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ANÁLISE

Itaúsa: o que esperar após resultado recorde? Vale a pena investir?

Mesmo com dividendos menores, preço da Itaúsa continua atrativo? Descubra abaixo - Reprodução
Mesmo com dividendos menores, preço da Itaúsa continua atrativo? Descubra abaixo Imagem: Reprodução

25/05/2022 11h00

Altamente dependente do lucro do Itaú (ITUB4), a holding Itaúsa (ITSA4) viu seus resultados diminuírem significativamente durante a pandemia do coronavírus, principalmente em virtude da determinação do Conselho Monetário Nacional (CMN), que limitou a distribuição de dividendos pelos bancos a, no máximo, 25% do lucro líquido.

Contudo, com a flexibilização das restrições impostas durante a crise sanitária e com a gradual retomada da economia global, o setor financeiro voltou a reportar bons resultados, tendo sido o Itaú um dos grandes destaques dessa retomada.

Essa melhora pôde ser observada também nos resultados da Itaúsa, que reportou números sólidos no primeiro trimestre deste ano, com um novo recorde de lucro líquido para o período. O que esperar, então, das ações da Itaúsa em termos de dividendos no curto prazo? Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante Ideias de Investimentos, responde a essa dúvida logo abaixo e fala sobre as estratégias da empresa.

Resultados do 1° trimestre

"No primeiro trimestre deste ano, a Itaúsa divulgou resultados sólidos, tendo se beneficiado principalmente da melhora do balanço do Itaú e da venda de mais uma fatia da sua participação na corretora XP, listada na Nasdaq", afirma Bevilacqua.

O lucro líquido da holding no período totalizou R$ 3,719 bilhões — alta de 69% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

O Itaú, banco no qual a Itaúsa detém participação de 37%, respondeu por R$ 2,659 bilhões desse montante, enquanto a XP foi responsável por R$ 123 milhões. As empresas não-financeiras que integram o portfólio da Itaúsa, por sua vez, acrescentaram R$ 173 milhões à cifra.

O especialista diz que o resultado ainda foi impulsionado pela venda de 12 milhões de ações classe A da XP, por R$ 1,8 bilhão. Ao se desfazer desses papéis, a Itaúsa ainda detém 11,53% do capital social da corretora, fatia que deve ser vendida de forma gradual até que a posição seja zerada.

Além do salto no lucro líquido, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) médio — indicador que mede a capacidade de uma companhia gerar valor a partir de seus recursos — fechou o trimestre em 22,6%, alta de 7,4 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior.

Dividendos

O principal motivo que transformou a Itaúsa em uma das queridinhas dos investidores brasileiros é o pagamento de dividendos generosos, provenientes principalmente do lucro obtido com sua participação no Itaú.
Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante

"Contudo, desde a pandemia, os proventos pagos pela holding não têm correspondido às expectativas dos investidores", declara Bevilacqua.

Em 2019, o dividend yield (DY), ou seja, a relação entre o preço da ação da empresa e a quantia paga em dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP), foi de 8,5%. Isso significa que, para cada R$ 100 em ações da Itaúsa, foram pagos R$ 8,50 em proventos no ano.

Já em 2020, o dividend yield caiu para 5,5%, apesar da desvalorização das ações, vindo ainda menor em 2021: 4,2%.

Agora, diante da retomada dos resultados das controladas da holding, especialmente do Itaú, os investidores esperam uma melhora na distribuição de proventos.

Apesar de a expectativa de melhora do DY para este ano, o estrategista-chefe da Levante afirma que os dividendos pagos aos acionistas devem seguir distantes do observado em 2019, tendo em vista a estratégia adotada pela companhia de ampliar sua participação em companhias não-financeiras, visando aumentar a diversificação do portfólio.

Resultado do setor não-financeiro

A maior parte do lucro da Itaúsa vem do setor financeiro, mas o investimento em empresas de outros setores também é importante para a holding, que pretende ampliar sua presença em setores como energia elétrica e saneamento.

No primeiro trimestre, o resultado das empresas não-financeiras totalizou R$ 173 milhões, o que equivale a um crescimento de 52% com relação ao mesmo período do ano anterior.

Os destaques positivos do período foram a NTS (Nova Transportadora do Sudeste), que contribuiu com R$ 48 milhões, após ter causado perdas de R$ 2 milhões um ano antes; e a Copa Energia, que reverteu resultado negativo de R$ 6 milhões no primeiro trimestre de 2021 e, agora, apresentou desempenho positivo em R$ 5 milhões.

A Aegea Saneamento, que entrou no portfólio da Itaúsa no segundo trimestre do ano passado, contribuiu com R$ 23 milhões para o resultado da holding.

Já a Alpargatas viu seu resultado encolher 44%, de R$ 43 milhões para R$ 24 milhões, enquanto a Dexco entregou resultado 9% inferior ao observado um ano antes, totalizando R$ 74 milhões.

Mesmo com dividendos menores, preço é atrativo

Apesar de a perspectiva para 2022 ser de dividendos mais tímidos, ainda que ligeiramente melhores que os dos últimos dois anos, avaliamos que as ações da Itaúsa vêm sendo negociadas a preços atrativos no presente momento, e vemos com bons olhos a estratégia de diversificação do portfólio da companhia.

No curto prazo, Bevilacqua diz que a tendência é que as ações da Itaúsa sigam oscilando na faixa entre R$ 8,00 e R$ 11,00, mas os fundamentos sólidos das empresas que integram o portfólio da holding indicam um futuro promissor para os seus papéis.

Acesse aqui o relatório completo da Levante sobre a Itaúsa.

Carteiras conforme o perfil

Para quem ainda não pegou as recomendações de investimentos, elas estão a seguir:

- Carteira para quem não aceita risco algum

- Carteira para quem tem perfil mais conservador, mas aceita um pouquinho de risco

- Carteira para quem é mais moderado

- Carteira para quem aceita mais risco

- Carteira para quem aceita alto risco

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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo analista Felipe Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.