IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

A hora da renda fixa: conheça os melhores investimentos com a alta da Selic

Na renda fixa, há opções de investimentos com e sem a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) - iStock
Na renda fixa, há opções de investimentos com e sem a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) Imagem: iStock
Juliana Mello

14/02/2022 04h00

O cenário para os investimentos hoje é muito diverso daquele de um ano atrás. A meta da Selic saiu da mínima histórica de 2% para 10,75% atualmente, em dois dígitos pela primeira vez desde 2017. Os economistas das principais casas de análise estimam que a taxa básica de juros no Brasil deve aumentar ainda mais este ano, para algo em torno de 12% —patamar que deve se manter até o fim do ano.

Esse novo momento da economia brasileira deve exigir dos gestores e investidores algumas mudanças no posicionamento de suas carteiras. Os títulos de renda fixa passam a render mais e se tornam mais atrativos —como você já deve saber. Mas, mesmo dentro dessa classe de investimentos, é importante analisar bem todas as opções disponíveis, entender os riscos associados a cada uma delas e escolher de forma consciente onde colocar seu dinheiro. Confira mais abaixo.

Para além da poupança

O investimento em renda fixa mais conhecido no Brasil provavelmente é a poupança. Mas mesmo com a Selic elevada, esse investimento não é tão atrativo. O dinheiro investido na caderneta de poupança atualmente rende 0,5% ao mês + TR (Taxa Referencial, um indicador do mercado financeiro); isto é, 6,17% ao ano.

Além de ser muito menos do que a Selic, considerando que a inflação no Brasil segue em patamares elevados, manter o dinheiro na poupança significa perder poder de compra no longo prazo.

O ideal seria o investidor optar por outras alternativas dentro da renda fixa. Algumas das opções mais conhecidas são:

  • CDBs (Certificados de Depósito Bancário);
  • RDBs (Recibos de Depósito Bancário);
  • Letras de Câmbio;
  • LCIs (Letras de Crédito Imobiliário);
  • LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio);
  • Letras Hipotecárias

CDBs, RDBs e Letras de Câmbio são aplicações em que o investidor empresta dinheiro para uma instituição financeira. Já LCIs e LCAs são títulos emitidos por instituições financeiras para estimular os setores imobiliário e do agronegócio. Por sua vez, Letras Hipotecárias são títulos atrelados ao crédito imobiliário.

Essas opções geralmente remuneram um porcentual do CDI —uma taxa que acompanha a Selic— e por isso são atrativas nesse momento.

Se a Selic cair, ainda assim vale investir em renda fixa?

É verdade que, no futuro, a taxa Selic deve voltar a cair a patamares menos elevados. Portanto, esses investimentos deixarão de ser tão interessantes aos investidores. Por isso, vale se atentar ao prazo do investimento e à liquidez (disponibilidade de resgate do dinheiro) para que você possa movimentar sua carteira quando o cenário mudar.

Vale lembrar que CDBs, RDBs, Letras de Câmbio, LCIs, LCAs e Letras Hipotecárias contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), uma entidade mantida pelos próprios bancos que atua como um sistema de garantia de depósitos e investimentos.

Isso significa que, mesmo que a instituição financeira que tenha emitido o título em que você investiu peça falência ou ocorra uma liquidação extrajudicial do Banco Central, por exemplo, o FGC irá te devolver o dinheiro investido —inclusive o rendimento até a data do evento.

O limite dessa proteção é de R$ 250 mil por CPF por instituição financeira, com um limite de até R$ 1 milhão por investidor a cada quatro anos.

Opções com maiores rendimentos

Ainda na renda fixa existem estruturas mais complexas e que podem ser mais arriscadas, mas também mais rentáveis quando comparadas com as opções mais óbvias citadas anteriormente.

Aqui, falo dos CRIs e CRAs (certificados de recebíveis que financiam empreendimentos nos setores imobiliário e do agronegócio) e das debêntures (papéis emitidos por empresas de capital aberto). Esses investimentos não contam com a proteção do FGC —logo, é ainda mais importante que o investidor avalie os investimentos e os riscos de crédito envolvidos.

Além disso, muitos desses títulos não são acessíveis a todos os investidores —ou seja, são restritos a investidores qualificados ou profissionais. Isso não significa que não se pode ter esses investimentos na carteira.

Uma opção para obtê-los é aplicar seus recursos via fundos de investimento. Nesse caso, você tem a vantagem de ter um gestor profissional avaliando os ativos disponíveis no mercado.

Além disso, o próprio fundo montará um portfólio diversificado, o que mitiga o risco de crédito do investimento. Algumas opções de fundos que investem em títulos de renda fixa são:

  • FIDC (Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios);
  • FIRF (Fundo de Investimento em Renda Fixa);
  • FIM-RF (Fundo de Investimento Multimercado em Renda Fixa);
  • FII (Fundo imobiliário);
  • Fiagro (Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais);
  • FI-infra (Fundo Incentivado de Investimento em Infraestrutura);
  • Fim-infra (Fundo de Investimento Multimercado de Infraestrutura)

Escolher os fundos ideais para você exige pesquisa. Os fundos publicam alguns documentos mensalmente, e lá o investidor encontra algumas informações essenciais para a tomada de decisão. O importante é sempre entender qual a estratégia do fundo, quais os ativos investidos, qual o valor das taxas de gestão, distribuição, performance e quem são os responsáveis pelo dia a dia do fundo.

Dentro de seu perfil de investidor, pesquise opções e escolha os produtos adequados para o risco/retorno que você está disposto a correr. Isso será determinante para a boa performance de sua carteira no longo prazo.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.