Esse fundo de criptomoedas é arriscado, mas subiu 55% em 2023; vale a pena?
Existe um fundo que segue as principais criptomoedas do mundo - e ele é o segundo fundo ETF mais negociado na Bolsa brasileira. Esse ano, o ETF HASH11 já subiu mais de 55%. Vale investir? Quais os cuidados? Veja a opinião de especialistas abaixo.
O que é um ETF
ETFs (Exchange-Traded Fund) são fundos que seguem certos índices. Existem ETFs que seguem o Ibovespa, principal índice da B3, a Bolsa de Valores brasileira (BOVA11), ou o IVVB11, que segue o S&P500, índice de 500 ações negociadas nas Bolsas dos Estados Unidos, entre muitos outros.
Você compra um índice, e não ações, criptomoedas ou ativos separadamente. É uma forma mais simples de entrar nesses mercados, e indicado para quem quer entender como funciona a renda variável.
O HASH11 replica o Nasdaq Crypto Index (NCI), índice que reflete o mercado de criptoativos globais. Ele é negociado na B3 há dois anos e é um dos ETFs mais negociados na Bolsa.
Como funciona o HASH11
Preço é acessível. O fundo tem preço unitário de pouco mais de R$ 24 e um valor patrimonial líquido de R$ 1,23 bilhão.
É mais simples do que comprar bitcoin. Além disso, como é listado em Bolsa, é mais fácil de investir do que comprar criptomoedas diretamente, já que a pessoa não precisa ter uma conta em exchange, uma as corretoras de criptomoedas, diz Felipe Fernandez, analista de criptomoedas da casa de análises VG Research.
Investe em várias criptomoedas. O ETF investe principalmente em bitcoin, mas tem sete criptoativos na carteira, como ethereum, litecoin e outros. Ou seja, se a cotação do bitcoin cair, o fundo também perde valor, e vice-versa.
Quem investiu no começo teve prejuízo. Em 12 meses, a queda é de quase 32% e, em dois anos, a perda é de 55,51%.
Já em 2023 está em alta. Desde o começo do ano, o fundo subiu 55,36%. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores no Brasil, está em queda de 6,89% desde o começo do ano até o fechamento do dia 4 de maio.
Tem cobrança de taxas. A Hashdex informa que o ETF tem taxa de administração de 1,3% ao ano. O pagamento de Imposto de Renda é isento para vendas até R$ 35 mil por mês. Se ultrapassar esse valor, a cobrança segue uma regra progressiva, variando entre 15% a 22,5%.
Ajuda iniciantes a investirem em criptomoedas
Fundo é considerado vantajoso para iniciantes que querem entrar em criptomoedas. "Se o investidor não tem exposição em cripto, é uma boa porta de entrada", afirma Luísa Pires, head do Departamento de Cripto e Tecnologia da Levante Investimentos.
É regulado. Por ser um fundo, o ETF é regulado pela CVM, ao contrário de outros investimentos em criptomoedas.
Mas cuidado para não investir muito do seu dinheiro. Mesmo entre investidores conservadores, existe espaço para ter criptoativos no portfólio - eles devem representar de 1% a 3% do patrimônio, segundo Luísa, da Levante. Para os moderados, isso pode ser um pouco maior: entre 3% a 5%. Já quem é mais arrojado pode investir até 10% dos seus recursos. Veja aqui como descobrir qual é o seu perfil de investidor.
"Se ocorrer uma desvalorização abrupta, essa alocação não terá um impacto significativo em uma carteira bem equilibrada. No entanto, se houver uma valorização, essa porcentagem alocada pode se tornar significativa em seu portfólio", afirma Fernandez.
Existem outros ETFs focados em inovações. Alguns deles são META11 (focado no metaverso), DEFI11 (finanças descentralizadas) e QBTC11 (de bitcoin).
Criptos estão em alta, mas são muito instáveis
Preço caiu muito, mas pode subir. Luísa lembra que, quando foi listado na B3, o HASH11 tinha preço unitário de R$ 50 —hoje, portanto, seu valor caiu pela metade, mesmo sendo um considerado um bom ativo. Assim, pode ser uma boa para quem deseja investir a longo prazo.
Momento para investir é favorável. Depois de um desempenho negativo nos últimos meses, Luíza, da Levante, diz que o timing para investir em criptos é interessante. A cada quatro anos, o número de bitcoins que ficam disponíveis aos mineradores cai pela metade. Como a moeda fica menos disponível, o preço costuma subir. O próximo "halving", que é esse corte na disponibilidade, é em 2024.
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