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Petrobras sobe 9,5% após forte queda; Bolsa opera em alta e dólar, em baixa

Getty Images via BBC
Imagem: Getty Images via BBC

Do UOL, em São Paulo

23/02/2021 09h10Atualizada em 23/02/2021 15h44

Após fecharem em queda de mais de 21% ontem, as ações da Petrobras operavam em alta hoje na Bolsa brasileira.

Por volta das 15h30 (de Brasília), as ações preferenciais da companhia (PETR4), que dão prioridade na distribuição de dividendos, subiam 9,51%, enquanto os papéis ordinários (PETR3), com direito a voto em assembleia, registravam alta de 6,77%.

O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, também operava em alta. No mesmo horário, o índice tinha valorização de 2,04%, a 114.970,08 pontos.

Ontem, a Bolsa despencou 4,87% em reação à indicação do general Joaquim Silva e Luna para assumir o cargo de presidente da Petrobras. O Ibovespa terminou o dia com 112.667,70 pontos, atingindo seu menor patamar desde 3 de dezembro de 2020, quando alcançou 112.291,59 pontos.

Dólar opera em queda

O dólar comercial operava com valorização na manhã de hoje. Também por volta das 15h30, a moeda norte-americana operava em queda de 0,49%, a R$ 5,427 na venda. Ontem, o dólar subiu 1,27%, fechando a R$ 5,454 na venda.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Intervenção na Petrobras

Hoje, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a negar ter interferido na gestão da Petrobras após anunciar que trocaria o diretor-presidente da estatal, Paulo Castelo Branco. Segundo ele, o fato de o preço dos combustíveis não ter baixado, como ele queria, justificaria sua defesa.

"Você pode ver, o que que eu interferi na Petrobras? Alguém responde aí?", disse ele a interlocutores na manhã esta terça-feira no jardim do Palácio do Alvorada. "O que que eu falei para baixar o preço? Nada, zero." Na sequência, um apoiador comenta que é preciso vender as refinarias, mas Bolsonaro segue conversando. "O novo presidente vai dar uma arrumada lá, pode deixar."

Analistas citam cautela

Depois de um dia tenso nos mercados brasileiros, vários analistas citavam a permanência da cautela diante de um cenário ainda nebuloso.

"É nesta zona cinzenta de informação que o mercado não pode operar, pois ao sinalizar intervenção em uma empresa de capital aberto, sem cumprir todos os requisitos legais e formais para tanto, com viés de mudança de políticas internas, o governo age como se a empresa (Petrobras) fosse mais um ente governamental", opinou Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, em nota.

"Tudo isso vem a reboque da demora da aprovação de um novo pacote de auxílio emergencial e atraso com a vacinação em nível nacional (...)", completou.

Na segunda-feira, o relator da chamada PEC emergencial, senador Marcio Bittar (MDB-AC), apresentou parecer preliminar à proposta para permitir a concessão de um auxílio residual neste ano aos mais vulneráveis diante da crise do coronavírus. Sem prever valores para a prorrogação do auxílio, o texto do relator obtido pela agência Reuters traz inovação negociada entre o governo e os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para estabelecer uma "cláusula de calamidade", conferindo mais flexibilidade a despesas públicas voltadas ao combate a crises.

Com a dívida pública em patamares recordes, qualquer perspectiva de aumento de gastos no país sem equilíbrio de despesas preocupa os agentes dos mercados financeiros.

(Com Reuters)