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Entrevistas com grandes nomes do marketing, propaganda e criatividade no país


Mídia e Marketing #72: Eduardo Simon, CEO da agência DPZ&T

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Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/02/2021 04h01

Com a fragmentação da mídia, as pessoas têm mudado a forma de se relacionar com as marcas e com a propaganda. Com isso, os anunciantes precisam de novas estratégias para atingir seus consumidores.

"As marcas precisam buscar formatos para construir novas relações com as pessoas", declara Eduardo Simon, CEO e sócio da agência DPZ&T. O executivo é o entrevistado do episódio #72 do podcast Mídia e Marketing, publicado hoje (16).

"As pessoas ficaram mais tempo em casa por causa da pandemia. Elas mudaram a forma de como elas acessam as marcas. Eu não quero só que eles lembram da minha marca. Eu quero que ele lembre da minha marca e que ele construa uma relação emocional com elas", diz o executivo (no arquivo acima, este trecho está a partir de 1:37).

"As plataformas de mídia sob demanda, como Netflix, Disney+, Prime Video, estão tomando espaço da vida das pessoas. As pessoas não aceitam mais serem interrompidos. Isso cria um grande desafio para as marcas. Como eu comunico com uma geração que não está habituada a ser interrompida? As marcas têm que aprender a entreter através da comunicação", declara (a partir de 6:01).

O executivo citou a campanha feita pela DPZ&T para a Renault, quando a agência recriou o que seria o 'capítulo final' do seriado Caverna do Dragão, febre nos anos 1980. A Renault é um dos clientes da agência, ao lado de marcas como Nestlé, Mc Donald's, Vivo e Ambev.

"A gente criou um evento de comunicação para as pessoas, que falavam da ação antes mesmo dela ser lançada. Quando a campanha foi lançada, as pessoas se tornaram ferramentas de comunicação, fizeram parte da estratégia da comunicação. As pessoas hoje são parte da estratégia de divulgação das marcas", afirma (a partir de 8:20).

Simon, que é chefe em uma das agências mais tradicionais do país, afirma que a ambição da publicidade mudou com o tempo - e que isto está sendo retomado aos poucos.

"Antes, a ambição da propaganda era de influenciar culturalmente a sociedade. Comerciais com o 'Meu Primeiro Sutiã' influenciaram uma geração inteira. Hoje a habilidade é nova, as ferramentas são novas, mas, ao mesmo tempo, estamos voltando a ter essa ambição. Temos que ter a ambição de provocar debates na sociedade. Uma nova geração não olha só para atributos racionais: eles olham também as crenças das marcas" (a partir de 9:44).

O executivo também fala sobre o tripé "tecnologia, dados e criatividade", considerado o novo Santo Graal da publicidade.

"Hoje, um engenheiro pode trabalhar numa agência de propaganda. Contratamos mais cientista de dados do que criativos nos últimos dois anos, por exemplo. A combinação do uso de dados, tecnologia e criatividade pode mudar o negócio do cliente. Para isso, todo mundo da agência tem que ser criativo e entender dos negócios dos clientes", afirma (a partir de 28:42).

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