Hoje comentaremos sobre os dados de vendas do varejo em outubro e a respeito do uso de dados defasados na avaliação do valor da privatização da Eletrobras, que está sendo questionada pela indústria.
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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os assinantes do UOL.
Comércio sofre mais que o esperado e ações caem na Bolsa
Os dados de vendas do comércio varejista, divulgados pelo IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística), frustraram os investidores ao caírem 0,1% em outubro ante setembro. A projeção do mercado era de uma alta de 0,6% no período. Essa é a segunda notícia negativa para o setor do varejo em poucas semanas, após o desempenho também frustrante das empresas na Black Friday.
No campo do e-commerce, a inflação do comércio eletrônico no Brasil já é de 18,76% entre os meses de janeiro e outubro. O impacto das promoções da Black Friday em novembro resultou em uma queda de 9% nos preços online, diminuindo o aumento nos preços. Mesmo assim, a inflação no acumulado do ano ainda se mantém na casa dos 9,8%, superando a prévia do IPCA para o mesmo período de 9,5%.
A grande expectativa do mercado era de que as vendas da Black Friday pudessem compensar as margens abaixo do esperado apresentadas pelas varejistas nos resultados do terceiro trimestre de 2021. As vendas da Black Friday, por sua vez, também foram mais fracas do que o esperado, impactada com o cenário de alta da inflação e da taxa de juros.
Dessa forma, devido a esses fatores, foi observado um movimento de descontos menores pelas empresas do varejo. Agora, o Magazine Luiza (MGLU3), a Via (VIIA3) e a Lojas Americanas (LAME4), apesar de já projetarem um cenário menos otimista por conta do cenário macroeconômico, apostam suas fichas nas vendas de Natal.
Representantes da indústria de energia questionam privatização da Eletrobras
Notícias que circulam na mídia dão conta de que representantes da indústria de energia se uniram para encaminhar uma carta ao MME (Ministério de Minas e Energia), BNDES e EPE (Empresa de Pesquisa Energética) com o intuito de questionar a modelagem de privatização da Eletrobras (ELET3/ELET6).
A carta enviada às instituições aborda que, por conta do uso de dados defasados, o governo poderia receber entre R$ 10 bilhões e R$ 20 bilhões a mais do que o devido na venda da companhia, superavaliando a operação que hoje é estimada em R$ 150 bilhões.
Os representantes foram alertados por bancos de investimentos que avaliavam se o negócio seria bom para a Eletrobras. Os bancos identificaram que os dados utilizados para modelagem financeira eram de até 2019, que por consequência não incluem o impacto da crise hídrica iniciada em 2020.
A notícia é negativa para a Eletrobras, entretanto não esperamos impactos imediatos para as ações da companhia enquanto discussões e marcos importantes não forem ultrapassados. Ademais, apesar desses últimos questionamentos acerca dos valores da operação, a expectativa é de aprovação da operação sem grandes alterações em relação à proposta apresentada pelo governo.
A principal ressalva é referente aos dados utilizados para a modelagem financeira, que estão defasados e inflam o valor justo da empresa. Os números apresentados pelo governo não incluem os impactos da crise hídrica, que tem impacto direto na geração energética efetiva nas usinas.
Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
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