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Quero um investimento mais seguro: como encontrar o melhor?

30/09/2022 04h00

"Sílvio, você tem uma indicação de um bom CDB?", perguntou-me um leitor.

Eu ia responder ali mesmo, no comentário que ele deixou no meu Instagram, mas acho que é uma questão muito comum e que merece ser tratada com atenção.

Na verdade, essa dúvida é um pouco mais ampla. Quem está atrás de "um bom CDB", na verdade, está buscando um bom investimento seguro. Se não, teria me perguntado qual é a melhor ação ou o melhor fundo imobiliário.

Na coluna de hoje eu explico, portanto, como escolher não um bom CDB, mas um investimento seguro que atenda às suas necessidades.

São apenas dois passos que você tem que cumprir.

Passo 1: Qual é a sua necessidade ao investir?

Em primeiro lugar, é preciso ficar claro que não faz sentido buscar "um bom CDB", assim como não o faz ir ao supermercado e procurar por, digamos, um bom produto de limpeza.

Afinal, depende de qual é a sua necessidade. O detergente, sabemos, é ótimo para lavar louças, mas pode ser inútil (ou mesmo prejudicial) se aplicado em determinadas superfícies.

Com os investimentos, é a mesma coisa. Considere que o CDB é uma classe de produtos que atendem a diversas necessidades. Se aplicado de forma errada, fará com que você perca (ou deixe de ganhar) dinheiro.

Então, antes de começar a procurar investimentos é necessário definir qual é a sua necessidade. É manter uma reserva de emergência, que você possa resgatar a qualquer momento?

Ou é acumular dinheiro a longo prazo, protegendo-o da inflação e, se possível, ainda rendendo juros?

De forma geral, essas são as duas necessidades que uma pessoa pode ter ao investir. O mesmo investidor, aliás, pode ter ambas ao mesmo tempo.

Portanto, a lição até aqui é: decida se você quer que o dinheiro fique sempre à mão, para que possa resgatá-lo se precisar, ou se está comprometido a deixá-lo aplicado por um determinado período (seis meses, um ano ou mais).

Passo 2: Escolha o investimento que atende à sua necessidade

Se a sua necessidade é de manter uma reserva de emergência, então os investimentos mais indicados são os que têm liquidez diária, ou seja, que podem ser resgatados a qualquer momento, sem risco de prejuízo.

Entre as opções com liquidez diária, as mais rentáveis são o Tesouro Selic, os fundos do tipo DI e os CDBs, LCAs e LCIs pós-fixados.

Eu, atualmente, deixo minha reserva de emergência em um fundo DI. O Tesouro Selic é também uma excelente pedida, mais rentável do que os fundos DI. Só prefiro estes últimos porque, no aplicativo do meu banco, é mais fácil aplicar nesse tipo de investimento do que no Tesouro Selic.

Em relação a CDB, LCA e LCI, se tiver liquidez diária e for pós-fixado, podem ser uma boa opção também, desde que tenham sido emitidos por um banco pequeno ou médio. Um CDB com liquidez diária de um grande conglomerado financeiro, hoje em dia, tende a render menos que o Tesouro Selic e até mesmo os fundos DI.

Mas, sinceramente, eu nem olho para CDB, LCA ou LCI quando vou investir na reserva de emergência. Dá muito trabalho escolher, e o rendimento nem é tão mais alto. Aliás, às vezes é até mais baixo.

Se o seu banco tem um fundo DI com taxa de administração menor que 1%, eu nem perderia tempo comparando com outros investimentos. Já colocaria lá e pronto. Se não tem, não se preocupe, o Tesouro Selic atende muito bem.

Necessidades de longo prazo

Se você já tem uma reserva de emergência e está pensando agora em aplicar para um prazo acima de seis meses, existem três opções de investimentos seguros: os pós-fixados, os prefixados e os indexados à inflação.

Eu poderia explicar o que significa cada um desses termos, mas acredito que a maior parte dos leitores iria dormir antes de terminar o texto.

Então acho mais fácil dizer o seguinte: se você quer segurança, divida o seu investimento nessas três opções. Se tem R$ 10 mil para investir, coloque, por exemplo, R$ 3.500 em pós-fixado, outros R$ 3.500 em inflação e os R$ 3.000 restantes em prefixado.

Assim, não importa o que aconteça com a taxa de juros ou com a inflação, você sempre estará resguardado.

Para terminar, você deve estar se perguntando: "Mas qual investimento pós-fixado eu escolho? Qual prefixado?", e assim por diante.

Aqui, as opções são muitas, então você precisa recorrer ao seu gerente ou assessor e perguntar para ele quais os investimentos mais rentáveis que eles têm nas categorias pós-fixados, prefixados e inflação, dentro do prazo que você deseja.

Finalmente, ele vai te mostrar as opções e você vai dividir o seu dinheiro entre os melhores pós-fixados, prefixados e indexados à inflação.

E o CDB?

Pois é, veja que dessa forma você não precisa nem saber o que é um CDB, uma LCA ou LCI. Dentro das opções que o seu banco ou corretora oferecer, haverá esses três tipos de investimento.

Mas não importa, para você, se é CDB, LCA ou LCI. O que importa é se é prefixado, pós ou inflação. Se o investimento pós-fixado mais rentável for um CDB, vá no CDB. Se for LCA, vá na LCA.

Apenas tome o cuidado de pedir ao gerente ou assessor a rentabilidade líquida do investimento, não a bruta. Assim, você consegue comparar uma LCA, que não tem Imposto de Renda, com um CDB, que tem.

Atenção aos riscos

O CDB, a LCA e a LCI são seguros porque têm garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Se o banco que emitiu o papel quebrar e der calote, o FGC se compromete a lhe pagar o que você teria a receber, desde que não ultrapasse o limite de R$ 250 mil.

Portanto, ao colocar seu dinheiro em um ativo desse tipo, atente-se para não passar desse limite.

Todos os investimentos têm seus riscos. Os investimentos em renda fixa, como os expostos nessa coluna, têm o retorno garantido, o que não acontece na renda variável.

Alguma dúvida?

Se tiver alguma dúvida sobre investimentos, me siga no Instagram e envie sua pergunta por lá. Ela poderá ser respondida em breve nesta coluna.

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