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Empresas lucram com venda de marmitas e administração de refeitórios

Larissa Coldibeli

Do UOL, em São Paulo

16/07/2013 06h00

O mercado de refeições coletivas –restaurantes corporativos que fornecem alimentação a empresas como indústrias, hospitais e escolas– faturou R$ 14,7 bilhões em 2012, ante R$ 13 bilhões em 2011, um crescimento de 13%, segundo a Aberc (Associação Brasileira das Empresas de Refeições). A projeção para 2013 é de crescimento entre 10% e 20%.

Segundo Reinaldo Messias, consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e às Pequenas Empresas de São Paulo), o setor oferece bastante oportunidade para empreendedores interessados em abrir um negócio no ramo de refeições coletivas.

O motivo, conta Messias, é que as empresas brasileiras subsidiam a alimentação de seus empregados, seja por meio do pagamento de vale-refeição ou por meio de refeitório no local de trabalho. E, com isso, a procura pelo serviço é grande.

“A maneira mais fácil e simples de entrar nesse mercado é fornecendo marmitas para empresas ou obras vizinhas. Basta ter senso de oportunidade. Onde houver um canteiro de obras, por exemplo, há necessidade de alimentação”, declara.

Outra forma de operar no segmento é por meio de cozinhas industriais que preparam e servem a refeição dentro da própria empresa que contrata o serviço.

“Os equipamentos podem ser do contratante ou do fornecedor. O primeiro caso diminui o investimento necessário para o início do negócio. Já o segundo, permite ao empreendedor melhores condições de negociação na hora de renovar o contrato, já que a cozinha está em suas mãos”, afirma Messias.

Para se diferenciar, o consultor diz que é importante ter um bom cardápio.

Segundo ele, a empresa precisa oferecer alimentos de acordo com a preferência dos trabalhadores e com a quantidade adequada, atendendo aos horários e os prazos estabelecidos.

Os cuidados com a segurança alimentar também são imprescindíveis.

É possível, ainda, fornecer alimentos para as empresas que administram refeitórios de grandes companhias, como faz o restaurante italiano Capisce.
 
A central de produção de massas da empresa comercializa pratos italianos para a Sodexo, que abastece os refeitórios do Complexo Itaú e do Hospital São Luís –unidade Anália Franco, ambos em São Paulo (SP).
 
“É necessário fazer treinamentos voltados à manipulação adequada dos alimentos e, dependendo das instalações, laudo de segurança dos bombeiros e cumprimento de normas específicas da secretaria de vigilância sanitária do município”, diz Messias.
 

Ritmo das empresas determina desempenho do setor

Daniel Mendez, 49, é dono da Sapore, umas das três maiores empresas de refeições corporativas do Brasil, segundo a Aberc, que faturou R$ 1,2 bilhão ano passado. Ele administra 1.100 restaurantes, 15 mil colaboradores e serve mais de um milhão de refeições por dia.

Segundo Mendez, o setor de refeições coletivas é muito dependente de fatores macroeconômicos.

“Se as empresas vão bem, o negócio vai bem. Conforme cresce o número de contratados, cresce também o número de refeições fornecidas. Quando as empresas abrem novas unidades, são novos pontos de mercado para explorar”, declara.

Antonio Guimarães, diretor da Aberc, explica que os contratos do setor costumam ser anuais e que a inflação, que afeta o preço de itens de hortifrúti e carnes, é a principal vilã.

“O fornecedor já tem de prever no contrato a oscilação dos preços de matérias-primas para não ter prejuízo depois de alguns meses. Para conquistar clientes, os fornecedores tentam baixar ao máximo os preços, o que resulta em pequenas margens de lucro, em torno de 4%.”