O que ganha mais: fundo DI sem taxa de administração ou Tesouro Selic?
Será que investir em um fundo DI que não cobra taxa de administração é realmente melhor do que aplicar no Tesouro Selic? A diferença de rentabilidade compensa, por exemplo, o custo de transferir o dinheiro do seu banco para uma plataforma de investimentos?
Recentemente, a Órama e o BTG Pactual lançaram fundos DI com taxa de administração zero. A proposta é que esse produto seja mais competitivo do que o Tesouro Selic, em que há cobrança da taxa de custódia equivalente a 0,25% ao ano sobre o total investido.
Fundo DI, Tesouro Selic e também a poupança são indicados para guardar a reserva de emergência, pois têm liquidez imediata, ou seja, podem ser resgatados facilmente. No fundo DI, é possível fazer um depósito inicial a partir de R$ 100. No Tesouro, a partir de R$ 30. E a poupança aceita aplicações de qualquer valor.
A diferença está na rentabilidade...
Na prática, enquanto o fundo DI com taxa de administração zero tem rendimento de 6,4% ao ano, muito próximo ao ganho da Selic, o Tesouro Selic rende um pouco menos, 6,15% ao ano, por causa do desconto da taxa de custódia.
Ambos estão sujeitos à cobrança de Imposto de Renda, que pode variar de 22,5% sobre o rendimento, para resgates feitos em até seis meses após a aplicação, a 15%, para saques após dois anos.
O fundo DI sofre ainda o efeito do come-cotas, que é a cobrança antecipada do imposto. Ele ocorre a cada seis meses e reduz parte do rendimento. O Tesouro Selic não tem come-cotas.
Já a poupança é isenta de Imposto de Renda. No entanto, seu rendimento está limitado a 70% da Selic, o que corresponde a 4,55% ao ano.
...mas não é tão grande assim
O UOL pediu uma simulação à Órama para comparar os rendimentos dos três investimentos em diversos prazos de aplicação.
A conclusão é que o fundo leva vantagem, mas a diferença em relação ao Tesouro Selic não é tão grande assim. Dependendo do valor e do prazo do investimento, pode não compensar sair do seu banco.
Os cálculos foram feitos para uma aplicação de R$ 1.000. Os valores são líquidos, ou seja, já estão descontados os impostos e taxas. Veja quanto você resgataria após:
Seis meses
- Poupança: R$ 1.022,15
- Tesouro Selic: R$ 1.024,23
- Fundo DI: R$ 1.025,20
Um ano
- Poupança: R$ 1.044,80
- Tesouro Selic: R$ 1.050,74
- Fundo DI: R$ 1.052,80
Dois anos
- Poupança: R$ 1.091,61
- Tesouro Selic: R$ 1.107,76
- Fundo DI: R$ 1.111,49
Diferença entre fundo e Tesouro em 2 anos é inferior a R$ 4
Para uma aplicação de R$ 1.000 pelo prazo de dois anos, a diferença de ganho do Fundo DI em relação ao Tesouro Selic é de apenas R$ 3,73. Em relação à poupança, o ganho do fundo é mais significativo, de R$ 19,88.
Se você quiser saber os resultados para um investimento de R$ 10 mil, basta multiplicar os resultados acima por dez.
Custo da TED pode anular vantagem do fundo
Para aplicar no fundo, você provavelmente precisará transferir dinheiro do seu banco para uma das plataformas de investimento. Em média, os grandes bancos cobram R$ 10 para realizar uma TED (Transferência Eletrônica Disponível).
Ou seja, se a aplicação for inferior a R$ 10 mil e o prazo for menor do que um ano, a vantagem do fundo DI pode ser perdida no custo da TED. Nesse caso, é melhor você investir no Tesouro Selic por meio do banco em que possui conta.
Maioria dos fundos DI ainda cobra taxa de administração
Lembre-se de que a simulação acima é válida apenas para um fundo DI que seja isento de taxa de administração. No entanto, a grande maioria dos fundos ainda cobra a taxa.
Se o fundo DI do seu banco ou corretora cobrar taxa inferior a 0,25% ao ano, ele ainda leva uma pequena vantagem sobre o Tesouro Selic. Se a taxa for acima disso, melhor investir no título público.
Com a Selic no atual patamar (6,5% ao ano), a rentabilidade de um fundo DI que cobra taxa de administração acima de 1% ao ano consegue ser pior até do que a poupança, qualquer que seja o prazo da aplicação.
Mesmo assim, há bancos que oferecem fundos que cobram até 4% ao ano. Fique atento. Você pode consultar o valor da taxa de administração na "lâmina" do fundo, documento que está disponível no site do banco ou da corretora.
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