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ANÁLISE

PicPay e Lojas Americanas: duas empresas para ficar de olho

Lojas Americanas dá mais um passo em direção à modernização no setor de varejo - Wikimedia Commons
Lojas Americanas dá mais um passo em direção à modernização no setor de varejo Imagem: Wikimedia Commons

Felipe Bevilacqua

22/04/2021 10h08

Hoje comento a intenção da PicPay de realizar sua Oferta Inicial de ações na Nasdaq, nos EUA. É um movimento interessante, já adotado por outras companhias com perfil tech (caso de XP e Stone, por exemplo).

Veremos também como a aquisição da Uni.Co, dona das marcas Imaginarium e Puket, pela Lojas Americanas (LAME4), pode destravar valor para os acionistas.

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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Belivacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os leitores de UOL Economia+. Conheça os recursos do serviço de orientação financeira UOL Economia+, para quem quer investir melhor.

PicPay protocola IPO na Nasdaq

A fintech PicPay protocolou pedido para realizar seu IPO, oferta pública de ações, na Nasdaq. O setor de fintechs anda aquecido no mundo todo. No Brasil, chamou a atenção o recente valuation do Nubank, de US$ 25 bilhões, em sua última rodada de investimentos.

Fundada em Vitória (ES) em 2012 por três amigos, a PicPay conta hoje com mais de 50 milhões de usuários. Se mantiver o ritmo de crescimento do primeiro trimestre de 2021, deve acabar o ano com mais 80 milhões.

Originalmente criada como empresa de pagamentos, ela entrou nos últimos meses no mercado de empréstimos P2P. Além disso, criou um serviço de mensageria e uma área de cartões de crédito. Esta última, iniciada na metade do ano passado, já emitiu mais de 5 milhões de cartões, evidenciando o potencial de venda de novos produtos na base de clientes.

Os recursos captados no IPO devem financiar novas frentes de expansão, que incluem plataforma de investimentos, oferta de seguros e área de advertising.

Em 2020, a companhia obteve receita de R$ 386 milhões, muito superior aos R$ 86 milhões apresentados em 2019. O lucro, porém, ainda está longe. Focada no crescimento acelerado, a companhia registrou prejuízo de R$ 804 milhões no mesmo período.

Em 2015 a companhia recebeu investimento do Banco Original e hoje é controlada pela J&F Participações, holding de investimentos da família Batista, da JBS.

LOJAS AMERICANAS (LAME4): Aquisição da Uni.Co

Na noite de terça-feira (20), a Lojas Americanas S.A. (LAME4) comunicou ao mercado a aquisição de 100% da empresa Uni.Co, dona das marcas Puket, de pijamas infantis; Imaginarium, de itens criativos, e Mind, de objetos de decoração na mesma linha de design da Imaginarium.

Com mais de 400 lojas e 2.000 pontos de venda espalhados por todo o país, a Uni.Co é uma empresa de grande porte. Sua operação pode não ser tão relevante do ponto de vista financeiro (receita de R$ 270 milhões em 2019, com Ebitda de R$ 18,2 milhões), mas ela domina o nicho de "fun design" e vem desenvolvendo a rede de fornecedores na China há cerca de 10 anos.

O movimento é o terceiro passo da Lojas Americanas em direção à modernização no setor de varejo. Ela já havia anunciado a intenção de se fundir à B2W (BTOW3) e a parceria com a BR Distribuidora (BRDT3) para operar a rede de lojas de conveniência.

Apesar de não ter sido revelado, o valor da transação certamente é pequeno em relação à posição de caixa de mais de R$ 7 bilhões da Lojas Americanas. A aquisição tem viés estratégico, com potencial para melhorar margens no longo prazo por meio de inserção e renovação do portfólio dentro das lojas, e para acelerar o desenvolvimento de marcas próprias. Espero reação positiva do mercado em relação às ações da companhia (LAME4) no curto prazo.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.