'Prévia' do PIB cai 0,13% no primeiro trimestre, mas sobe 0,86% em um ano
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma "prévia" informal do PIB (Produto Interno Bruto), mostrou que a economia encolheu 0,74% em março, em relação a fevereiro, informou o Banco Central nesta quarta-feira (16). Na comparação com março do ano passado, o PIB caiu 0,66%.
O resultado foi bem pior do que o esperado por analistas consultados pela agência de notícias Reuters, de queda de 0,1% na comparação mensal.
Com o dado de março, a "prévia" do PIB no primeiro trimestre fechou em queda de 0,13%, em relação ao período anterior, interrompendo uma série de quatro trimestres de crescimento. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, porém, o IBC-Br cresceu 0,86%.
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O BC também revisou a "prévia" do PIB para fevereiro, que passou de alta de 0,09% para queda de 0,1%.
Serviços e produção industrial caem
O IBC-Br reflete o desempenho da produção nos setores de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.
Em março, a produção industrial encolheu 0,1% e terminou o primeiro trimestre estável, enquanto o setor de serviços apresentou, nos três primeiros meses do ano, queda de 0,9%. Somente o comércio terminou o período com ganhos, de 0,7%, mas ainda indicando oscilações.
Desemprego alto freia o consumo
Apesar de a inflação e os juros estarem em patamares baixos, o desemprego ainda é alto, freando o consumo e impedindo uma melhora econômica mais forte num ano de eleição presidencial envolta por indefinições.
Esses cenários vêm afetando a confiança de forma generalizada no país, inclusive já neste segundo trimestre. Esse movimento levou analistas consultados pela Reuters a alertarem para novo possível período de baixa atividade econômica.
Economistas consultados pelo BC vêm reduzindo a expectativa de crescimento do PIB este ano, A previsão, que estava em torno de 3% no início do ano, agora é de 2,51%.
PIB oficial
Os dados oficiais do IBGE sobre o desempenho do PIB no trimestre passado serão divulgados em 30 de maio.
Os números mais recentes já divulgados mostram que, com o melhor desempenho da agropecuária desde 1996, a economia brasileira registrou crescimento de 1% em 2017, na comparação com o ano anterior. Com isso, o país voltou a crescer após dois anos de recessão.
Economistas afirmam, porém, que o país levará pelo menos dois anos para voltar ao nível de antes da crise. O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil encolheu 3,5% tanto em 2016 quanto em 2015.
IBC-Br
O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB. Ele é divulgado mensalmente pelo Banco Central, enquanto o PIB é divulgado a cada três meses pelo IBGE.
O IBC-Br serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.
O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).
A estimativa incorpora a produção estimada para os três setores, acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.
(Com Reuters)
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