Jiu-jitsu e ioga ajudam empresas no treinamento de funcionários
Uma consultoria que atua com o desenvolvimento de pessoas em São Paulo, oferece um método pouco tradicional para aprimorar o talento de funcionários de empresas.
A prática, chamada de “O Despertar do Guerreiro Interno”, une movimentos das artes marciais com técnicas de meditação e mensagens motivacionais.
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Para dar o treinamento, a companhia cobra, em média, R$ 6.000 por mês para uma sessão por semana.
Segundo Eduardo Farah, instrutor e sócio da consultoria Clarear Propósito e Pessoas, responsável pela aplicação da técnica, o treinamento ajuda a recuperar o foco, a disciplina e a melhorar aspectos como liderança e produtividade.
“Usamos movimentos de jiu-jitsu, karatê, tai chi chuan e ioga para deixar a pessoa mais centrada. Durante a atividade, há a leitura de mensagens e jogos que promovem a reflexão e ajudam na mudança de comportamento da pessoa”, diz.
De acordo com Farah, que também é professor de ética da FGV (Fundação Getulio Vargas), com a atividade é possível, por exemplo, estimular a equipe de vendas a atingir as metas com mais facilidade.
O consultor afirma, ainda, que o treinamento eleva a interação entre os funcionários e fortalece a ética nas relações com consumidores e clientes. A prática pode ser direcionada para atender às necessidades específicas do negócio do cliente.
Consultoria afirma que resultado aparece em três meses
Cada aula dura de uma hora a uma hora e quinze minutos e pode ser realizada na sede da consultoria ou na própria empresa, desde que haja espaço. Pode ser feita por funcionários de todos os níveis hierárquicos, dependendo da meta do negócio.
O método foi criado por Fernando Belatto, que praticante de artes marciais há anos e também sócio da consultoria. O ideal, segundo Farah, é que seja feita com grupos de 30 a 40 pessoas, por três meses.
“É o tempo necessário para se perceber a mudança de comportamento. A pessoa passa a encarar o trabalho de outra maneira e isso se reflete no dia a dia. Não há contraindicações, pois não há risco físico para os praticantes”, afirma.
Há quase dois anos, a empresa de papelaria para escritórios Gimba, que possui 600 funcionários, oferece “O Despertar do Guerreiro Interno” para seus contratados da área de vendas e de nível gerencial.
Ricardo Zaninotto, diretor do Gimba, diz que uma turma é formada a cada três meses e que há fila de espera porque, mesmo quem já fez, quer fazer de novo. Ele afirma que a mudança de comportamento é perceptível e reflete diretamente nos resultados financeiros do negócio.
“As equipes que praticam são mais organizadas, disciplinadas e trabalham com mais planejamento, além de atingir as metas com mais eficiência e tranquilidade”, declara.
O sócio da Clarear Propósito e Pessoas diz que, atualmente, "O Despertar do Guerreiro Interno" é aplicado em mais duas empresas, além do Gimba, sendo uma delas uma multinacional do ramo farmacêutico e, a outra, uma empresa de pequeno porte. Ele não revela nomes porque o contrato prevê confidencialidade.
A consultoria foi fundada em 2002 e atua em todo o Brasil, oferecendo outras programas de desenvolvimento de talentos para empresas, como coach, treinamentos e atividades para motivação e engajamento de equipes. Farah diz que já atendeu mais de 500 empresas, mas não revela o faturamento mensal.
Adesão de empresas a motivações alternativas ainda é restrita
Luiz Edmundo Rosa, diretor de educação da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), diz que existem muitos métodos alternativos para motivar e desenvolver funcionários, como atividades ao ar livre em grupos.
“Eles ajudam a estimular a cooperação entre as pessoas, a convivência, o respeito e a confiança facilitando o trabalho em equipe”, declara.
Apesar de as empresas entenderem a importância de treinar seus funcionários, ele afirma, no entanto, que nem todas as empresas são abertas a essas práticas.
“Depende muito da cabeça de quem está à frente do negócio. Empresas de médio e grande porte aderem mais a essas iniciativas porque elas têm mais necessidade de integrar seus colaboradores. Já nas pequenas, a comunicação flui mais facilmente, são necessidades diferentes.”
Além disso, ele diz que a empresa deve deixar o funcionário escolher se quer participar ou não da atividade.
“Ninguém pode ser obrigado a nada além daquilo que rege o contrato de trabalho. As pessoas têm de ser incentivadas a participar, mas não obrigadas”, diz Rosa.
Serviço:
Clarear Propósito e Pessoas
Rua Coronel Artur Godói, 21 - Vila Mariana - São Paulo -SP
Telefone: (11) 3207-3025
www.clarearpp.com.br
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