Coronavírus faz ouro e dólar liderarem investimentos em janeiro
Resumo da notícia
- Ouro e dólar lideram ranking de investimentos no Brasil em janeiro
- Dúvidas sobre impacto do surto na economia global geram procura por metal e moeda americana
- Bolsa tem pior desempenho entre aplicações, perdendo 1,63% no mês
- Cenário para a Bolsa em 2020 é de maior volatilidade, dizem profissionais de mercado
Ouro e dólar lideraram o ranking dos investimentos no Brasil em janeiro. Os aplicadores procuraram tradicionais reservas de valor em um mês marcado pelas incertezas provocadas pelo coronavírus. O problema, que começou pela China, já tem casos registrados em 20 países, com mais de 200 vítimas fatais e milhares de infectados.
Para conter o surto, governos e empresas reduziram ou interromperam conexões aéreas, linhas de produção e comércios e serviços em várias regiões da segunda maior economia do mundo. Por isso, há o receio entre os agentes de mercados que o coronavírus acabe afetando a economia chinesa e, por tabela, a atividade econômica global - impactando empregos, vendas e desempenhos das companhias.
Veja abaixo a variação de cada aplicação segundo levantamento da empresa de informações financeiras Economatica:
- Ouro: + 7,45%
- Dólar (Ptax Comercial): + 6,81%
- CDI: + 0,36%
- Poupança: + 0,26%
- Ibovespa: - 1,63%
No caso do Brasil, a China representa o mais importante parceiro comercial do país, o mercado que mais compra produtos fabricados aqui, como minério de ferro, soja e outras commodities. Nesse ambiente, o ouro, por ter um valor reconhecido em qualquer lugar do mundo e por ser historicamente usado como reserva de valor, foi destaque, subindo 7,11% o contrato negociado na B3.
Já o dólar é considerado um porto seguro para brasileiros em momentos de muita volatilidade no mercado. Ao longo de janeiro, o valor do dólar no mercado comercial bateu a maior cotação histórica em relação ao real em termos nominais (sem considerar inflação), valendo R$ 4,286. A valorização diante da moeda brasileira foi a maior para um mês de janeiro em dez anos.
A Bolsa, que subiu 32% em 2019, perdeu 1,63% em janeiro, afetada principalmente pela saída de investidores estrangeiros, que tiraram mais de R$ 15 bilhões do mercado acionário local até o dia 28 - dado mais recente.
Já as aplicações em renda fixa que seguem o CDI e a caderneta de poupança seguem com rendimento baixo, por causa da taxa básica de juros, a Selic, que fechou 2019 em níveis historicamente baixos.
Volatilidade será marca do ano
Para o sócio gestor da Perfin Asset, Alexandre Sabanai, 2020 será mais instável na Bolsa. Segundo ele, o surto de coronavírus apenas aumentou a lista de incertezas para o ano, que já tinha no radar as eleições nos Estados Unidos e a saída do Reino Unido da União Europeia.
Além das incertezas, diz Sabanai, o Ibovespa vem de três anos seguidos de ganhos acumulados. Assim, o espaço para novas altas em 2020 tende a ser menor. E esse cenário vai exigir de investidores e gestores de recursos maior seletividade na hora de aplicar em ações. "Vai haver mais dispersão no desempenho das ações. O Ibovespa vai subir, mas não tanto quanto no ano passado", disse.
Para o analista da Rico Investimentos Matheus Soares, instabilidade será o nome do jogo no curto prazo. "Os mercados vão reagir com muita euforia ou com muito pânico a cada novidade, positiva ou negativa, sobre a proliferação do vírus. Mas, conforme a reação do mercado às epidemias que se espalharam pelo mundo ao longo dos últimos 50 anos, esses impactos ficam no curto prazo e não costumam mudar a estrutura de longo prazo", afirmou o profissional em relatório a clientes.
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