IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Mulheres criam projeto na Bahia para conciliar negócios e maternidade

Mário Bittencourt

Do UOL, em Vitória da Conquista (BA)

20/08/2014 06h00

Cuidar dos filhos e da vida profissional é o desafio de mães recentes que buscam conciliar independência financeira com a presença dos pequenos por perto. É o caso de Lorena Cruz, 29, que faz doces desde que Manuela nasceu, há 1 ano, e de Rosana Duarte, 30, que vende alimentos para festas e eventos após o nascimento de Maria Flor.

As duas criaram o projeto Mães Empreendedoras na Bahia a fim de reunir mulheres que passam pelas mesmas dificuldades que elas. A ideia, contam, era fazer uma "rede de mães" para trocar experiências. Já são 120 cadastradas desde fevereiro.

No site do projeto (www.maesba.com.br), elas recebem informações sobre empreendedorismo. Na página, também é realizada a divulgação dos serviços e produtos feitos por elas: peças de artesanato, artigos para festas, comida, cursos, itens de decoração e roupas, entre outros.

O grupo também organiza eventos gratuitos em Salvador, como um encontro que aconteceu em maio em que uma funcionária do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) deu palestra sobre como começar um negócio. Na ocasião, empreendedoras mais experientes do projeto contaram suas histórias.

Em busca de profissionalização

Lorena Cruz diz que as mulheres buscam parcerias e a profissionalização de suas empresas. Ela conta que, desde o início do projeto, sua doceria já deu passos nessa direção.

“Participamos de um concurso cultural da ilustradora Amanda Mol. O caso da doceria concorreu com 35 histórias, ficamos entre os cinco finalistas, que foram a voto popular, e vencemos. Ganhamos o nosso projeto de identidade visual, o que ajudou a profissionalizar ainda mais o negócio.”

Evoluir como empreendedora é o objetivo também da relações-públicas Jaqueline Almeida, 29. Desde a gravidez de Brisa, 11 meses, ela tem se dedicado a dar aulas de ioga e a revender produtos artesanais, como sabonetes e óleos aromáticos.

Ela relata que, por ser mãe solteira, o início foi “bem estressante”. “Eu queria fazer tudo ao mesmo tempo e me sentia culpada em não dar atenção à minha filha, que é o principal motivo da minha saída do trabalho.”

Mas, em contato com outras mães, passou a organizar a vida numa agenda de ações semanais, dentro de um planejamento mensal.

A enfermeira Marcelle Magalhães, 23, mãe de Lavínia, 1, está na mesma sintonia. Ela faz tiaras para bebês com até 2 anos e vende de 30 a 40 unidades por mês. “Aprendi a me organizar melhor. Cuido da filha pela manhã. À tarde, quando geralmente ela está dormindo, faço as tiaras”, diz.

Projeto impulsionou vendas das mães

Jaqueline Almeida conta que, desde que entrou no projeto, a venda de seus produtos tem crescido. “Já estou indo para a terceira remessa de pedidos". Ela trabalha por encomenda.

As participantes contaram ter aumentado suas vendas com a presença nos encontros e em bazares e também com a divulgação pela internet. No entanto, ainda não há informações sobre o volume total do comércio. As empreendedoras devem fazer esse levantamento até dezembro.

Para o final do ano, está prevista uma feira que reunirá a produção de todas elas em Salvador. Neste encontro, serão realizadas também oficinas de orientação.