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Funcionária cria cooperativa, compra negócio e salva empresa da quebra

Nadir Daroit fundou cooperativa que comprou a empresa em que ela trabalhava - Divulgação
Nadir Daroit fundou cooperativa que comprou a empresa em que ela trabalhava Imagem: Divulgação

Larissa Coldibeli

Do UOL, em São Paulo

06/03/2013 06h00

Funcionária do departamento financeiro de uma fabricante de válvulas, bombas e unidades hidráulicas em Cachoeirinha (RS), Nadir Daroit, 54, acompanhou de perto a derrocada da empresa, até o pedido de concordata.

Para evitar a demissão em massa e o fechamento definitivo da Rudick, empresa em que trabalhou por sete anos, ela reuniu um grupo de 20 funcionários e fundou a Coosidra (Cooperativa de Produção de Sistemas Hidráulicos). Num leilão, a cooperativa comprou a marca, os equipamentos e os projetos da antiga empresa, passando a administrar todo o processo de produção.

Concretizar o negócio, no entanto, não foi fácil. Passaram-se dez anos desde a fundação da Coosidra, em 1999, até a compra da Rudick, em 2009. Os recursos para a aquisição foram arrecadados por meio de um fundo de contribuição dos cooperados e de um empréstimo do sindicato dos metalúrgicos do RS.

“Conseguimos o dinheiro ao longo de dez anos em que a empresa foi administrada por um terceiro, nomeado judicialmente. Durante esse período, a Coosidra atuou como prestadora de serviços da empresa”, diz Daroit.

Ambiente masculino não intimida a empreendedora

Desde a fundação, Daroit é presidente da cooperativa e hoje lidera um grupo de 15 homens e três mulheres. Atuar num ambiente predominantemente masculino, para ela, é um desafio. “Fui a muitas reuniões em que eu era a única mulher. Os homens acham que a mulher é sexo frágil, mas eu transmito muita segurança naquilo que faço, sou bem clara e objetiva. Isso ajuda”, afirma.

Os desafios da empreendedora não se restringiram ao ambiente profissional. Três anos antes de assumir definitivamente a gestão da Rudick, Daroit ficou viúva e passou a tomar conta da empresa do marido, uma distribuidora de doces e salgados para o comércio da região.

Na época, seus dois filhos tinham 3 e 16 anos. “Durante três anos, eu toquei o negócio. Quando a demanda na Coosidra cresceu demais, tive de vender a distribuidora”, declara.

Atualmente, a cooperativa tem 1.500 clientes em todo o Brasil e atua usando a marca adquirida em leilão. Segundo a empreendedora, os 30 anos de mercado da Rudick ajudam na hora de fechar negócios.

Ela é uma das finalistas do prêmio Sebrae Mulher de Negócios, que reconhecerá, na quinta-feira (7), proprietárias de micro e pequenas empresas, participantes de negócios coletivos e empreendedoras individuais com histórias de superação.