Microcrédito ajuda empresária a aumentar vendas em 50%
Dona de uma loja de roupas há cinco anos em Salto de Pirapora (124 km a oeste de São Paulo), Eveline Garcia, 29, recorreu ao microcrédito para fazer sua empresa crescer.
Em 2011, ela pegou um empréstimo de R$ 5.000 com o Banco Pérola e ampliou o estoque dos itens que mais saem: blusas, jeans e bolsas. Como resultado do investimento, a loja aumentou as vendas em 50% e fatura R$ 15 mil por mês.
O Banco Pérola é uma ONG (organização não governamental) de microcrédito criado pela empreendedora Alessandra França, 27, em Sorocaba (99 km a oeste de São Paulo).
De lá para cá, Garcia solicitou mais dois empréstimos no mesmo valor para expandir o negócio. “Mudamos para um novo espaço duas vezes maior. A loja antiga era pouco maior do que uma garagem”, diz.
O novo endereço, segundo a lojista, fica em uma rua mais movimentada, próximo a um supermercado. “O fluxo intenso de pessoas ajudou a aumentar as vendas”, declara.
A empresária afirma, ainda, que já recorreu a empréstimos nos grandes bancos, mas, no Pérola, encontrou menos burocracia. “Nos bancos grandes é mais difícil conseguir crédito. E quando eles liberam, às vezes, o valor é menor do que o solicitado.”
Microcrédito ajuda na criação de novos negócios
Iniciativas de microcrédito são importantes para que micros e pequenos negócios possam sair do papel e crescer, segundo o sócio-diretor do instituto de pesquisa em baixa renda Data Popular, Renato Meirelles.
“A vontade de empreender do brasileiro nunca esteve tão alta, mas, muitas vezes, esbarra na falta de informação e de dinheiro. O microcrédito supre parte desta carência.”
Quanto à falta de informação, o especialista declara que os microcréditos orientados –quando agentes do banco acompanham os passos da empresa– atendem melhor essa necessidade.
“Nesse tipo de empréstimo, o empreendedor é instruído a gerir os recursos do negócio com mais eficiência e a investir melhor”, declara.
Empreendedor deve se planejar antes de tomar empréstimo
De acordo com Meirelles, antes de recorrer a um empréstimo, o empreendedor deve fazer um planejamento. “Ele precisa ter foco, saber em que vai investir, qual será o retorno da operação e se vai ter condições de pagar em dia.”
O diretor do Data Popular afirma, ainda, que vale a pena conversar com outros empreendedores que tenham recorrido ao mesmo tipo de crédito para saber se as condições apresentadas pela instituição são verdadeiras.
“Nada melhor do que a experiência de quem já passou pela mesma situação para dizer se o empréstimo é ou não vantajoso para o empreendedor.”
ONGs também precisam ser avaliadas
De acordo com o diretor do centro de negócios sociais da faculdade ESPM, Ismael Rocha Junior, por serem empresas, inclusive com CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), as ONGs –como é o caso do Banco Pérola– também podem enfrentar problemas de gestão.
Para ter mais garantia de que o trabalho da ONG é sério, Rocha Junior diz que a população pode verificar se a instituição possui título de Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), dado pelo governo federal. A pesquisa pode ser feita no site do Ministério da Justiça.
“Para receber este título é preciso comprovar com documentos a legitimidade do negócio. É um degrau acima da ONG”, afirma.
Além disso, segundo o diretor da ESPM, algumas ONGs divulgam o balanço de sua receita e dos gastos, incluindo salários dos funcionários, em seus sites.
“Esse já é um ponto positivo porque demonstra maior seriedade da instituição. Mas a população também pode avaliar se aquele salário condiz com o padrão de vida que os funcionários levam”, declara.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.