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Seu fundo de renda fixa deve continuar rendendo pouco; como ganhar mais?

João José Trindade

Do UOL, em São Paulo

08/01/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Queda dos juros diminuiu o rendimento das aplicações em renda fixa
  • Uma alternativa para ganhar mais é diversificar, escolhendo fundos que não investem só em títulos do governo
  • Por exemplo, fundos de ações e multimercados
  • Compare custos, prazos de resgate e tributação dos fundos antes de escolher

Seu fundo de renda fixa que costumava dar mais de 1% de ganho todos os meses, sem sustos, passou a render cada vez menos? Esse problema não é só seu, mas de todos que têm dinheiro na modalidade mais conservadora dos fundos de investimento.

Isso não significa que você precise ficar preso ao fundo. Entenda o que fez o rendimento cair e veja alternativas para ganhar mais.

'Culpa' é da queda dos juros

No fundo de renda fixa, o administrador da carteira investe seu dinheiro algo que renda um ganho previsível.

No Brasil, o jeito mais tranquilo e seguro de conseguir isso sempre foi comprando títulos do governo federal. É como se você emprestasse dinheiro ao Tesouro e, em troca, recebesse juros do governo. O risco é baixo porque você só perde dinheiro se o governo der calote, o que é pouco provável.

Historicamente, o governo brasileiro pagava uma das taxas de juros mais altas do mundo para pegar dinheiro emprestado, mas isso vem mudando.

Desde agosto de 2016, a taxa básica de juros, a Selic, que mede quanto o governo paga para tomar dinheiro emprestado, caiu de 14,25% para 5% ao ano.

Um efeito importante dessa queda é nos fundos de renda fixa, que rendem hoje um terço do que rendiam há três anos. É verdade que a inflação também caiu nesse período. Mas, mesmo assim, o ganho real (aquele que sobra depois de descontada a inflação) passou de 6,3% em 2016 para menos de 3% hoje em dia.

Tudo indica que o patamar de juros elevados ficou no passado. Assim, temos que olhar ativos que tem mais relação com a economia privada
Samuel Oliveira, chefe da área de análise de fundos da XP Investimentos

O que fazer com meu fundo?

Os fundos mais conservadores, que praticamente só aplicam seu dinheiro em títulos do governo, ainda são maioria. Eles detêm 41% de tudo o que os brasileiros aplicam em fundos de investimento, o que corresponde a R$ 2,2 trilhões, segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Mas estão crescendo os fundos de ações e multimercados, por exemplo, que investem em títulos de empresas, em vez de papéis do governo. Eles receberam mais de R$ 127 bilhões só neste ano, já descontando os resgates, enquanto os fundos de renda fixa receberam bem menos, R$ 21 bilhões.

A primeira dica para escapar do rendimento baixo é diversificar: retire parte do dinheiro do fundo de renda fixa conservador e teste outras opções.

Como diversificar

Peça ao seu gestor ou gerente a lista de todos os fundos da casa e veja qual deles tem mais relação com seu perfil de risco. Como você estava em um fundo de renda fixa conservador, provavelmente não tem estômago para ver sua aplicação subir e descer a cada variação da Bolsa, por exemplo.

"Tem pessoas que não podem correr nenhum risco", disse o gestor de investimentos da Par Mais, Alexandre Amorim. Segundo ele, se você já está na terceira idade, tem plano de comprar algum bem nos próximos meses ou de se aposentar em breve, por exemplo, não faz sentido arriscar investindo em um fundo que pode dar prejuízo por algum tempo, antes de se recuperar.

Depois de avaliar a lista de fundos, pergunte ao gestor em quais produtos eles investem, recomenda Oliveira. Os fundos de renda fixa podem aplicar em vários ativos, além de títulos de governo, como CDBs e debêntures.

Compare custos e prazos para resgate

De nada adianta uma carteira render mais se a taxa de administração dela for muito maior que a de outra, que renda um pouco menos. "Um fundo conservador que cobre mais de 1,5% de taxa de administração, por exemplo, é muito caro" disse Oliveira.

Ulisses Nehmi, diretor presidente da Sparta Fundos de Investimento, afirmou que atualmente já existem fundos com esse perfil com taxa zero.

É importante também prestar atenção na liquidez do investimento, segundo Amorim, para saber se você poderá sacar seu dinheiro a qualquer momento, sem custos, ou se há alguma regra que o obrigue a esperar até o vencimento do investimento.

Imposto de Renda

Compare ainda a tributação do fundo. Quanto mais tempo o dinheiro fica aplicado, menor o Imposto de Renda sobre o ganho. Saque feito antes de 180 dias (seis meses) paga a alíquota máxima, de 22,5%. Após 720 dias (dois anos), a alíquota é de 15%.

Esse é um ponto que você deve considerar na hora de tirar o dinheiro de um fundo para colocar em outro: pode ser que valha a pena esperar antes de fazer a troca para pagar menos imposto.

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