Real é a 7ª moeda do mundo que mais subiu em relação ao dólar em 2023
O real é a sétima moeda que mais se valorizou em relação ao dólar desde o começo do ano. Desde o começo do ano, o real já se valorizou 9,2%, segundo levantamento da Austin Rating, que analisou 120 moedas e levou em consideração o preço do fechamento do dia 19 de junho.
O dólar hoje está em leve alta de 0,22%, cotado a R$ 4,786, às 12h30. Mas ontem, 19, fechou cotado em R$ 4,776, menor valor desde 27 de maio do ano passado, quando a moeda era cotada em R$ 4,73. Acompanhe aqui a cotação em tempo real.
As dez moedas que mais se valorizaram este ano
- Rupia/Sri Lanka: 21,2%
- Peso/Colômbia: 16,5%
- Peso/México: 14,4%
- Dinar/Iraque: 11,4%
- Forint/Hungria: 9,8%
- Colon/Costa Rica: 9,3%
- Real/Brasil: 9,2%
- Lek/Albânia: 8,6%
- Zloty/Polônia: 7,8%
- Leu/Moldávia: 7,1%
Fonte: Austin Rating, de 3 de janeiro a 19 de junho de 2023
Por que essas moedas subiram?
As principais moedas de países emergentes se valorizaram com a parada na alta dos juros americanos na semana passada. É o que explica Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
Com os juros nos Estados Unidos estacionados, os investidores ficam mais dispostos a se arriscar em países emergentes. A entrada de dólares nessas nações acaba valorizando a cotação das moedas locais.
E no Brasil, o que está acontecendo?
No Brasil, a taxa de juros, a Selic, deve começar a cair somente em agosto. Para a próxima reunião, que termina amanhã, 21, especialistas esperam que o Banco Central mantenha a taxa nos atuais 13,75% ao ano. Então muitos investidores vêm para cá para aproveitar esse percentual alto dos juros, trazendo mais dólares para o país.
Além disso, investidores estão mais otimistas com a economia brasileira. A agência de classificação de risco Standard & Poor's melhorou a nota do Brasil na semana passada. Pela primeira vez em quatro anos, a S&P elevou de estável para positiva (nota BB) a perspectiva para a nota de crédito do Brasil.
A perspectiva positiva significa que a agência pode elevar ainda mais a nota do país nos próximos dois anos. Isso é muito importante para atrair mais investidores para o país, segundo Agostini. "A aprovação da nova regra fiscal também colaborou", afirma ele. Veja aqui outros motivos para a valorização do real em relação ao dólar.
O que pode acontecer com o dólar e o real daqui para frente
Nas próximas semanas, o dólar tem potencial para cair ainda mais. É o que acredita o especialista da Austin Ratings.
Goldman Sachs acha que o valor justo para a moeda é em torno de R$ 4,30. "Estimamos que o dólar caia para R$ 4,60 em três meses, para R$ 4,40 em seis meses e fique em R$ 4,40 em 12 meses." A estimativa anterior era de R$ 4,90, R$ 4,85 e R$ 4,80, respectivamente.
Mas há quem discorde. Cláudia Moreno, economista do C6 Bank, prevê um dólar a R$ 5,30 até o fim do ano. O que joga contra a valorização da moeda brasileira, segundo ela, são os gastos do governo. "A dívida já está elevada demais. Quanto maior, mais o dólar sobe. Seria bom a dívida continuar estável, mas na realidade ela precisava cair", afirma Cláudia.
Já o Banco Central acredita que o dólar chegue a R$ 5,00. O boletim Focus do Banco Central, publicado ontem, estima que a moeda chegue a R$ 5,00 até o fim do ano. Para o ano que vem, a previsão é de R$ 5,10, e R$ 5,25 em 2026.
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