O colapso da exchange FTX está preocupando os participantes do mercado cripto. A empresa era considerada uma das maiores corretoras do setor; porém, após o desenrolar de uma crise explicada recentemente aqui no UOL Economia, a corretora protocolou pedido de falência em 11 de novembro.
Além de a situação afetar milhares de usuários que utilizavam a exchange para comprar, vender e manter criptoativos, há um risco ainda maior: a queda da FTX pode culminar no "contágio" de todo o setor cripto. Quer entender melhor o problema? Vem com a gente!
O risco do contágio
Por ser uma das principais exchanges do mercado, a FTX fazia a custódia —ou seja, mantinha os criptoativos e outros produtos— de diversas empresas, incluindo instituições financeiras e fundos de investimentos. Contudo, com a sua falência, não é possível saber se estas empresas conseguirão recuperar os próprios ativos.
A incerteza existe porque processos de falência costumam ser burocráticos e demorados. Será necessário levantar o inventário dos ativos mantidos pela corretora e ordenar a preferência de credores, ou seja: listar quem serão os primeiros e os últimos a receber os ativos da massa falida.
Em processos como este, é comum que apenas os primeiros credores consigam reaver os ativos, enquanto os demais da lista ficam sem receber nada. Caso isso ocorra, há o risco de outras empresas também quebrem por conta do prejuízo: esse é o "contágio", que ocorre quando a ruína de uma empresa inicia um "efeito dominó" que derruba outras companhias.
Qual é o tamanho do problema?
O portal de notícias Coindesk obteve acesso aos documentos do processo de falência que tramita nos Estados Unidos. Segundo o site, a FTX deve dinheiro a cerca de um milhão de clientes, incluindo usuários comuns e grandes empresas.
Nessa linha, se estima que a corretora deve mais de US$ 3 bilhões aos seus 50 maiores credores. Embora não seja possível saber o nome de todas as empresas, há diversos clientes que possuíam, cada um, mais de US$ 100 milhões em ativos depositados na FTX.
Entre as empresas afetadas pela crise, estão a Alameda Research, que era o braço de investimentos da FTX; a Genesis Global Capital, que oferece empréstimos com criptoativos; a Sino Global Capital, empresa de investimentos; a Genesis Block, companhia de negociação cripto; a Gemini, corretora americana de cripto, entre outras.
Criptos e ações sangram durante a crise
O receio de contágio está causando uma crise de confiança generalizada no mercado cripto. Como o futuro de empresas importantes do setor é incerto, parte dos investidores de criptoativos está realocando seus recursos para produtos menos voláteis.
Com isso, o bitcoin, ether e outros criptoativos abriram a semana em queda e acumulam prejuízo considerável desde que a crise da FTX ganhou as manchetes, no início de novembro. Além disso, projetos patrocinados ou apoiados pela FTX, como FTT, SOL, SRM e RAY, podem sofrer ainda mais com a instabilidade.
A crise também está impactando, de forma indireta, empresas de capital aberto do setor cripto. As ações da corretora Coinbase atingiram o menor preço da história nesta semana, enquanto os papéis de Microstrategy, Riot Blockchain e Marathon Digital também caíam significativamente.
Nesse momento, é recomendado agir com cautela e evitar realizar aportes que comprometam uma parcela significativa do portfólio. Por outro lado, o momento de baixa pode ser considerado interessante para investidores que apostam no longo prazo e desejam entrar ou aumentar posição em criptomoedas.
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