IPCA
0,83 Mai.2024
Topo

ANÁLISE

Tesouro Direto: Como investir e como escolher a melhor opção de título

Tesouro Direto: veja quais são os títulos, as diferenças entre eles e quanto cada um rende - Getty Images/iStockphoto
Tesouro Direto: veja quais são os títulos, as diferenças entre eles e quanto cada um rende Imagem: Getty Images/iStockphoto

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/12/2022 04h00

Um dos caminhos para entrar no mundo dos investimentos é começar pela renda fixa, e o Tesouro Direto é uma opção. Mas como aplicar o seu dinheiro nesses títulos e quanto eles rendem?

No Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, a planejadora financeira Vívian Rodrigues diz que os produtos do Tesouro Direto são considerados os mais seguros do país, pois são títulos públicos. "Quem está por trás deles é o governo."

Na live, ela fala sobre as características, rentabilidades e prazos dos títulos.

Leia abaixo a análise da planejadora financeira e assista ao programa completo, que é um tira-dúvidas sobre investimentos exclusivo para assinantes e transmitido semanalmente, às quintas-feiras, das 16h às 17h.

Para também ter sua dúvida respondida no programa, envie sua questão para o Papo pelo email uoleconomiafinancas@uol.com.br.

Com a Selic no patamar atual, vale investir no Tesouro Direto?

Vívian diz que o investidor deve levar em conta que não tem controle sobre o mercado. "A Selic sobe, a Selic cai. A inflação sobe, a inflação cai. Outros indicadores do mercado se movimentam, e a gente não tem controle. Por isso, a gente precisa ter cuidado para não pautar todas as nossas decisões em relação à nossa vida financeira nesses pontos", afirma.

O que vale pensar, diz ela, é se vale investir no Tesouro Direto, que tem títulos com características e prazos diferentes. "Tem menos a ver com a taxa Selic do momento, e mais com o objetivo desse seu investimento, com o prazo que você tem para deixar o dinheiro aplicado", declara.

Opções de título Na plataforma do Tesouro Direto, estão disponíveis três modalidades de títulos:

  • Tesouro Prefixado: A taxa contratada está garantida até a data de vencimento do título, desde que você não faça o resgate antes disso. A rentabilidade não depende da taxa Selic.
  • Tesouro Selic: Rende a taxa Selic mais um bônus até o prazo do vencimento. A rentabilidade será alterada se a taxa Selic subir ou cair. "O Tesouro Selic tem baixa volatilidade, com poucos riscos, e pode ser acessado a qualquer momento. É indicado para a reserva financeira", diz ela.
  • Tesouro IPCA: Rende a inflação mais um bônus até a data do vencimento. "Se a inflação sobe, esse título vai render mais; se cai, ele vai render menos. Mas podemos entender que haverá sempre uma rentabilidade real, acima da inflação, independente de quanto estiver ela", declara.

"O importante é você escolher os títulos alinhados a seus objetivos. Por exemplo: se você quer investir para a sua aposentadoria, talvez valha ter títulos atrelados à inflação, para preservar o seu poder de compra", declara Vívian.

Portanto, ela afirma que vale investir nos títulos do Tesouro Direto "sempre que eles estiverem alinhados com esses carimbos que o seu dinheiro tem".

Vale a pena resgatar antes do vencimento?

Resgatar antes do prazo de vencimento Segundo Vívian, uma das diferenças entre as três modalidades do Tesouro Direto é em relação ao prazo.

"Se, por exemplo, você comprar um Tesouro Prefixado 2025, lá em 2025, no prazo de vencimento do título, o dinheiro com a rentabilidade volta para a sua conta, e você vai ter que reinvesti-lo, se quiser. Mas você só pode resgatar o dinheiro no prazo? Não, você pode resgatar antes, mas estará sujeito à marcação a mercado", diz.

Segundo a planejadora financeira, você pode tirar o dinheiro antes do prazo com uma rentabilidade melhor do que a contratada —ou pior. "Você pode até tirar menos dinheiro do que colocou", afirma.

Sendo assim, diz ela, quando você comprar um título precisa prestar atenção na data de vencimento. "Costumo dizer que o ideal é sempre comprar o título pensando que você vai respeitar o prazo final de vencimento. Essa deve ser a premissa para evitar prejuízos., declara.

Ela diz que o Tesouro Selic é o que menos sofre influência da marcação a mercado.

Produtos acessíveis Vívian diz que os títulos do Tesouro Direto são acessíveis. "Você consegue investir com valores bem baixos [por volta de R$ 30] e com uma rentabilidade muito boa; em alguns casos, com proteção da inflação", afirma.

O que rende mais Tesouro Selic ou CDB?

A planejadora financeira explica que, ao comprar títulos do Tesouro Direto, você está emprestando dinheiro ao governo. Ao investir em CDBs, é para os bancos que você empresta dinheiro.

"Assim como nas modalidades do Tesouro Direto, o mercado também tem CDBs prefixados, CDBs atrelados à inflação, CDBS que rendem um percentual do CDI, esta bem próxima à taxa Selic. Ou seja, há formatos de rentabilidade bem parecidos", afirma.

Prazo é uma diferença Uma diferença entre eles é, segundo ela, os prazos dos títulos. "Enquanto no Tesouro Direto você consegue resgatar antes do prazo, geralmente, na maior parte dos CDBs, você tem um vencimento em que o dinheiro fica travado", diz ela, destacando que algumas corretoras oferecem a possibilidade de vender esses CDBs no mercado secundário.

Ela diz que há opções de CDBs com prazo definido, sem opção de resgatar o dinheiro antes, e os CDBs de liquidez diária (você pode resgatar o dinheiro a qualquer momento), que são similares ao Tesouro Selic.

Fundo Garantidor de Créditos Outra diferença entre os dois investimentos é o FGC (Fundo Garantidor de Créditos). "Se você comprar um CDB do banco x, e esse banco x quebra, o FGC vai suprir até determinado valor esse seu prejuízo", diz ela.

No Tesouro Direto, não há o FGC; só o governo por trás como garantia. "É considerado um título soberano, com riscos mais baixos que os dos títulos bancários", declara.

Qual rende mais? "É um grande depende. Um Tesouro Prefixado de 13% [ao ano] rende mais que um CDB prefixado de 11% [ao ano]. Ou seja, você pode comparar, olhando para títulos com características parecidas e comparando taxas e prazos", afirma.

Na live, Vívian mostra como fazer simulações na plataforma do Tesouro Direto.

Tesouro IPCA+ rende mais que os títulos atrelados à Selic?

Vívian diz que o Tesouro IPCA+ rende de forma diferente dos títulos atrelados à taxa Selic. "Enquanto os títulos atrelados à inflação rendem conforme a inflação, e os títulos atrelados à Selic vão render conforme a taxa de juros se movimenta", afirma.

Ela afirma, no entanto, que, no caso de títulos atrelados à Selic, não há qualquer garantia em relação ao seu poder de compra, ou seja, com uma rentabilidade real (acima da inflação).

Já o Tesouro IPCA+ rende a inflação do período mais um bônus. "Há a garantia de que, se a inflação subir, a rentabilidade do título também vai subir. Se um Tesouro IPCA+ rende a inflação mais um bônus de 5,98% [ao ano], por exemplo, você terá sempre uma rentabilidade real bruta por volta de 6% ao ano, independente da inflação do período", diz.

Para ela, não faz sentido fazer essa comparação de títulos com indicadores (IPCA e Selic) que podem variar ao longo do período.

Papo com Especialista é semanal

O programa Papo com Especialista é transmitido às quintas-feiras, semanalmente, das 16h às 17h, na página inicial do UOL, no UOL Economia e no UOL Investimentos, e é exclusivo para assinantes. Reveja programas anteriores aqui.

Você pode enviar perguntas ao Papo pelo email uoleconomiafinancas@uol.com.br —elas podem ser respondidas no programa.

Quer investir melhor? Receba dicas em seu email

Você quer aprender a ganhar dinheiro com segurança em investimentos no curto, médio e longo prazo, mesmo que nunca tenha investido?

A página de investimentos do UOL tem uma newsletter gratuita que o ajuda nesse objetivo. Ao assinar, você recebe todos os dias, antes da abertura da Bolsa, uma análise do mercado feita pela equipe do PagBank Investimentos. Com essa newsletter, você vai aprender a investir e entender o que está acontecendo com o mercado.

Além da newsletter diária, você também recebe, semanalmente, uma análise sobre investimentos, com dicas sobre como aplicar melhor e com segurança seu dinheiro. Para assinar a newsletter gratuita de investimentos do UOL, é só clicar aqui. Há ainda conteúdos diários sobre diversos tipos de ativos.

Tem dúvidas sobre ações, fundos e outros investimentos da Bolsa? Envie sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br.

Quer estar sempre bem informado sobre investimentos? Clique aqui e receba notícias e dicas para investir diretamente no seu WhatsApp.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.