Em tempos de inflação alta, você deve estar preocupado em proteger seu dinheiro da perda de poder de compra. Mas onde investir para fugir da alta dos preços? No Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, a planejadora financeira e investidora Viviane Ferreira diz que existem aplicações mais recomendadas para esse objetivo de acordo com o seu prazo.
Leia abaixo a análise da planejadora financeira e assista ao programa completo, que é um tira-dúvidas sobre investimentos exclusivo para assinantes e transmitido quinzenalmente, às quintas-feiras, das 15h às 16h.
O que significa proteger seu dinheiro da inflação?
A inflação no país superou 12% no acumulado dos últimos 12 meses. E, para conter a alta dos preços, o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, tem aumentado a taxa básica de juros.
"O Banco Central sobe a taxa de juros para poder dominar a inflação, para que ela pare de subir. A inflação é um grande fantasma para os brasileiros", declara.
Segundo Viviane, proteger seu dinheiro da inflação significa que você pode fazer investimentos para garantir que, ao longo do tempo, tenha o seu poder de compra preservado.
"Quando a gente faz um plano para daqui a dez anos, por exemplo, precisamos garantir um investimento hoje para comprar algo lá na frente. Esse investimento precisa manter seu poder de compra", diz.
Poupança protege seu dinheiro da inflação?
Quando a taxa Selic está acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês mais TR (Taxa Referencial). A poupança é isenta de Imposto de Renda e, no acumulado do ano, ela rende 6,17% mais a TR.
"Com a Selic a 12,75% ao ano, a poupança rende praticamente a metade. Com o IPCA acumulado de 12,13% nos últimos 12 meses, a poupança está bem longe de proteger nosso dinheiro da inflação. Ela não tem grandes rendimentos", declara.
Onde investir para proteger o dinheiro da inflação?
Viviane diz que tudo depende do seu prazo e do seu objetivo.
Curto prazo (um ano): Não é recomendado fazer investimento que seja vinculado a títulos do tipo IPCA+. "Vale investir em algo mais seguro, mais conservador, para garantir esse dinheiro daqui a um ano", diz.
Investimentos adequados para isso são, segundo ela, os títulos pós-fixados atrelados à Selic. "Como a Selic subiu por conta da inflação, ela acaba compensando o aumento dos preços", diz.
São eles:
- Tesouro Selic, do Tesouro Direto
- CDBs de bancos que são protegidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Há CDBs que são oferecidos a 100% do CDI
- Contas remuneradas que rendem 100% ou mais do CDI
- LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) são vinculados ao CDI e isentos de Imposto de Renda
- Fundos DI
Médio prazo (três anos): São praticamente os investimentos do curto prazo, mas, devido ao prazo maior, conseguem rentabilidades melhores.
Prazo acima de quatro anos: Viviane diz que é recomendável aplicar em títulos híbridos, vinculados ao IPCA. São os títulos do Tesouro IPCA+. "Ele vai pagar a inflação do período mais um prêmio com valor fixo", diz ela.
Por exemplo, na plataforma do Tesouro Direto, você encontra o Tesouro IPCA+ 2026: está pagando a inflação mais um bônus fixo de 5,54% ao ano. "Se você investir nesse título, ele vai render todo ano a inflação mais 5,54% ao ano", diz.
Viviane diz que é possível vender o título antes do prazo de vencimento. "Mas é um risco maior. Se o mercado não estiver favorável a esse título, é possível que você venda com perdas", afirma. Mas, se você ficar até o vencimento, você terá recebido inflação mais 5,54% ao ano.
Prazos longos (aposentadoria, por exemplo): Viviane diz que é fundamental que boa parte dos seus investimentos tenha proteção contra a inflação para você ter segurança na sua aposentadoria. "Nesse caso, investir em títulos do Tesouro IPCA+ é excelente", diz.
O título do Tesouro IPCA+ 2045, por exemplo, paga a inflação do período mais 5,74% ao ano. "Você já trava essa rentabilidade por todos esses anos. É uma taxa interessante", declara. Segundo ela, esse mesmo título estava sendo vendido há dois anos, pagando IPCA mais 3% ao ano.
Vale ressaltar que as condições de investimentos citadas aqui são referentes ao dia 2 de junho. As taxas podem variar de um dia para o outro.
Títulos privados: pagam mais, mas têm mais risco
Segundo ela, existem outros tipos de investimento que te protegem da inflação no longo prazo. São títulos emitidos por bancos e instituições financeiras e ligados ao IPCA+, como CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) e CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários), isentos de Imposto de Renda.
Outros títulos para o longo prazo são as debêntures, estas emitidas por empresas privadas.
"As debêntures são títulos emitidos por empresas privadas para captar dinheiro no mercado diretamente com o investidor. Já as debêntures incentivadas são isentas de Imposto de Renda, e são incentivadas porque são de setores da economia ligados à infraestrutura. Para o governo incentivar esse tipo de desenvolvimento, ele isentou essas debêntures de pagar IR", afirma.
"Como as empresas privadas não têm a mesma segurança que o governo dá, o risco para o investidor é maior. Por isso, elas precisam pagar uma rentabilidade maior", afirma.
Viviane diz, no entanto, que o investidor deve sempre analisar os emissores desses títulos, checando até sua classificação de segurança.
Papo com Especialista é quinzenal
O programa Papo com Especialista é transmitido às quintas-feiras, quinzenalmente, das 15h às 16h, na página inicial do UOL, no UOL Economia e no UOL Investimentos, e é exclusivo para assinantes. Reveja programas anteriores aqui.
Você pode enviar perguntas ao Papo pelo e-mail uoleconomiafinancas@uol.com.br —elas podem ser respondidas no programa.
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