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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Como consegui um rendimento de mais de 170% desde 2020? Veja o que fiz

24/09/2021 04h00

Esses dias um dos meus sócios do aplicativo Grana Capital, o André, me abordou dizendo: "Sílvio, preciso te falar que a sua carteira teve o segundo melhor desempenho entre os usuários do app com investimentos na mesma faixa de valores".

Traduzindo, meus ativos hoje valem 171,16% mais do que antes da pandemia. Esta foi a rentabilidade consolidada de todas as minhas aplicações na Bolsa desde 1º de janeiro de 2020. No mesmo período, o Ibovespa, índice das ações mais negociadas da Bolsa brasileira, caiu 5,88%.

Nesta coluna e nas próximas, eu compartilho quais foram os ativos que me deram esse resultado e como foram minhas decisões de compra e venda nesse período. Não, nem tudo é só lucro. Leia abaixo. Lembrando que isso não é uma recomendação de investimentos, mas a minha experiência como investidor.

Não vou revelar os valores absolutos, em reais, até porque isso só interessaria a curiosos, mas achei que, abrindo os percentuais e explicando minha estratégia, posso ajudar outras pessoas que tenham um perfil de risco parecido com o meu.

Veja o gráfico.

Carteira Silvio Crespo - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
A rentabilidade da minha carteira desde 1º de janeiro
Imagem: Arquivo Pessoal

Aviso

Sabemos que alguns influenciadores divulgam ativos selecionados da sua carteira, maquiando seus resultados.

Diante disso, acho importante informar que o nosso app (Grana Capital, de onde tirei o gráfico) é integrado ao sistema da B3 e puxa automaticamente todas as transações realizadas pelo usuário, em todas as corretoras, de modo que não dá para o usuário escolher apenas a parte boa da carteira para mostrar no gráfico.

Quais investimentos produziram esse resultado?

Em janeiro de 2020, período em que esse gráfico começa, eu só tinha ações do Banco Inter (BIDI4). Outro dia eu posso explicar o porquê dessa decisão.

Quando a pandemia derrubou as ações no mundo inteiro, não havia como saber até que ponto aquela queda poderia chegar.

Eu paguei R$ 18,43, em média, por ação do Banco Inter e, naquele momento, elas estavam custando cerca de R$ 9,00.

Se eu vendesse os papéis naquele momento, teria um prejuízo de 50% do meu patrimônio em Bolsa.

Depois do "caramba, me dei mal", o primeiro pensamento mais pé no chão que eu tive foi: "Não vou sair da Bolsa agora. Ninguém sabe qual será a gravidade da pandemia, quanto tempo vai durar e mesmo se um dia vai acabar. Mas da Bolsa eu não tiro o dinheiro".

Minha decisão estava amparada na ideia de que, em algum momento, a humanidade encontraria uma forma de, se não erradicar, ao menos lidar com a pandemia. E, conforme avançássemos nesse ponto, a Bolsa se recuperaria, cedo ou tarde.

Ok, mas será que todas as companhias se recuperariam? O que poderia levar algumas à falência? O que poderia ser vantagem em outras?

Vender ou não vender Banco Inter?

Especificamente, eu me perguntava, em primeiro lugar, se o Banco Inter iria se recuperar ou se tinha chance de quebrar.

O que pode acontecer quando a economia fica parada por muito tempo? Uma das consequências é que o crédito seca, ou seja, os bancos ficam com medo de emprestar dinheiro, pelo risco de inadimplência.

Os bancos vivem emprestando dinheiro um para o outro. Se em algum momento começa a correr informação de que algum banco pequeno ou médio pode quebrar, os demais param de conceder empréstimo a ele.

A consequência nesse tipo de situação é que a instituição de menor porte pode acabar quebrando, não necessariamente porque ia mal, mas porque não recebe mais empréstimos e não tem mais como rolar suas dívidas.

Na prática, não dava para saber, naquele momento da pandemia, se iríamos chegar a tal ponto. O fato é que, na minha cabeça, havia chance. Na dúvida, preferi vender algo como 75% das minhas ações do Banco Inter.

Sim, vendi as ações quando elas estavam ao redor de R$ 9, e banquei os 50% de prejuízo em relação ao preço de compra (cerca de R$ 18).

Naquele momento, preferi perder 50% do que 100%, e pensei: "o que dá para fazer a partir daqui?".

Decidi, então, buscar empresas mais estabelecidas no mercado, com menos chances de quebrar, e que não fossem muito afetadas pela pandemia. Aí, é que meu jogo virou.

Onde investi na pandemia?

Até agora eu contei como estava minha carteira antes da pandemia e o que eu vendi quando a Bolsa despencou em março.

Na próxima coluna, vou falar quais ações eu comprei naquele momento e o que me levou a escolhê-las. Até lá.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.