Como aproveitar o sobe e desce da Bolsa em época de eleição?
A Bolsa subiu mais de 9% do dia 29 de setembro até 3 de outubro. Depois, caiu quase 5% até o dia 14. Dali em diante subiu 7% e, em seguida, caiu 6%.
E então, existe alguma forma de lucrar com essas oscilações?
Na coluna de hoje você vai ver que sim, existem ao menos duas maneiras. Mas uma delas é muito arriscada, e eu passo longe. Já a segunda é bem mais segura. Abaixo eu explico ambas.
A forma arriscada
A maneira mais arriscada de lucrar com as oscilações de curto prazo eu acredito que seja a mais comum. Trata-se de tentar adivinhar o que vai acontecer no âmbito político, para tentar se antecipar ao movimento do mercado.
Por exemplo, logo depois do primeiro turno, quando o presidente Jair Bolsonaro teve um resultado melhor do que indicavam as pesquisas, diversas ações tiveram alta, especialmente as de estatais.
Os papéis da Petrobras (PETR4) saltaram nada menos do que 28% entre os dias 29 de setembro e 21 de outubro. Depois, Bolsonaro estacionou nas intenções de voto, e a estatal caiu 13% em quatro dias.
Para lucrar com esse tipo de oscilação, você precisa ter plena convicção de que o mercado está prevendo errado o resultado das eleições e os fatos políticos relacionados.
Por exemplo, uma vez que as ações da Petrobras caíram depois das últimas pesquisas, que mostravam o Bolsonaro parado em segundo lugar, podemos inferir que, se ele ganhar a eleição, elas devem subir. Diante disso, se você acha que o Bolsonaro vai ganhar e quer lucrar com isso, basta comprar ações da Petrobras antes.
O problema desse tipo de tentativa de lucrar com as eleições é que, no fundo, ninguém sabe quem vai ganhar. Se considerarmos que os dois candidatos estão com porcentagem muito próxima de intenção de votos, a chance de você perder dinheiro beira os 50%.
A forma mais segura
Nenhum investimento em Bolsa é 100% previsível. Porém, existe uma forma de investir que é muito mais segura do que tentar adivinhar o que vai acontecer na política.
Funciona assim: primeiro, você escolhe algumas empresas que considera boas para investir. Depois, fica aguardando alguma queda forte na Bolsa por conta da eleição. No momento da baixa, você compra os papéis que havia escolhido anteriormente.
Acredito que essa segunda maneira seja bem menos comum, porque requer que o investidor estude determinadas empresas com antecedência.
Talvez você se pergunte: "Mas como eu vou estudar as empresas? Não tenho tempo nem conhecimento para isso!"
Acredito. E posso ser sincero? Eu também não tenho. Embora eu trabalhe com investimentos, não tenho condição de estudar todas as empresas de todos os setores. Aliás, eu diria que ninguém pode fazer isso sozinho.
Para isso, existem as equipes de análise. São grupos de profissionais divididos por setor. Uns analisam só petrolíferas; outros, empresas de energia elétrica; outros, companhias de varejo. E assim por diante.
Nem você nem eu teria condição de, sozinho, olhar para todas as oportunidades da Bolsa. Por isso, vale a pena acompanhar o que essas equipes de análise estão recomendando e ler os seus relatórios, dentro do possível.
Se não tiver tempo nem para ler as análises, escolha um ou dois setores para acompanhar, com os quais você tenha alguma familiaridade, e leia apenas os relatórios dessas companhias.
Existem equipes de analistas nos bancos e corretoras. Sendo cliente, muitas vezes você tem acesso gratuito às recomendações, basta pedir para o seu gerente ou assessor. Há, também, as casas de análise que cobram pelos relatórios e pelas carteiras sugeridas. Eu, particularmente, assino os serviços de duas delas.
Investindo dessa forma, você não estará tentando adivinhar o que vai acontecer no mundo político. Vai, apenas, aproveitar um momento de baixa para pagar mais barato em uma ação que você já compraria de uma forma ou de outra. Assim, você potencializa o seu investimento. É bem diferente de apostar neste ou naquele candidato.
Alguma dúvida?
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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