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Veja como ganhar R$ 5.000 por mês com ações e fundos imobiliários

Edson Souza/Getty Images/iStockphoto
Imagem: Edson Souza/Getty Images/iStockphoto

28/03/2023 04h00

Se você quer um complemento para a sua aposentadoria, ou mesmo viver totalmente de renda, o que é melhor: investir em ações ou em fundos de investimento imobiliário (FIIs)?

Para resolver essa dúvida, preparei uma simulação com dados atuais do mercado mostrando quanto você deveria investir, nesses dois tipos de ativos, para ter uma renda média de R$ 5.000 por mês.

Ações: R$ 1,1 milhão

Para receber em média R$ 5.000 por mês com dividendos de ações, seria necessário investir atualmente R$ 1,1 milhão nesse tipo de ativo, se considerarmos a mediana do retorno em proventos.

Para chegar a esse dados, fiz um levantamento das 188 ações que distribuíram dividendos pelo menos uma vez nos últimos 12 meses. A mediana do retorno ficou em 5,55% ao ano.

Isso significa que, se você escolher aleatoriamente uma ação entre essas 188 que pagaram proventos, existe 50% de chance de você ter um retorno acima de 5,55% ao ano, e 50% de chance de ter um resultado abaixo disso.

Porém, devemos ter sempre em mente que o mercado de ações é muito variado. Enquanto algumas ações estão com retorno em dividendos de menos de 1%, como a Petz (PETZ3), outras estão pagando acima de 15%, como Taesa (TAEE11), Unipar (UNIP6) e Movida (MOVI3).

Portanto, se você quiser viver de renda com ações, precisa saber escolher bem. Com uma carteira com rendimento de 15% ao ano, você precisaria de apenas R$ 400 mil para obter uma renda média de R$ 5.000 por mês.

Os mesmos R$ 400 mil, se investidos em ações com pagamento mediano de dividendos (veja, eu não disse pagamento baixo, e sim mediano), dariam uma renda média de apenas R$ 1.850 por mês.

Um pequeno erro na escolha dos papéis pode fazer a sua renda cair mais de 50%.

Fundos imobiliários: R$ 560 mil

Com R$ 560 mil investidos em fundos imobiliários do setor de logística, você teria hoje uma renda aproximada de R$ 5.000 por mês.

Aqui também considerei a mediana do retorno em proventos. Existem 10 FIIs de logística que distribuíram dividendos nos últimos 12 meses. A mediana do retorno desses fundos está em 10,72% ao ano.

Em outras palavras, se você escolher aleatoriamente um fundo imobiliário de logística, terá 50% de chance de ter uma rentabilidade acima de 10,72% ao ano e 50% de chance de ficar com um retorno abaixo desse percentual.

Assim como nas ações, também existem diferenças de retorno entre os fundos imobiliários, mas essas diferenças não são tão grandes.

Dessa lista de dez FIIs de logística, o que apresenta menor retorno no momento está pagando 8,81% ao ano, enquanto o de maior retorno está em 15,48% ao ano.

Se pegarmos a média dos três fundos da lista com maior retorno, seria preciso investir R$ 460 mil, aproximadamente, para alcançar uma renda de R$ 5.000 por mês.

O que é melhor, afinal, ações ou FIIs?

Vimos até aqui que, se você escolher aleatoriamente os ativos, com FIIs a tendência é que você ganhe mais dinheiro.

Com ações, é preciso saber escolher muito bem. E como é um mercado muito volátil e imprevisível, sejamos realistas, o fator sorte também conta bastante.

Diante disso, eu, particularmente, penso da seguinte maneira: fundos imobiliários são mais vantajosos se você já tem um patrimônio e quer transformá-lo em uma fonte de renda passiva.

Por exemplo, se você já tem R$ 500 mil (seja em aplicações financeiras, imóveis ou outros bens), não é difícil obter uma renda próxima de R$ 5.000 por mês se colocar esse valor em fundos imobiliários.

Mas, se você ainda não tem o valor que lhe permitirá viver de renda, ou seja, se estiver na fase de juntar o dinheiro, as ações trazem uma vantagem a mais, que é o potencial de valorização dos papéis a longo prazo.

Fundos imobiliários são mais estáveis, mas, por isso mesmo, tendem a não se valorizar (nem se desvalorizar) tanto no futuro. Ações são bastante instáveis, o que quer dizer que algumas delas podem ganhar muito valor a longo prazo, o que ajuda muito na fase de acumulação de patrimônio.

Resumindo

Para resumir em poucas palavras: fundos imobiliários são mais adequados para quem já acumulou capital e quer estabilidade; ações são ideais para quem está na fase de juntar dinheiro e aceita correr o risco da instabilidade.

Se você está na fase de juntar dinheiro e não quer o risco das ações, pode, sim, ficar nos FIIs. Apenas tenha ciência de que, por estar correndo menos risco, você tem menor potencial de ganho a longo prazo.

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