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ANÁLISE

Cade cria barreiras na fusão entre Localiza e Unidas: como ficam as ações?

Unidas: O Cade enxergou sérios riscos à competitividade ao analisar acordos com empresas internacionais - Divulgação
Unidas: O Cade enxergou sérios riscos à competitividade ao analisar acordos com empresas internacionais Imagem: Divulgação

Felipe Bevilacqua

18/08/2021 08h38

Hoje vamos conversar sobre o acordo firmado entre a AES Brasil (AESB3) e BRF (BRFS3) para a construção de um parque eólico e sobre a notícia de que o Cade pode impedir a fusão entre Localiza e Unidas.

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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os assinantes do UOL.

BRF e AES Brasil firmam acordo para construção de parque eólico

A AES Brasil anunciou ontem (17), por meio de fato relevante, a assinatura de acordo de investimento com a companhia de alimentos BRF (BRFS3) para a construção de um parque eólico no Nordeste. A joint venture será formada para desenvolver o complexo eólico Cajuína, no Rio Grande do Norte, com 1.200 megawatts de capacidade instalada.

O parque fornecerá energia para as metalúrgicas Ferbasa e Minasligas, segmentos de alta demanda energética, além da própria BRF. A companhia de alimentos informou que o investimento segue sua política de sustentabilidade, que prevê redução de emissões de gases de efeito estufa em suas operações e cadeias produtivas. O início das obras deve ocorrer ainda em 2021 e o investimento está avaliado em R$ 5,2 milhões por MW instalado. O contrato terá prazo de 15 anos, com início de vigência em 2024.

Com o anúncio da parceria, a AES Brasil atualizou suas projeções de investimentos no período 2021 a 2025 para aproximadamente R$ 3,5 bilhões. Do total, R$ 2 bilhões serão alocados na expansão do complexo Cajuína (RN), R$ 918 milhões no complexo eólico Tucano (BA) e R$ 469 milhões em modernização e manutenção de suas plantas.

A AES segue sua estratégia de diversificação de portfólio, impulsionada pelo maior interesse de empresas na modalidade de autoprodução. Essa demanda cresceu com a crise hídrica, que elevou os preços no mercado de energia. Além disso, o fortalecimento da agenda ESG estimula empresas a buscarem fontes de energia renováveis.

Nesse contexto, vemos como acertada a estratégia da AES (AESB3) de aproveitar o momento de demanda aquecida para negociar contratos de longo prazo. Rogério Jorge, diretor de relacionamento com o cliente da AES, afirma que possuem propostas para contratos de compra e venda de energia começando em 2026, reforçando o bom momento da companhia.

Cade pode criar barreiras fusão entre Localiza e Unidas

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) está encontrando barreiras para aprovar a fusão entre as locadoras de veículos Localiza e Unidas.

Em maio, a Superintendência-Geral (SG) do Cade já havia definido a operação como complexa. Avaliações preliminares haviam levantado preocupações a respeito da alta concentração no mercado de aluguel de veículos. A declaração de complexidade autorizou a extensão do prazo de análise da operação até 3 de janeiro de 2022.

Como se trata de um mercado sem grandes barreiras de entrada para novos concorrentes, as perspectivas eram de aprovação. Ao analisar acordos de exclusividade fechados com empresas internacionais do setor, porém, o Cade enxergou sérios riscos à competitividade.

Um contrato entre a Unidas e a americana Vanguard Car Rental, por exemplo, impede a entrada de marcas como Alamo, Enterprise e National no mercado brasileiro. Num cenário pós-fusão, esse mercado ficaria concentrado entre a Localiza/Unidas, com 66% de market share, e a Movida, com apenas 11%. A equipe técnica do Cade não vê isso com bons olhos.

A notícia repercutiu negativamente nas ações da Localiza (RENT3) e da Unidas (LCAM3), que chegaram a cair mais de 5%, nas mínimas do dia.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.