Nenhuma ação está livre de risco. Porém, fazendo essa lição de casa, você aumenta muito a probabilidade de acertar na escolha.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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