Selic a 11,75% ao ano: melhores investimentos com nova alta da taxa
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) voltou a reajustar a taxa básica de juros, a Selic, pela 9ª vez consecutiva.
Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, o sobe e desce nos mercados e o novo patamar dos juros incentivam ainda mais a migração de investidores da renda variável para a renda fixa —ainda que existam oportunidades na Bolsa. Confira mais detalhes logo abaixo.
De olho na renda fixa
Os analistas entrevistados afirmam que, com mais uma alta da Selic, os títulos pós-fixados de renda fixa, como Tesouro Selic ou CDBs, passam a ser mais interessantes.
Sem dúvida, a alocação em títulos soberanos ou privados pós-fixados está atrativa, pois captura imediatamente os efeitos da política monetária e apresenta baixa oscilação para os investidores.
Marcelo Mello, vice-presidente de Investimentos, Vida e Previdência da SulAmérica Investimentos
Para Mello, o investidor também deve observar com atenção os ativos atrelados ao IPCA, uma vez que eles podem proteger a carteira em momentos de turbulência.
"Estes ativos oscilam mais, porém, além de proteger os investidores da inflação, podem apresentar um retorno superior aos ativos pós-fixados no médio prazo", diz.
Allan Pedroso, economista e cofundador da casa de análises Inside Research, reforça que "os títulos pós-fixados e pré-fixados de até dois anos de duração são boas oportunidades para o investidor que deseja surfar o aumento de taxas de juros".
Ele recomenda ativos isentos de Imposto de Renda. Títulos privados como LCIs (Letra de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letra de Crédito do Agronegócio) são alguns dos exemplos.
O gestor da Integral Investimentos, Marcos Iório, também enxerga boas oportunidades em fundos de crédito privado e CDBs de instituições com bom risco de crédito. "A gente segue preferindo esses ativos a uma exposição pré-fixada, que ainda deve ter bastante instabilidade", afirma.
"Com a alta da Selic e mais a precificação de algumas elevações no mercado futuro, há boas oportunidades de investimentos em títulos pré-fixados e indexados à inflação. O mercado de juros futuros projeta mais dois ou três reajustes [nos juros], com a taxa final chegando ao redor de 13,50% [ao ano]", diz o CIO da Somma Investimentos, Joaquim Kokudai.
No caso do Tesouro Selic, Kokudai entende que é um bom investimento e de baixo risco para quem tem um horizonte de retorno voltado para o curto prazo.
E como fica a renda variável?
Na estimativa dos economistas consultados para o boletim Focus do BC (Banco Central), a inflação oficial passou de 5,65% para 6,45%, em 2022, e de 3,51% para 3,70%, em 2023.
Essa perspectiva de inflação mais resistente também para o próximo ano incentiva os investidores a revisar o portfólio. Isso porque, de acordo com os entrevistados pelo UOL, o BC pode manter os juros elevados por mais tempo se os preços não começarem uma trajetória de queda em breve.
A analista da casa de análises Empiricus Laís Costa acredita que o ciclo de alta da Selic está mais próximo do fim do que do início. "Há algum tempo, a comunicação do Banco Central já indicava níveis para a Selic entre 12% a 14% em meados deste ano. Em grande medida, isso já se refletiu numa queda acentuada de diversas ações", diz.
Ela diz que a percepção de que as ações de empresas na Bolsa estão com valores baratos é quase unanimidade. Por isso, pode ser um bom momento também para comprar tais ativos.
Sidney Lima, analista da casa de análises Top Gain, afirma que os investidores devem observar o perfil de risco (conservador, moderado ou arrojado) antes de assumir uma nova posição. E declara que o conflito no Leste europeu também abriu espaço para a renda variável.
"[A estrutura da carteira] depende do perfil de risco adotado pelo investidor. As incertezas econômicas e os desdobramentos da guerra fizeram com que várias empresas viessem para patamares de preços interessantes", diz ele.
Em meio à crise, os bancos, as empresas de energia e as produtoras de commodities (matérias-primas como petróleo, minério de ferro, milho, soja, entre outros) devem ter resultados melhores, de acordo com Mello, da SulAmérica.
Mas Marcos Iório, da Integral Investimentos, declara que a inflação deve manter a pressão sobre as economias globais —incluindo o Brasil. Este aspecto pode continuar causando bastante instabilidade para o mercado de ações.
De fato, as taxas de juros devem continuar subindo, e, nesse ambiente, as ações costumam performar pior. Quem tem exposição à renda variável deve continuar vendo bastante volatilidade [oscilação] no portfólio [carteira de investimentos].
Marcos Iório, da Integral Investimentos
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