Com recorde atrás de recorde, até onde a Bolsa vai? Gráficos tentam prever
Resumo da notícia
- Principal índice de ações da Bolsa bateu recordes sucessivos e superou os 130 mil pontos
- Qual a tendência agora, segundo analistas que usam gráficos para estudar o mercado?
- Ainda é momento de entrar na Bolsa? Veja o que dizem os especialistas
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa brasileira, bateu recorde histórico essa semana após emendar oito altas seguidas, até a última segunda-feira (dia 7), atingindo 130.776 pontos, o que representou uma valorização de 9,9% neste ano. Com esse ganho já acumulado, ainda há espaço para novos avanços, ou o risco de queda agora é maior?
Segundo os profissionais que usam indicadores econômicos e dados das empresas cotadas, os chamados analistas fundamentalistas, a Bolsa ainda não está cara e há espaço para o mercado seguir subindo.
Mas o que dizem os analistas que dão maior peso aos gráficos na hora de traçar tendências para o Ibovespa para o curto e médio prazos? Quais os cenários projetados pelos chamados grafistas, que usam análise gráfica para encontrar os melhores momentos para entrar ou sair de uma aplicação? Confira abaixo.
O que é análise gráfica?
Mostramos nessa matéria que os grafistas usam teorias matemáticas para estudar os gráficos formados pelos históricos dos preços de um ativo, como uma ação ou um índice, como o Ibovespa, por exemplo. Essa análise leva em conta apenas a cotação desses ativos, e não indicadores financeiros das empresas, como vendas, despesas, lucro, prejuízo e endividamento.
O analista gráfico estuda o comportamento dos preços dos ativos para identificar os padrões que mostram quando um papel está em trajetória de alta ou de queda para montar estratégias de curto e médio prazos.
O que os gráficos dizem sobre o Ibovespa agora?
Para o Ibovespa continuar subindo, o indicador precisa romper os 131.580 pontos, segundo a análise de Igor Graminhani, analista gráfico da Genial Investimentos. Se o indicador conseguir superar esse teto, diz ele, a alta pode continuar até os 133.620 pontos.
Nesse patamar, haverá uma nova batalha que pode ameaçar a tendência de alta do Ibovespa. Se superar os 133.620 pontos, o principal índice de ações da Bolsa brasileira pode engatar uma quinta marcha e subir mais, até os 136.910 pontos. Ou seja, um ganho extra de 4,7% em relação ao fechamento da última segunda-feira (dia 7).
A análise técnica é muito dinâmica, e pode mudar de um dia para o outro. Mas a tendência de médio prazo para o Ibovespa atualmente é de alta bem definida porque há vários indicadores técnicos que sustentam isso.
Igor Graminhani, analista gráfico da Genial Investimentos
O analista destaca que o Ibovespa pode passar por correções na trajetória de alta, até para recuperar o fôlego e atrair mais compradores. Assim, o índice da Bolsa pode recuar antes de voltar a subir. O que já vimos acontecer na sessão da última terça (8), quando a Bolsa recuou 0,76%, para 129.787 pontos.
Mas nesse movimento de ajuste para baixo, o Ibovespa deve encontrar um suporte para se apoiar, ao redor dos 125.390 pontos, e voltar a subir.
Pode haver uma realização de lucros até para dar um descanso aos indicadores. Isso não tira a força de alta do Ibovespa no médio prazo. Mas se vier abaixo desse patamar, aí o Ibovespa pode cair mais até 119.460 pontos.
Igor Graminhani
Não é "proibido" investir num momento de alta
A alta acumulada pelo Ibovespa até agora no ano é da ordem de 10%. As projeções mais otimistas de analistas apontam um Ibovespa de 145 mil pontos ao fim de 2021, ou seja, um ganho de mais 10,8% em relação ao patamar da última segunda-feira. Nesse cenário, vale o investidor entrar agora, ou seria melhor esperar um pouco?
Para José Falcão Castro, especialista em renda variável da Easynvest by Nubank, o aplicador deve se preocupar mais com a própria estratégia de investimento do que no sobe e desce do mercado. Assim, para quem quer aplicar na Bolsa com objetivos de longo prazo -para deixar o dinheiro lá por cinco anos ou mais- é possível sim comprar ações neste momento.
Não é proibido investir na Bolsa quando o Ibovespa está em alta. O investidor não deve ficar tentando acertar o melhor momento para entrar na Bolsa. O que ele precisa ter é uma estratégia de investimento que seja montada a partir do perfil de risco dele. Até porque o que parecia caro pode se mostrar, daqui um ano, barato.
José Falcão Castro, especialista em renda variável da Easynveste by Nubank
Três dicas para aplicar com a Bolsa em alta
Mesmo o investidor que está entrando na Bolsa para deixar o dinheiro aplicado por mais tempo deve prestar atenção a algumas recomendações, dizem analistas de mercado.
Para Rafael Antunes, sócio da Inove Investimentos, há espaço para a Bolsa seguir subindo porque há setores que subiram mais, com o de commodities, mas outros tiveram ganhos menores, como o financeiro ou de comércio.
O Ibovespa a 130 mil pontos fica mais sensível a notícias pontuais, como as do ambiente político, o que traz volatilidade. Mas o importante é olhar para os fundamentos das empresas. O que faz o preço das ações são as empresas e as perspectivas de lucro dessas companhias. Então olhando para o futuro, há potencial positivo para a Bolsa.
Rafael Antunes, sócio da Inove Investimentos
Veja algumas recomendações que o aplicador que está entrando na Bolsa agora pode seguir, segundo profissionais de mercado:
- Diversificar: não concentre toda aplicação em uma única ação. Gestores de recursos recomendam dividir o investimento em uma carteira de 10 a 20 papéis. Menos que isso, o risco está concentrado; mais que isso pode levar o aplicador a perder o foco.
- Planejamento: antes de investir, a pessoa deve estabelecer o objetivo da aplicação e, a partir desse objetivo, definir o prazo de investimento.
- Aplicação gradual: se um aplicador decide ter 10% de sua carteira em ações, ele deve ir construindo essa fatia aos poucos. Dessa forma, vai pagar um valor médio dos papéis ao longo do tempo. Se fizer a alocação de uma só vez, pode até conseguir o melhor preço, mas também pode entrar no momento do pico.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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