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Selic: juros devem subir mais com reunião do Copom na próxima semana?

A taxa Selic é decidida em reunião do Copom a cada 45 dias; veja se haverá aumento na próxima - Getty Images/iStockphoto
A taxa Selic é decidida em reunião do Copom a cada 45 dias; veja se haverá aumento na próxima Imagem: Getty Images/iStockphoto

Colaboração para o UOL, de São Paulo

29/04/2022 04h00

A taxa básica de juros (Selic) saiu de 2% ao ano em janeiro de 2021 para 11,75% ao ano em março deste ano, em nove aumentos consecutivos promovidos pelo Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central. E agora, na próxima reunião, marcada para 3 e 4 de maio, pode haver nova alta da Selic? No Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, o economista César Esperandio diz que é "seguro e certo que sim" e explica os motivos.

Leia a explicação dele e assista abaixo ao trecho do programa. O Papo com Especialista é um tira-dúvidas sobre investimentos exclusivo para assinantes e é transmitido quinzenalmente, às quintas-feiras, das 15h às 16h.

Como ver a projeção da Selic

O Copom decide a taxa Selic em reunião a cada 45 dias. O último aumento da Selic (que passou de 10,75% para 11,75% ao ano) ocorreu no dia 16 de março. No site do Banco Central, você consegue ver o histórico da taxa e os comunicados do Copom.

O Copom informa que toma suas decisões a cada reunião "conforme as expectativas de inflação, o balanço de riscos e a atividade econômica".

A Selic tem como objetivo principal combater a inflação. E é por isso que eles [Copom] estão elevando a taxa, já que a nossa inflação passou de 11% ao ano nos últimos 12 meses.
César Esperandio, economista do Papo com Especialista do UOL Investimentos

Na última ata, o Copom anunciou que "antevê outro ajuste da mesma magnitude" na próxima reunião em maio, ou seja, de 1 ponto percentual. "Portanto, a Selic passaria para 12,75% ao ano", diz o economista.

No site do Banco Central, você encontra o panorama econômico, com informações sobre a inflação e a Selic, entre outras.

O Relatório Focus traz as projeções da Selic compiladas pelo Banco Central dos principais economistas e bancos de investimento do país. O documento é divulgado sempre às segundas-feiras, às 8h25. No relatório divulgado na última segunda-feira (26), a projeção da inflação até o final do ano era de 7,65% —há quatro semanas, era de 6,86%.

"Potencialmente, o Banco Central e o mercado estão esperando uma Selic um pouco mais alta até o final do ano, para combater uma perspectiva de inflação também mais alta", afirma Esperandio, que também é do canal Econoweek.

Selic mais alta impacta os investimentos

Esperandio disse que a alta da Selic traz impactos aos investimentos.

Selic mais alta impacta em Tesouro Selic rendendo mais. Todos os títulos de renda fixa subindo suas taxas de rentabilidade.

"E há outros desdobramentos, como uma migração da renda variável para a renda fixa", afirma. Para ele, fazer essa migração não é uma decisão recomendada. "Em média, são investimentos com estratégias diferentes".

O economista declara ainda que a Selic interfere diretamente no dia a dia do brasileiro. "Por exemplo, quando a Selic sobe, sobe também a taxa de financiamento, se a sua parcela for atrelada a juros pós-fixados. Ou seja, ela fica mais cara. Interfere ainda na contratação de novos créditos, tomadas de empréstimos etc.", diz.

Por isso, segundo ele, há menos consumo. "E havendo menos consumo, os lojistas, os produtores têm um estímulo menor a continuar subindo tanto os preços. Essa é uma das formas de combater a inflação. É a ferramenta mais efetiva que temos no mercado".

Vale ressaltar que as condições de informações citadas aqui são referentes ao dia 20 de abril. As taxas podem variar de um dia para o outro.

Papo com Especialista é quinzenal

O programa Papo com Especialista é transmitido às quintas-feiras, quinzenalmente, das 15h às 16h, na página inicial do UOL, no UOL Economia e no UOL Investimentos, e é exclusivo para assinantes. Reveja programas anteriores aqui.

Você pode enviar perguntas ao Papo pelo e-mail uoleconomiafinancas@uol.com.br —elas podem ser respondidas no programa.

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