Mídia e Marketing #145: Fatima Pissarra, CEO da Mynd

A publicidade do futuro não vai existir sem os influenciadores e criadores de conteúdo? E você: acha que todo mundo pode fazer sucesso nas redes sociais?

O episódio do Mídia e Marketing desta semana, que fecha o 3º ano do programa, recebe Fatima Pissarra, CEO da Mynd. A agência, hoje, tem hoje mais de 400 influenciadores, criadores de conteúdo, artistas e músicos em seu portfólio -veja acima a entrevista, na íntegra.

No papo, Fatima fala sobre a profissionalização do mercado, sobre a atuação das empresas nas redes sociais e sobre como influenciadores podem criar suas próprias marcas.

Influenciadores poderão se tornar produtos

"Os influenciadores, hoje, faturam com publicidade. Mas queremos trabalhar as pessoas como produtos: programas em streaming, linhas de maquiagem e de roupas. Temos que pensar em quais subcategorias essas pessoas podem atuar. Em 3 anos, queremos ter 50 influenciadores que tenham esses subprodutos. Podemos ter o sabão em pó do Babu, por exemplo" (confira no trecho abaixo).

O mercado da influência ainda deverá crescer, segundo executiva

"A presença dos influenciadores não tem mais volta. Esse acesso que foi dado às pessoas não tem mais volta. Não temos mais uma comunicação só de um lado: as redes sociais agora dão o endosso das pessoas. E isso ainda vai crescer: ainda temos pouco acesso digital. Cerca de 80% das pessoas usam celular pré-pago. Ainda há um longo caminho para aumentar o uso das redes sociais", diz Fatima (no vídeo, este trecho está a partir de 4:59).

Empresas, hoje, têm medo das redes sociais

"As empresas estão com muito medo das redes sociais. Elas ainda preferem ficar num lugar seguro. Quando você faz uma ação com um criador de conteúdo, é claro que eles darão certas nuances. Mas as marcas hoje preferem ficar com o texto mais parecido com o tradicional". Fatima ainda dá exemplos de influenciadores que mudaram o texto e acabaram causando polêmicas com empresas (no vídeo, este trecho está a partir de 10:58).

Marcas preferem influenciadores sem posicionamento

Em junho, a cantora Luísa Sonza, agenciada por Fatima, usou as redes sociais para fazer um longo desabafo, afirmando que diversas marcas estão cancelando campanhas de publicidade com artistas e influenciadores digitais que se posicionam politicamente.

Questionada sobre o fato, Pissarra foi enfática. "Vivemos num país que a gente instrui as pessoas se posicionarem. Mas, na hora de fazer propaganda, querem que as pessoas se calem. A Mynd é contra esse tipo de pedido, até porque isso cerceia a liberdade de expressão das pessoas. Existem casos que as marcas pedem influenciadores que não se posicionem. Eu sou contra isso: marcas precisam se linkar com pessoas que se posicionam, não ficar contratado pessoas que são paisagens", afirma (no vídeo, este trecho está a partir de 26:01).

Todo mundo pode fazer sucesso nas redes sociais?

A executiva ainda fala sobre o seu livro "Profissão influencer: como fazer sucesso dentro e fora da internet", lançado em junho.

Todo mundo pode fazer sucesso nas redes sociais? Pode ser. Mas existe uma metodologia para isso. No livro, eu sistematizo o que vi ao longo do tempo. As pessoas precisam pensar como se fosse um empreendimento, com cronograma. É uma coisa séria. Ser influenciador não é estar sentado no sofá vendo dinheiro cair do céu. Se você quer, precisa fazer de forma profissional, precisa de investimento", afirma (no vídeo, este trecho está a partir de 36:14).

Os podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts e em todas as plataformas de distribuição. Você pode ouvir Mídia e Marketing, por exemplo, no Spotify, na Apple Podcasts e no YouTube.