De endividado a investidor: como viver sem dívidas e dormir tranquilo
Dívidas atingem a grande maioria dos brasileiros. Veja a importância de organizar a vida financeira, quitar as dívidas e começar a fazer investimentos com tranquilidade.
"Você precisa ter uma gestão financeira adequada para garantir que os investimentos vão realmente trabalhar a seu favor. Não deve investir e, quando o cartão de crédito estourar, resgatar o dinheiro para pagar a dívida", afirma a planejadora financeira Lueny Santos, no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL.
Leia abaixo a análise da planejadora financeira e assista ao programa completo. O Papo com Especialista é um tira-dúvidas sobre investimentos exclusivo para assinantes e é transmitido semanalmente, às quintas-feiras, das 16h às 16h40.
Para também ter sua dúvida respondida no programa, envie sua questão para o Papo pelo email uoleconomiafinancas@uol.com.br.
Como viver sem dívidas ou empréstimos, se minha renda mensal é instável?
Situação é muito comum. "Autônomos e empreendedores, por exemplo, vivem uma montanha-russa de recebimentos. Um mês, ganha-se bem; em outro, abaixo do esperado", diz Lueny.
Estipule um salário de acordo com suas despesas pessoais. Transfira o valor da sua conta profissional para a pessoal todo mês. "Assim você consegue manter o padrão da sua vida pessoal", diz. Esse dinheiro é chamado de pró-labore.
Por exemplo: Você precisa de um pró-labore de R$ 5.000. No mês que faturar R$ 7.000, você consegue guardar R$ 2.000. Já no mês que faturar menos, você tem de onde tirar esse complemento para chegar aos R$ 5.000 (que você definiu como seu padrão de vida).
Assim, você evita ficar vivendo com valores diferentes. Porque, se você fatura R$ 7.000, e gasta conforme os R$ 7.000, no mês que você faturar R$ 3.000, não vai conseguir bancar todas as suas despesas.
Lueny Santos, planejadora financeira
Avalie, antes, se o seu faturamento é condizente com o seu pró-labore. "Quando você define que precisa de R$ 5.000 para viver, deve olhar no seu profissional se a média do seu faturamento dos últimos 12 meses é coerente com isso, se sua empresa consegue faturar. Se isso não acontece, você precisa ir ao seu pessoal e fazer o corte dos gastos", afirma.
A ideia é que você tire um valor fixo todo mês, para ir montando uma reserva, e ser capaz de sempre viver no mesmo padrão de vida.
Lueny Santos
Para ter uma renda mais estável, vale separar as contas pessoal e profissional. Na conta pessoal, você paga as despesas de aluguel, água, energia, alimentação, etc.; e na conta profissional, os gastos do seu negócio ou atuação profissional, como taxas e impostos. "Isso vai te ajudar a ter mais clareza nos dois cenários e a entender o que você precisa controlar, reduzir ou cortar, para fazer esse fluxo fechar e evitar esse ciclo de dívidas", diz ela.
Como organizar o orçamento para pagar as dívidas?
O primeiro passo é fazer o levantamento do seu orçamento. Coloque todo o dinheiro que entra e todos os gastos que saem.
"Para estas despesas, você precisa colocar um valor como meta e definir como irá acompanhá-lo. Vai gastar tudo no crédito e acompanhar a fatura? Você tem disciplina para isso? Ou vai gastar no débito e deixar na conta o valor exato que pode ser gasto? Você precisa ter mais atenção nessas despesas variáveis", afirma Lueny.
Após fazer esses ajustes, destine o que sobrar no orçamento para o pagamento das dívidas. Mas, atenção: se o saldo for negativo ou zerado, você precisa rever os valores e reduzir o que for necessário. "Nenhuma estratégia de dívidas vai funcionar se todo mês você gastar mais do que ganha", declara.
Aqui há um ponto delicado: mudança no padrão de vida. "Muita gente tem dificuldade de olhar para isso, porque exige algumas mudanças, como aprender a falar não, a mudar hábitos, a sair da sua zona de conforto", afirma.
Mas qual dívida pagar primeiro?
Faça um levantamento de todas as dívidas e avalie três pontos: taxa de juros, saldo devedor e valor da parcela.
Aqui há três caminhos: pagar, primeiro, a dívida que tem a taxa de juros mais alta, ou a dívida com saldo devedor menor ou quitar a dívida que tenha a maior parcela.
O ponto mais importante é ter um orçamento muito bem definido, para você entender para onde o seu dinheiro está indo, e, o segundo, é ter um plano de quitação real [com clareza dos prazos para ir quitando as dívidas]. Isso te motiva ao longo do processo.
Lueny Santos
Como reduzir o valor ou prazo de um financiamento imobiliário?
A forma de reduzir o valor ou o prazo de um financiamento imobiliário é fazendo amortizações. Ou seja, aumentando o valor do seu pagamento, para amortizar o seu saldo devedor.
A amortização pode ser mensal ou anual. O saldo do FGTS pode ser usado a cada dois anos.
Só posso investir após pagar todas as dívidas?
Não precisa pagar todas as dívidas primeiro para só então começar a investir. Há dívidas com prazos muito longos, como financiamento imobiliário e financiamento de carro. Assim que as parcelas estiverem sob controle, e antes de seguir um plano de quitação, vale você começar a montar a sua reserva financeira.
"Não adianta você começar a quitar todas as suas dívidas, ter um imprevisto e precisar voltar para o cheque especial ou pegar um novo empréstimo ou gastar mais no cartão de crédito. Isso pode embolar de novo a sua vida financeira", afirma Lueny.
A reserva financeira é o primeiro investimento. Tenha um valor definido no seu orçamento para direcionar à reserva. Quando a reserva financeira estiver montada, vale dividir esse dinheiro que você tem todo mês para o longo prazo, para quitar as dívidas e para outros projetos.
Afinal, a gente quer equilibrar entre viver o hoje e se planejar para o futuro. É preciso encontrar esse equilíbrio: guardar um pouco para o futuro e reserva um pouco para o presente também.
Lueny Santos
Como começo no mundo dos investimentos? Quais são os primeiros passos?
Olhar para o seu orçamento mensal, para saber qual o valor que você irá guardar. "Lembre-se que você é o responsável pelos aportes em seus investimentos. Para o dinheiro crescer, você precisa todo mês ter a capacidade de colocar dinheiro. Não existe milagre em investimento", diz.
Definir para qual projeto vai esse dinheiro do seu orçamento. "Quanto vai para a reserva financeira, quanto para aquela viagem, quanto vai para a casa própria, quanto é para a aposentadoria", diz Lueny. Vale, segundo ela, fazer um filtro dos seus projetos para, só depois, procurar os investimentos adequados para eles.
Por exemplo: para a reserva financeira, os produtos mais adequados são o Tesouro Selic, o CDB de liquidez diária e fundos de renda fixa simples. Para a aposentadoria, vale ter uma carteira diversificada, indicada para o longo prazo.
O primeiro passo é entender o seu projeto e o seu perfil de investidor, para depois começar a procurar os investimentos do mercado financeiro.
Lueny Santos
Só conheço a poupança e o CDB. Como diversificar minha carteira?
Busque conhecimento. Entenda o que é uma carteira diversificada e quais as classes de ativos que devem compor essa carteira.
A carteira diversificada é recomendada para o longo prazo. "No curto prazo e na reserva financeira, você não deve diversificar os seus investimentos. Para uma viagem daqui a três anos, por exemplo, o ponto mais importante é a segurança do investimento", diz ela.
Antes de diversificar a sua carteira, pense nos seus projetos. Vale "carimbar" o seu dinheiro, de acordo com os seus projetos. Por exemplo: Esse dinheiro é da reserva, esse é da viagem internacional, esse é da aposentadoria, esse é para trocar de carro, etc.
"Você deve definir quando cada projeto deve acontecer, qual o risco que pode correr e qual a característica mais importante. A característica da reserva é ter segurança; a da aposentadoria é garantir rentabilidade no longo prazo, por isso você diversifica; a da viagem para a Europa é proteger contra a variação do euro", afirma Lueny.
A diversificação de carteira só vai acontecer se o seu projeto permitir. Você diversifica a carteira pensando no médio e longo prazo. No curto prazo e reserva, você não diversifica.
Lueny Santos
Aulão: como sair da poupança com segurança para ganhar mais dinheiro
A poupança é o investimento mais usado pela maioria dos brasileiros. Mas há outras opções que podem ser mais vantajosas e que rendem mais. Para quem está começando a investir, UOL tem uma série de quatro aulas ao vivo sobre como diversificar sua carteira.
O tema é "Como sair da poupança com segurança para ganhar mais dinheiro". Falamos sobre as opções de investimento que existem, como avaliar o seu perfil para investir de acordo com sua tolerância ao risco, como diversificar sua carteira e como saber se os seus investimentos estão de acordo com os seus planos e sonhos.
As quatro aulas já estão no ar. O primeiro episódio e fala sobre quais são os principais investimentos existem, como funcionam e quais são seus riscos. Assista à aula completa aqui. Já o segundo episódio mostra como descobrir qual é o seu perfil de investidor para aplicar melhor seu dinheiro, veja aqui. Já a terceira aula fala sobre como montar uma carteira de investimentos e está disponível aqui. O último episódio, sobre como movimentar sua carteira, pode ser assistido na íntegra aqui.
Assista ao aulão no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, todas as quintas-feiras, das 16h às 16h40.
Assinantes do UOL podem reassistir às aulas quantas vezes quiserem. Ao final, os assinantes ainda vão ganhar um guia exclusivo sobre como investir além da poupança. Assine aqui e participe!
A última série do Papo com Especialista foi sobre como ter renda passiva pingando na sua conta com os investimentos. Para saber mais, acesse o especial "Guia de Investimentos para ter Renda Passiva", exclusivo para assinantes.
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