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ANÁLISE

Greves e problemas logísticos mantêm preços do papel e da celulose em alta

Lalo de Almeida/Folhapress
Imagem: Lalo de Almeida/Folhapress

Rafael Bevilacqua

25/08/2022 08h51

O comércio global de celulose continua enfrentando desafios, dado que os impactos logísticos (falta de contêineres) da pandemia ainda não se normalizaram e dificultam a comercialização da matéria-prima. Além disso, muitos países vêm enfrentando greves de trabalhadores das cadeias de transporte de cargas. As commodities continuam operando em níveis elevados, pressionando as margens das produtoras, a guerra na Europa diminuiu a disponibilidade de madeira (russa) para as produtoras escandinavas de celulose. Os custos das papeleiras continuam elevados por causa da crise energética no continente, e agora ondas de calor no Hemisfério Norte complicam ainda mais o cenário.

Confira a seguir o comentário de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!

As ondas de calor na Europa tornaram mais complexa a situação energética na Europa e estão dificultando ainda mais a logística com a diminuição da navegabilidade dos rios e a dificuldade da captação de água. Na China, a situação energética tem levado o governo a racionar energia.

O cenário é bastante complexo, com a produção de celulose na Europa sofrendo pressões, e as dificuldades logísticas de escoamento da produção da América Latina tornando a oferta de celulose bastante apertada.

Porém, diferentemente dos últimos trimestres, a demanda também começa a ser impactada, e o resultado dessas duas forças antagônicas ainda é de difícil previsão.

O cenário é complexo, e o mercado avalia que a normalização entre oferta e demanda de celulose deve demorar mais tempo do que o previsto.

Contudo, avalio que, por mais que a demanda diminua, não devemos ver a celulose voltando a negociar nos patamares do final de 2020, um dos mais baixos da série histórica. O preço deve se manter em níveis saudáveis, ou pelo menos saudáveis o suficiente para rentabilizar as operações das produtoras brasileiras.

Dessa forma, avalio que as companhias brasileiras do setor estão muito bem posicionadas em sua capacidade de execução, seja com a Suzano (SUZB3), que atua principalmente no jogo da celulose e conta com uma cadeia logística mais avançada que outros players e com menor custo caixa de produção, ou com a Klabin (KLBN11) e a Irani (RANI3), que não dependem tanto da exportação da celulose, possuindo uma gama diversificada de produtos à base de papel e celulose.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.