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Depois de sair das dívidas, como investir para realizar seus sonhos?

Mesmo endividadas, as pessoas continuam tendo sonhos na vida, como viajar, trocar de carro, comprar a casa própria ou se planejar para uma aposentadoria tranquila. Mas qual é o momento certo de começar a investir para os seus projetos?

Veja como dividir o dinheiro para todas essas caixinhas: padrão de vida, dívidas, reserva financeira e seus projetos. Não adianta priorizar guardar dinheiro para seus projetos sem ter reserva financeira, segundo a planejadora financeira Lueny Santos, no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL.

Essa matéria é o terceiro aulão da série "De endividado a investidor: como se livrar das dívidas e guardar mais dinheiro". Leia abaixo a análise da planejadora financeira e assista ao programa completo de 19 de outubro. São três lives ao vivo, e assinantes podem rever as aulas quantas vezes quiserem. Veja o primeiro aulão e o segundo aulão aqui.

Assista ao aulão no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, todas as quintas-feiras, das 16h às 16h40. Assine aqui e participe!

A última série do Papo com Especialista foi sobre como se aposentar sem depender do INSS. Para saber mais, acesse "Como se aposentar sem depender do INSS e por que começar a investir já".

Importância da reserva financeira

Ter uma reserva financeira é importante, principalmente para quem está endividado. Quem tenta sair das dívidas monta um plano de ação para se organizar financeiramente, para não entrar no cheque especial, para pagar a fatura do cartão de crédito integral ou para assumir uma parcela de renegociação das suas dívidas. Mas é muito frustrante quando acontece um imprevisto, que pode piorar ainda mais o seu cenário de endividamento, segundo Lueny.

O primeiro passo no hábito de guardar dinheiro e nos investimentos é começar pela reserva financeira. Para isso, a recomendação é que você estabeleça metas para montar a sua.

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É a reserva financeira que vai te amparar em momentos que a vida sair dos trilhos.
Lueny Santos, planejadora financeira

Quando começar a investir para outros projetos?

Todo mundo tem projetos. "Em um cenário de dívidas, você precisará equilibrar muitos pratinhos, ou seja, dividir o dinheiro para todas essas caixinhas: seu padrão de vida, as dívidas, a reserva e os seus projetos", afirma Lueny.

Mas não adianta priorizar o dinheiro para seus projetos sem ter reserva financeira. "Porque, sem a reserva, se algum imprevisto acontecer, você tem duas possibilidades: voltar para o contexto de dívida ou usar o dinheiro que você acumulou para aquele objetivo", diz.

Você vai precisar escolher o que é prioridade para você. "Se você quer resolver esse cenário de dívidas, precisará mudar hábitos e comportamentos do dia a dia e entender que escolhas serão necessárias para que você consiga quitar as dívidas", afirma. Isso pode exigir que você deixe alguns planos de lado.

Comece contendo as dívidas. Ou seja, deixe de usar o cheque especial, de contar com o cartão de crédito para fechar o seu mês, de pegar empréstimo para cobrir suas despesas. "O primeiro passo é parar o crescimento desse saldo de dívidas, que está diretamente ligado ao seu padrão de vida. Tente fechar o seu orçamento no positivo; tudo que entra precisa ser suficiente para pagar tudo que sai", diz.

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Trace uma estratégia para ter uma reserva financeira. Para Lueny, neste momento a reserva pode girar em torno de um a três meses do seu padrão de vida, a depender da sua capacidade de aporte. "Não é o momento de você definir como meta uma reserva de seis meses, porque isso pode demorar um tempo maior, justamente por esses pontos que você ainda precisa alinhar dentro do seu planejamento", afirma. Para ela, é importante você ser realista na hora de montar a sua reserva, para não ficar desestimulado.

Conseguiu conter as dívidas e montar uma pequena reserva? O próximo passo será buscar o equilíbrio entre acumular um valor para ir quitando as dívidas mais rápido e guardar dinheiro para outros projetos que são importantes para você.

Como identificar suas metas financeiras de médio e longo prazo

Quando você já conseguiu se organizar nas dívidas, o primeiro passo é entender quais são suas metas financeiras de médio e longo prazo. Quais são os sonhos que você quer realizar? Por exemplo: uma viagem de família no valor de R$ 12 mil para daqui a dez meses. Então, você já sabe que vai precisar guardar R$ 1.200 por mês. Mas isso cabe no seu orçamento? Se sim, busque investimentos que estejam adequados a esse prazo estipulado.

Não busque o que rende mais. "Não adianta você colocar o seu dinheiro em um produto que vai render mais, se não conseguir resgatar o dinheiro quando precisar ou se aquele produto não estiver adequado ao seu perfil", declara Lueny.

Ao saber quanto você precisa e para quando, você sabe quanto precisa guardar todo mês para realizar esse projeto. "Mas é preciso ter muita clareza nessa jornada que você está desenhando. Afinal, você quer ter a certeza de quando vai conseguir realizar os seus projetos", diz.

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Você vai pegar esses seus objetivos e montar um plano de ação. A principal diferença entre quem sonha e quem executa é o plano de ação.
Lueny Santos

Quando começar a pensar em aposentadoria, se ainda não quitei todas as dívidas?

Olhando só para os números, quitar primeiro as dívidas é a melhor opção. Isso porque uma parte do seu dinheiro está sendo "jogado fora" com os juros que são pagos aos bancos. "Mas nem tudo são números. Estamos falando de seres humanos que têm vontades, sonhos, realidades e contextos diferentes e precisamos ficar atentos a isso", declara.

Dívida de longo prazo versus guardar dinheiro para a aposentadoria. Para Lueny, você precisará perceber qual estratégia funciona melhor para você: antecipar os pagamentos das parcelas da dívida ou começar a destinar um valor para o seu patrimônio de longo prazo.

"Você vai 'carimbar' o seu dinheiro com o nome de 'aposentadoria tranquila', 'liberdade financeira', 'viver de renda', como você achar que faz mais sentido", diz. Para ela, vale buscar esse equilíbrio: uma parte do dinheiro para antecipar as parcelas e outra parte, guardar para o longo prazo.

Em planejamento, não existe certo ou errado. Existe olhar o que é importante para você e adequar à sua realidade, conhecendo as suas entradas e saídas.
Lueny Santos

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Vale a pena investir para quitar minha dívida depois?

Depende. Um dos fatores que você precisa comparar é a taxa de juros da dívida e a rentabilidade esperada do investimento. "Geralmente, os empréstimos têm taxas muito maiores do que encontramos de rentabilidade nos investimentos. E, a depender do momento financeiro, os financiamentos também. Mas tudo vai depender de qual estratégia te motiva mais", afirma Lueny.

Tenha uma reserva para quitar dívidas. Lueny diz que existem pessoas que ficam inadimplentes e criam uma "reserva de quitar as dívidas". Essa reserva vai ficar investida até o momento em que for possível uma negociação.

Isso porque você pode ter grandes descontos ao pagar uma dívida à vista. Mas, para conseguir fazer isso, é necessário ter o dinheiro em mãos. "Só que aqui o foco não é a rentabilidade. A rentabilidade é uma consequência da estratégia desenhada. A estratégia principal é acumular um dinheiro para, quando você conseguir uma negociação que caiba dentro do seu orçamento, você tenha essa capacidade de pagamento", diz.

Sempre é bom lembrar que o investimento não está ali para salvar a nossa vida. Não existe milagre. Existe uma responsabilidade nossa de colocar dinheiro todo mês. E a gente precisa assumir essa responsabilidade.
Lueny Santos

Depois que eu sair das dívidas, como investir?

Independente do cenário em que você estiver, o ponto mais importante é garantir que os produtos que você vai escolher estão de acordo com o seu objetivo e o seu perfil de investidor.

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1) Carimbe o seu dinheiro. Defina quanto você pode gastar nas despesas fixas e nas variáveis e desenhe estratégias para não voltar para as dívidas. "Para você conseguir investir e não voltar para o cenário de dívidas, o seu orçamento mensal precisa estar rodando", diz Lueny. Você precisa ter pontos de atenção. Por exemplo: Se entrou no cheque especial esse mês, analise o que aconteceu.

2) Entenda quais são os seus objetivos. Defina o que você vai priorizar daqui para frente (uma viagem, a compra de um imóvel, uma aposentadoria tranquila, etc).

3) Defina o prazo dos seus objetivos. "Definir projeto e prazo são características que vão influenciar na escolha dos produtos", diz.

4) Descubra qual o seu perfil de investidor. "Cada pessoa é única. Nem sempre um tipo de investimento vai fazer sentido para você e para o seu amigo. Por isso, é preciso saber qual o seu perfil de investidor e entender qual a sua disposição para correr riscos", afirma Lueny.

Ela diz que isso não significa que você vai responder umas perguntas na corretora ou no seu banco e vai aceitar a classificação que eles te deram (conservador, moderado ou arrojado). "São perguntas genéricas. O que você precisa mesmo é perceber como uma queda de 10% ou 15% te deixaria. Ficaria ansioso? Ficaria inseguro? Ou entenderia que aquilo faz parte do mercado?", diz.

Essas definições de perfil vão mudar na proporção dos ativos que você tem na carteira. A pessoa conservadora vai ter mais produtos conservadores e menos produtos com mais risco, na carteira. Já a pessoa arrojada consegue assumir mais riscos.

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5) Conheça as opções que existem no mercado. A recomendação da planejadora financeira é: Não coloque o seu dinheiro no que você não entende. "O que mais a gente encontra são pessoas influenciadas por outras e que acabam colocando o dinheiro em produtos que nem sabem como funcionam", afirma. Muitos iniciantes investem na Bolsa, mas sem entender quais são os riscos. "Isso não significa que investir em ações seja ruim, mas é um produto muito mais volátil, com muitos fatores externos que influenciam no valor delas", diz.

Busque conhecer como as coisas funcionam. Isso vai te dar autonomia e também te ajudar a questionar o gerente do banco que recomenda um produto para você.
Lueny Santos

Entenda quais são os produtos disponíveis no mercado, suas características e riscos e como elas podem te ajudar a compor uma carteira diversificada. Assim, você vai conseguir estar mais tranquilo e aproveitar os momentos do mercado financeiro.

Quando diversificar a carteira de investimentos?

O primeiro ponto é entender qual o objetivo de ter uma carteira diversificada. "Muita gente pulveriza o dinheiro em vários produtos sem ter ideia do porquê estar fazendo isso", diz ela.

O principal objetivo da diversificação é melhorar a relação entre risco e retorno. "Todo investimento vai ter um risco atrelado e um retorno esperado", afirma.

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A carteira diversificada está, geralmente, ligada a investimentos de médio e longo prazo. Para a aposentadoria, por exemplo, a meta é buscar uma rentabilidade de 4% acima da inflação. "Como não temos sempre produtos que vão entregar essa rentabilidade, o caminho é diversificar. Ou seja, buscar produtos diferentes, assumindo um pouco mais de risco, para ter mais retorno", diz.

Segundo ela, o objetivo é encontrar um equilíbrio entre risco e retorno, através da proporção dos ativos. "A carteira diversificada vai buscar ter uma rentabilidade acima da inflação no longo prazo, para aproveitar os benefícios dos ativos dentro do mercado financeiro", diz.

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Aulão: De endividado a investidor: como sair das dívidas e ter mais dinheiro

Dívidas são um dos principais obstáculos para quem quer organizar sua vida financeira. Pensando nisso, o UOL preparou um aulão para quem quer se livrar das dívidas para sempre e ter mais dinheiro para investir e realizar seus sonhos.

Qual a melhor estratégia para se livrar das dívidas? Dá para começar a investir mesmo endividado? E qual é o melhor investimento para iniciantes? Todas essas perguntas serão respondidas em uma série de três lives.

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A primeira live sobre o tema já saiu. Veja aqui o passo a passo para se livrar das dívidas. A segunda live, que mostra onde e como começar a investir mesmo estando endividado, pode ser assistida aqui.

Assista ao aulão no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, todas as quintas-feiras, das 16h às 16h40. Assine aqui e participe!

A última série do Papo com Especialista foi sobre Como investir para se aposentar sem depender do INSS. Para saber mais, acesse este link .

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Opinião

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Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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