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ANÁLISE

Não comece a investir antes de dar esses passos; veja dicas

O que fazer para organizar as finanças para poder investir? - kate_sept2004/iStock
O que fazer para organizar as finanças para poder investir? Imagem: kate_sept2004/iStock

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/10/2022 04h00

Quer começar a investir, mas sua vida financeira ainda está desorganizada? No Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, a planejadora financeira Lueny Santos dá dicas do que fazer para você colocar suas contas em dia e passar a ter dinheiro para fazer suas aplicações.

"O primeiro passo é fazer uma boa gestão financeira. Sem economia [de dinheiro], não tem investimento", afirma ela.

Leia abaixo a análise da planejadora financeira e assista ao programa completo do dia 15 de setembro, que é um tira-dúvidas sobre investimentos exclusivo para assinantes e transmitido semanalmente, às quintas-feiras, das 16h às 17h.

Para também ter sua dúvida respondida no programa, envie sua questão para o Papo pelo email uoleconomiafinancas@uol.com.br.

Não tenho nenhum investimento. Como começar?

Lueny diz que, antes de pensar no investimento em si, é preciso dar um passo para trás para entender todo o processo de investir. "O primeiro passo é fazer uma boa gestão financeira. Sem economia [de dinheiro], não tem investimento. É uma questão de organização e planejamento, sem deixar de gastar ou passar necessidade", afirma.

Para ela, é preciso aprender a gastar de forma consciente, a não desperdiçar o seu dinheiro no que não é importante para você. "A educação financeira começa com atitudes simples que vão gerar hábitos mais sustentáveis ao longo do tempo", declara.

Lueny destaca três passos, antes de investir:

  • Primeiro passo: Olhar para o seu orçamento mensal, para entender quais são suas prioridades, controlando a entrada e a saída do dinheiro.
  • Segundo passo: Organizar e pagar as suas dívidas, caso você tenha, antes de começar a investir. "Os juros de dívidas são em geral muito maiores que a rentabilidade dos investimentos. Então, se você tem dívidas, trace primeiro um plano de ação para quitá-las e mude sua forma de lidar com o dinheiro, que é a estratégia do primeiro passo", afirma.
  • Terceiro passo: Carimbar o seu dinheiro. "Nos investimentos, você deve, primeiro, definir quais são os seus projetos. O que você quer alcançar ao investir o seu dinheiro? Quando você entender o porquê de estar fazendo aquilo [investir], vai valer a pena o seu esforço", diz.

Segundo ela, o importante é criar o hábito de poupar para montar sua reserva financeira.

"Quem tem dívidas deve montar a sua reserva financeira, sim. Esse deve ser o primeiro investimento, pois, se você tiver uma emergência no meio do caminho, tem um dinheiro para poder contar. Depois, você busca outros investimentos", afirma.

Ela diz, no entanto, que é preciso ter constância [em fazer aportes]. "Falar de investimentos é falar de constância. A importância desse hábito está desenhada dentro do seu planejamento financeiro, porque você tem a responsabilidade de fazer aportes em um momento de acumular patrimônio", declara.

Antes de começar a investir, você deve entender ainda qual o seu perfil de investidor e qual a sua tolerância a correr risco, para, depois, escolher as aplicações de acordo com os seus objetivos.

O que fazer primeiro: pagar a dívida ou fazer a reserva?

A planejadora financeira diz que, quando você está endividado, o primeiro passo é conter essa dívida, não deixar que ela aumente. "Está gastando muito no cartão de crédito? É hora de reduzir esses gastos. Está entrando no cheque especial todo mês? Olhe para isso também e defina um plano de ação. Normalmente, as dívidas têm taxas muito altas. Portanto, financeiramente, é mais interessante você quitar essas dívidas (do que começar a investir)."

Mas ela diz que, mesmo com dívidas, você deve se blindar de imprevistos financeiros. "Montar a sua reserva financeira é também importante. O cenário ideal é caminhar com as duas estratégias juntas: separar um valor para pagar as suas dívidas e separar outro valor para montar sua reserva", afirma.

Mas, se não conseguir fazer as duas estratégias ao mesmo tempo, ela diz que o recomendável é você montar uma pequena reserva financeira no primeiro momento.

"Pense em um valor que irá te dar uma certa segurança no primeiro momento e foca nisso. Pode não ser o valor ideal, mas o possível para o seu cenário hoje. Monta essa primeira etapa da reserva financeira e depois você caminha com a estratégia de pagar as dívidas. Se acontecer algum imprevisto no meio do caminho, essa reserva vai te dar um alívio", afirma.

Vale tirar dinheiro de um investimento para pagar dívida do cartão de crédito?

Depende do objetivo do seu investimento, diz Lueny. Segundo ela, se for dinheiro da reserva financeira, não vale sacar a grana para pagar dívidas. "Vale a pena você olhar para o seu fluxo financeiro, ver o que pode cortar para esse período de dívidas, para mudar a sua situação."

Mas, segundo ela, se o seu investimento for para a sua aposentadoria, para comprar um imóvel ou para fazer uma viagem, aí é um ponto a se pensar. "Dívida de cartão de crédito tem juros muito altos. Mas vale fazer uma primeira análise: quanto rende esse investimento e quanto é a taxa de juros da sua dívida do cartão de crédito? Há outras características que também precisam ser consideradas", diz Lueny.

Como organizar as finanças em casal?

Lueny diz que não há uma estratégia padrão para organizar as finanças em casal. "O ideal é você conversar com o seu companheiro ou companheira e entender qual a melhor estratégia para vocês: juntar tudo ou ter contas separadas ou ter parte das contas junto e parte separado", afirma.

Para ela, mesmo na estratégia de juntar tudo (todo dinheiro que entra e que sai é do casal), vale estipular um valor para cada um gastar com o que quiser.

"Eu sempre recomendo o diálogo, pois é ele que vai garantir que vocês estão considerando os pontos importantes para os dois lados."

Tenho financiamento imobiliário: quito as parcelas ou começo a investir?

"Financiamento imobiliário é geralmente uma dívida de longuíssimo prazo, de 25, 30 anos. Então, não dá para esperar finalizar esse prazo para começar a investir", declara.

Lueny diz que o ideal é montar um plano de ação para as duas estratégias: amortizar o saldo devedor do financiamento imobiliário e também investir pensando em seus projetos de médio e longo prazo, além de já ter a sua reserva financeira. "Mas isso varia muito de acordo com o cenário de cada pessoa", afirma.

Gestão financeira: usar caderno, Excel ou aplicativo?

"A gestão financeira não tem a ver com lançar todos os gastos, mas com definir as suas prioridades para onde vai o seu dinheiro", declara Lueny.

Ela reforça ainda que anotar tudo o que gasta não é fazer acompanhamento do orçamento. "Se você não faz o controle da meta definida, o anotar não resolve. Quando você anota, está olhando para o passado. Mas você deve planejar e definir para onde o dinheiro vai", afirma

Para ela, a ferramenta que você vai usar (caderno, Excel ou aplicativo) só vai funcionar se realmente fizer sentido para você. "Mas é preciso ter uma estratégia bem desenhada para você poder fazer o controle."

Vale a pena investir se eu não ganho muito?

"Você não precisa ganhar muito nem ser rico para ser um investidor de sucesso, para ter seus investimentos", afirma a planejadora financeira.

Ela diz que os investimentos vão colocar o dinheiro para trabalhar a seu favor, "independente do valor que você tiver". Segundo Lueny, hoje a partir de R$ 31 você consegue investir no Tesouro Direto, por exemplo.

Lueny diz que, ao começar a investir, o ponto mais importante não é ter muito dinheiro, mas escolher produtos que fazem sentido para os seus projetos. "O segredo de um bom investimento está no aprendizado contínuo que ele vai te trazer, de buscar as aplicações de acordo com as suas expectativas, perfil e projetos", diz.

Papo com Especialista é semanal

O programa Papo com Especialista é transmitido às quintas-feiras, semanalmente, das 16h às 17h, na página inicial do UOL, no UOL Economia e no UOL Investimentos, e é exclusivo para assinantes. Reveja programas anteriores aqui.

Você pode enviar perguntas ao Papo pelo email uoleconomiafinancas@uol.com.br —elas podem ser respondidas no programa.

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