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ANÁLISE

Ex-BR Distribuidora, Vibra Energia investe em diesel verde: saiba mais

Felipe Bevilacqua

24/11/2021 10h11

Hoje comentaremos sobre novidades da Vibra Energia (VBBR3) e sobre como está o andamento da venda das participações da Novonor e da Petrobras (PETR4) na Braskem (BRKM5).

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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os assinantes do UOL.

Vibra Energia firma parceria para usina de diesel verde

A distribuidora de combustíveis Vibra Energia (VBBR3), antiga BR-Distribuidora, e a Brasil Biofuels (BBF) fecharam parceria que deverá destravar o projeto da primeira usina de diesel verde (HVO) do Brasil. Pelo acordo, a Vibra será a comercializadora de toda a produção da fábrica que será construída. O valor ainda não foi divulgado.

A BBF produz biodiesel para a geração de energia nos sistemas isolados e comercializa o excedente nos leilões bimestrais promovidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os projetos da Brasil Biofuels são desenvolvidos a partir de uma estrutura verticalizada, isto é, a empresa está envolvida em todas as etapas do processo: cultivo e manejo da matéria-prima, beneficiamento de óleo, produção de biodiesel e geração de energia elétrica.

A usina de diesel verde será construída na Zona Franca de Manaus e sua capacidade de produção será de 500 milhões de litros de diesel verde por ano, inicialmente, o que representa cerca de 2% da demanda atual da Vibra para as vendas no país inteiro. Considerando o crescente consumo de biodiesel, a BBF viu na Zona Franca de Manaus uma grande oportunidade de expansão dos negócios.

Esse novo projeto já tem autorização do órgão ambiental e possuirá uma capacidade inicial de 100 metros cúbicos por dia, aumentando gradativamente sua capacidade até 300 metros cúbicos por dia. Além disso, a BBF possui outro projeto que está em desenvolvimento para a produção de biodiesel em Moju, no Pará, próximo à usina extratora de óleo de palma da BBF.

A estrutura verticalizada apresenta vantagens competitivas e socioeconômicas, como o aproveitamento completo da palma, resultados promissores de retorno de investimento e qualidade de atendimento.

Atualmente, o diesel verde não é vendido nos postos, nem comercializados para indústrias, porém o interesse no produto tem crescido por parte de empresas que estão buscando descarbonizar suas cadeias produtivas. Nesse aspecto, o diretor de operações da Vibra afirmou que a companhia tem sido muito procurada por indústrias do agronegócio e mineração que necessitam de diesel em sua cadeia de produção e que, ao mesmo tempo, possuem compromissos de descarbonização.

O cenário é favorável para a demanda do diesel verde no país e a Vibra já chegou a importar o produto para testes no Brasil, assim como alguns de seus clientes.

A Vibra ainda anunciou nesta terça-feira (23) a concretização do acordo de renegociação de dívida com a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), encerrando o litígio fiscal da companhia com o estado do Amapá. A concretização do referido acordo representa mais um importante passo na recuperação de recebíveis da distribuidora, além de contribuir para sua geração de caixa.

Atraso na venda da participação na Braskem

A volatilidade e as condições mais adversas do mercado devem atrasar a venda das participações da Novonor (antiga Odebrecht) e da Petrobras (PETR4) na Braskem (BRKM5). Ambas as companhias buscam alienar suas participações na petroquímica, tendo a Novonor contratado o banco Morgan Stanley para buscar a melhor maneira de realizar a venda.

A Novonor está em recuperação judicial e a venda de sua fatia é uma exigência do plano de recuperação. Seus credores possuem cerca de R$ 14 bilhões para receber, e as ações da Braskem estão em garantia. A participação da companhia na empresa é de 38,3%, sendo avaliada atualmente em cerca de R$ 13,9 bilhões.

Já a Petrobras possui 36,1% da Braskem, com sua participação sendo avaliada em cerca de R$ 13,2 bilhões. Em comunicado, a estatal afirmou que segue realizando estudos para determinar a melhor estrutura para a transação, e não há qualquer definição sobre o assunto até o momento. A expectativa para a conclusão da operação estava prevista para o ano de 2022, porém, tornou-se mais incerta devido ao péssimo momento do mercado.

No caso da Braskem, a venda tiraria uma pressão vendedora ("overhang") sobre o papel, aumentaria sua liquidez, e ainda deixaria de ter dois acionistas "problemáticos" como referência.

Em 2019, a companhia quase foi vendida para a gigante Lyondellbasell, mas os problemas ambientais da Braskem em Alagoas afastaram a empresa. Mesmo assim, as ações da petroquímica se valorizaram mais de 100% no ano, sendo beneficiadas pelo bom momento do setor, reflexo dos preços mais altos.

Para a Petrobras, a venda segue em linha com seu plano estratégico de vender ativos não estratégicos, reduzindo seu endividamento e investindo em seu "core business", ou seja, a exploração e produção de petróleo no pré-sal. Uma venda nessa magnitude ainda pode resultar em mais dividendos distribuídos aos seus acionistas.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.