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Tesouro Direto vale a pena em 2023? Veja qual a renda estimada

06/01/2023 04h00

Quanto você tende a ganhar se investir no Tesouro Direto em 2023? E se você já tem dinheiro aplicado, vale a pena manter?

Na coluna de hoje eu mostro qual é a tendência de ganho para quem já tem dinheiro nesse tipo de aplicação ou pensa em investir agora em janeiro.

Quanto o Tesouro Direto deve render em 2023

Se você pensa em resgatar o dinheiro em um ano ou menos, o título mais adequado do Tesouro Direto é o chamado Tesouro Selic. Com ele você pode sair do investimento a qualquer momento, sem risco de prejuízo.

Para cada R$ 1.000 que você investir no Tesouro Selic agora em janeiro, o seu ganho ao longo de um ano seria de R$ 115, caso o rendimento se mantivesse no patamar atual. Esta já desconta o Imposto de Renda, assim como todas as outras projeções deste texto.

No entanto, a tendência é de que a taxa básica de juros, a Selic, caia para 12,25% até o final do ano, segundo analistas consultados pelo Banco Central.

Com isso, o rendimento líquido para um investimento de R$ 1.000 no Tesouro Selic deve ficar em R$ 108 ao longo de um ano.

Vale a pena esse rendimento ou existe coisa melhor?

O rendimento do Tesouro Selic vale a pena para quem tem as seguintes características:

  • não quer correr risco;
  • quer poder resgatar o dinheiro a qualquer momento;
  • não quer perder tempo pensando em investimento.

Outras opções de investimento que atendem esse perfil são a poupança, os fundos DI, os CDBs e as contas correntes remuneradas (como a do PagBank e a do Nubank).

A poupança definitivamente não vale a pena, pois rende bem menos e não traz nenhuma vantagem.

O CDB, para superar esse ganho previsto no Tesouro Selic, precisa ter um rendimento acima de 102% do CDI. Mas não se esqueça de verificar se tem liquidez diária. Se não tiver, não dá para comparar com o Tesouro Selic.

Além disso, se for investir em CDB, o ideal é que o valor não ultrapasse R$ 250 mil, pois acima dessa quantia você não tem a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), o que torna o investimento mais arriscado.

O fundo DI em geral vai render um pouco menos que o Tesouro Selic, mas pode ser uma alternativa pela praticidade, desde que tenha liquidez diária. Eu, por exemplo, deixo minha reserva de emergência em um fundo DI.

Se for escolher um fundo DI, apenas se atente à taxa de administração; ela sendo maior que 1% já tira uma parte grande do rendimento e, na minha visão, não vale a pena.

Finalmente, as contas correntes remuneradas tendem a oferecer uma rentabilidade muito próxima à do Tesouro Selic.

Resumindo, se você não quer perder tempo pesquisando um CDB ou um fundo DI que se encaixe nas condições que descrevi acima, pode ir no Tesouro Selic tranquilamente. Ou, se você já tem uma conta corrente remunerada, pode deixar o dinheiro lá.

Tesouro vale a pena para longo prazo?

Quando falamos em longo prazo e baixo risco, o Tesouro Direto continua sendo uma das opções mais rentáveis, mas não necessariamente a mais.

Você pode encontrar no mercado CDBs, LCAs e LCIs com retorno um pouco maior. Apenas não se esqueça de que, nesses papéis, o ideal é que o valor não ultrapasse R$ 250 mil por instituição financeira.

Por exemplo, se você tem R$ 300 mil em CDBs de um determinado banco, R$ 50 mil não estão protegidos pelo FGC. Se o banco quebrar, você provavelmente perderá esse valor.

Já se você dividir o dinheiro, sendo R$ 200 mil no CDB de um banco e R$ 100 mil no de outro, seu investimento está protegido, pois em nenhum dos dois você ultrapassou o limite de R$ 250 mil.

E se você já tem dinheiro aplicado?

Se você já tem aplicações no Tesouro Selic e se encaixa no perfil que eu descrevi acima, o ideal é deixar o dinheiro lá.

Caso você não se encaixe naquele perfil (por exemplo, você está disposto a correr mais riscos), o ideal é tirar o dinheiro e colocar em algo mais alinhado com as suas necessidades e objetivos.

Grosso modo, se você tem maior abertura a risco, provavelmente vai ficar mais satisfeito investindo na Bolsa.

Ou se pretende aplicar a longo prazo (acima de dois anos), seria melhor tirar do Tesouro Selic e migrar para uma aplicação de longo prazo, como o Tesouro IPCA, o Tesouro Prefixado ou um CDB, por exemplo. Nesse caso, o importante é que o CDB não tenha liquidez diária.

Conclusão

Para resumir o que foi dito, o Tesouro Selic vale a pena a curto prazo, para quem não quer correr riscos nem deseja perder tempo pesquisando alternativas.

Os demais títulos do Tesouro são bons para longo prazo. É possível encontrar no mercado algumas alternativas que também são de baixo risco e rendem um pouco mais, mas em geral essa diferença é pequena.

Já para quem aceita risco, as ações e os fundos de investimento imobiliário (FIIs) podem dar um retorno bem maior a longo prazo. Sobre esse assunto, aguarde minhas próximas colunas. Em breve devo apresentar ações e FIIs que projetam ganhos elevados em 2023.

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